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Um
pouco da História: França Antártica
Em
1555 o Vice-Almirante Nicolau Durand de Villegaignon estabeleceu-se
com os franceses numa ilha da baía da Guanabara, onde
tentariam a criação de uma colônia, um refúgio
de huguenotes nas terra meridionais do Novo Mundo, a França
Antártica. Contou para isso com a proteção do
Almirante Gaspar de Coligny, que lhe conseguiu o apoio de Henrique
II, rei da França, e com os interesse dos armadores normandos
e bretões certos dos lucros da empresa. Nesse tempo,
ensombreciam a França as disputas religiosas, consequentes das
reformas protestantes, que colocavam os adeptos do calvinismo,
sujeitos a perseguições violentas, num clima de
instabilidade e insegurança. Não foi difícil a
Villegaignon recrutar colonos nesse meio, apresentando o Novo Mundo
como uma terra prometida, onde estariam livres das guerras que os
ameaçavam. Correu ainda as cadeias de Paris, Ruão e
outras cidades do reino, em busca de condenados que completariam sua
expedição. Ao todo, deixou o Havre com mais de 600
homens. Logo a princípio sentiram as dificuldades que um meio completamente diferente se lhes a apresentava; o trato com os indígenas e seus costumes extravagantes, principalmente à moralidade calvinista, criavam problemas, que Villegaignon enfrentava com proibições e regulamentos, nem sempre aceitos por todos, gerando dissidentes e sublevações entre os colonos. Em
1556, quando se expandiram as seitas protestantes na França,
chegou ao Brasil uma nova expedição, que pode ser
considerada a primeira ação missionária
empreendida por uma igreja reformada. Trazia ela evangelizadores como
Philippe de Corquilleray, Pierre Richier, Guillaume Chartier, vários
seus companheiros e auxiliares, e novos colonos huguenotes. Embora
Villegaignon não tivesse aderido abertamente ao calvinismo,
dava ele todo apoio à difusão de suas crenças e
práticas, sendo considerado por Pierre Richier, um dos
evangelizadores, em sua correspondência com Calvino, como o
verdadeiro “guia e chefe” da empresa transoceânica. Não
demoraram, entretanto, a surgir sérios conflitos de ordem
teológica entre ele e os missionários, que resultaram
em suas expulsões para uma povoação fundada no
continente pelos dissidentes, a La Briqueterie.
Em 1560 promoveu-se uma primeira expedição contra a colônia francesa do Rio de Janeiro. Participaram dela uma armada comandada por Bartolomeu de Vasconcelos da Cunha, Mem de Sá apoiado pelos jesuítas e pelo novo bispo, D. Pedro Leitão, indígenas recrutados na Bahia, contando ainda com a ajuda prestada pelos vicentinos. Atacaram a ilha de Sergipe, onde estava o principal reduto dos franceses, defendido pelo forte de Coligny. Após dois dias e duas noites de luta, não puderam resistir os comandados de Bois-le-Comte, sobrinho de Villegaignon, que havia ficado em seu lugar, tendo que abandonar a ilha junto com os tupinambás que os apoiavam, não sem grandes perdas para ambos os lados. Mem de Sá, talvez sem recursos bastantes em gente e soldados para manter a ocupação permanente do forte, mandou destruí-lo. Apesar de finda a pretendida França Antártica, continuavam a vinda de naus francesas para o Rio de Janeiro e o resgate de pau-brasil com os tupinambás. Mem de Sá determinou a vinda de uma nova armada comandada por seu sobrinho, Estácio de Sá, a quem doou a Capitania do Rio de Janeiro para que a povoasse. Em1565,
Estácio de Sá desembarcou na baía da Guanabara,
entre o morro do Cão e o Pão de Açúcar,
onde fundou uma povoação com o nome de São
Sebastião do Rio de Janeiro. |
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Fonte : Brasil História - Texto e Consulta: 1 Colônia / Antonio Mendes Jr., Luiz Roncari e Ricardo Maranhão - São Paulo: Editora Brasiliense, 1979.
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