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Franceses

O povo francês esteve no Brasil no século XVI, fundando uma "França Antártica" no Rio de Janeiro, uma "Nouvelle France" em Pernambuco, e no século XVII uma "França Equinoxial" no Maranhão. Não se pode esquecer também a influência francesa na cultura medieval e na literatura portuguesa. A novelística no Brasil, naquilo que se pode chamar "livro do povo" e que representa o encanto da autenticidade folclórica, é de proveniência gaulesa. Ex.: O Imperador Carlos Magno e os 12 pares de frança, Roberto o diabo, etc. Nas cantigas de roda também percebemos elementos franceses nas letras do cancioneiro infantil: Onde está a Margarida, Lá na Ponte da Vinhaça, etc.

O Francês continuou da Colônia e por todo Império, a influenciar nos costumes brasileiros. Nos hábitos e costumes da vida social, na moda feminina, na conversação em francês nos salões oficiais da elite, nos banquetes com culinária de origem e nomes franceses. O Brasil vestiu-se, comeu e viveu à francesa, por um grande período. No folclore, a quadrilha, marcada em francês, remonta aos grandes bailes e às danças de salão. Da França, veio a orientação da leitura de obras literárias e científicas e, também, ideias de liberdade e igualdade entre os homens.

Padaria Delipharis
Rua Harmonia - Vila Madalena - São Paulo
Foto: Lívia Aquino
Tanto os portugueses quanto os espanhóis não permitiam a presença de estrangeiros na América no período inicial da colonização, todavia os franceses já em 1503 visitavam as costas brasileiras.
Os franceses procuram fixar-se no Brasil por, pelos menos, três séculos. Tentativas de fundação da França Antártica e da França Equinocial, implicaram em contato e miscigenação com os primeiros habitantes, fazendo com que a influência étnica e cultural dos franceses permeasse boa parte do país e deixasse marcas muito fortes na aparência, educação, gastronomia, artes, vocabulário e estética do nosso povo.

O jornal Aurora Fluminense, criado em 1827, faz uma crítica contra a influência francesa na vida do Rio de Janeiro:

(...) Que espécie de capitais nos têm trazido os seus patrícios? Que negociadores, que especuladores, que capitalistas têm vindo aqui estabelecer-se? Serão esses que enfeitam a rua do Ouvidor com seus bonitos armazéns de modas e nouveautés? Serão os cabeleireiros, alfaiates, perfumadores e dentistas, todos de Paris?”

O artigo fala da frivolidade dos franceses e mostra simpatia pelos ingleses, ‘que possuem de certo no nosso pais capitais muito fortes e nunca nos injuriaram’. Mesmo assim, era prevalente a influência francesa na moda, nos costumes, na literatura e nas artes. Até um jornal editado em lingua francesa circulava na corte, o Courrier Du Brésil.”*

Fontes : Folclore Brasileiro / Nilza B. Megale- Petrópolis: Editora Vozes, 1999
Tachos e panela: historiografia da alimentação brasileira / Claudia Lima. - 2ª edição - Recife: Ed. da Autora, 1999
Projeto Caixa Populi: Etnias / Wladimir Catanzaro - São Paulo: Caixa Econômica Federal, 1999.
*O Brasil sem retoque: 1808 - 1964: a História contada por jornais e jornalistas, volume 1
/ Carlos Chagas - Rio de Janeiro: Record, 2001.
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Um pouco da História: França Antártica

Em 1555 o Vice-Almirante Nicolau Durand de Villegaignon estabeleceu-se com os franceses numa ilha da baía da Guanabara, onde tentariam a criação de uma colônia, um refúgio de huguenotes nas terra meridionais do Novo Mundo, a França Antártica. Contou para isso com a proteção do Almirante Gaspar de Coligny, que lhe conseguiu o apoio de Henrique II, rei da França, e com os interesse dos armadores normandos e bretões certos dos lucros da empresa. Nesse tempo, ensombreciam a França as disputas religiosas, consequentes das reformas protestantes, que colocavam os adeptos do calvinismo, sujeitos a perseguições violentas, num clima de instabilidade e insegurança. Não foi difícil a Villegaignon recrutar colonos nesse meio, apresentando o Novo Mundo como uma terra prometida, onde estariam livres das guerras que os ameaçavam. Correu ainda as cadeias de Paris, Ruão e outras cidades do reino, em busca de condenados que completariam sua expedição. Ao todo, deixou o Havre com mais de 600 homens.
Fixaram-se numa ilha que os nativos chamavam de Serigipe e trataram de defendê-la com um forte; no continente construíram uma povoação a que deram o nome de Henriville, em homenagem ao rei da França.

Logo a princípio sentiram as dificuldades que um meio completamente diferente se lhes a apresentava; o trato com os indígenas e seus costumes extravagantes, principalmente à moralidade calvinista, criavam problemas, que Villegaignon enfrentava com proibições e regulamentos, nem sempre aceitos por todos, gerando dissidentes e sublevações entre os colonos.

Em 1556, quando se expandiram as seitas protestantes na França, chegou ao Brasil uma nova expedição, que pode ser considerada a primeira ação missionária empreendida por uma igreja reformada. Trazia ela evangelizadores como Philippe de Corquilleray, Pierre Richier, Guillaume Chartier, vários seus companheiros e auxiliares, e novos colonos huguenotes. Embora Villegaignon não tivesse aderido abertamente ao calvinismo, dava ele todo apoio à difusão de suas crenças e práticas, sendo considerado por Pierre Richier, um dos evangelizadores, em sua correspondência com Calvino, como o verdadeiro “guia e chefe” da empresa transoceânica. Não demoraram, entretanto, a surgir sérios conflitos de ordem teológica entre ele e os missionários, que resultaram em suas expulsões para uma povoação fundada no continente pelos dissidentes, a La Briqueterie.
Na Europa
, a notícia de tais fatos tolheu a vinda de novos colonos huguenotes para o Brasil, enquanto Villegaignon passava a ser acusado pelos calvinistas de promover o terror das perseguições no Novo Mundo, ao mesmo tempo que os meios católicos acusavam-no de estar' querendo formar uma nova heresia, equidistante tanto do luteranismo e do calvinismo como do catolicismo.


Em tais circunstâncias, que entravavam o desenvolvimento da colônia francesa
, Villegaignon embarcou para a Europa a fim de defender-se dessas acusações, em 1559, justamente no momento em que o tímido governo de Duarte da Costa era substituído pelo de Mem de Sá, disposto a novas iniciativas no combate aos franceses.

Em 1560 promoveu-se uma primeira expedição contra a colônia francesa do Rio de Janeiro. Participaram dela uma armada comandada por Bartolomeu de Vasconcelos da Cunha, Mem de Sá apoiado pelos jesuítas e pelo novo bispo, D. Pedro Leitão, indígenas recrutados na Bahia, contando ainda com a ajuda prestada pelos vicentinos. Atacaram a ilha de Sergipe, onde estava o principal reduto dos franceses, defendido pelo forte de Coligny. Após dois dias e duas noites de luta, não puderam resistir os comandados de Bois-le-Comte, sobrinho de Villegaignon, que havia ficado em seu lugar, tendo que abandonar a ilha junto com os tupinambás que os apoiavam, não sem grandes perdas para ambos os lados. Mem de Sá, talvez sem recursos bastantes em gente e soldados para manter a ocupação permanente do forte, mandou destruí-lo.

Apesar de finda a pretendida França Antártica, continuavam a vinda de naus francesas para o Rio de Janeiro e o resgate de pau-brasil com os tupinambás. Mem de Sá determinou a vinda de uma nova armada comandada por seu sobrinho, Estácio de Sá, a quem doou a Capitania do Rio de Janeiro para que a povoasse.

Em1565, Estácio de Sá desembarcou na baía da Guanabara, entre o morro do Cão e o Pão de Açúcar, onde fundou uma povoação com o nome de São Sebastião do Rio de Janeiro.
A partir da cidade passaram os portugueses a combater os indígenas e as naus francesas


Fonte : Brasil História - Texto e Consulta: 1 Colônia / Antonio Mendes Jr., Luiz Roncari e Ricardo Maranhão - São Paulo: Editora Brasiliense, 1979.




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