Um pouco da História: Imigrantes japoneses
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Era 18 de junho de 1908: “às vésperas do dia de
São João os rojões subiam, explodindo estrondosamente. E ainda, balões
navegavam no céu. Contemplando comovidos o espetáculo os imigrantes
tiveram a ilusão de que o povo brasileiro lhes estava dando as
boas-vindas”. Assim Tomoo Handa, autor de O imigrante japonês,
descreve a chegada do primeiro grupo de japoneses ao Brasil, a bordo do
vapor Kasato Maru. Mas, anos depois, um canto-lamento circulava entre
esses mesmos imigrantes vindos da longínqua terra do arroz e do
imperador para a terra do café e do coronel:
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“Mentiu quem disse
o Brasil era bom,
mentiu a Companhia de Emigração:
no lado oposto da terra cheguei,
fiado no Paraíso, para ver o Inferno.
Do jeito como vão as coisas,
não passa de
puro sonho
o dia de
retorno glorioso.
Já que o fim é
a morte por inanição,
melhor então é
ser comido
por onça, por
bicho qualquer”
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Cena de partida da embarcação
Buenos Aires Maru
levando japoneses para
o Brasil
Museu Histórico da
Imigração Japonesa
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"Agora vamos, levando a família,
para a América do Sul" -
convoca o
cartaz, de 1925, de uma companhia japonesa de imigração.
Muitos foram seduzidos por
essas propagandas, mesmo
porque não tinham meios de
continuarem vivendo no Japão.
Museu
Histórico da Imigração Japonesa
T. A. Queiroz, Editora Ltda.
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Para o governo japonês, a
emigração representava a possibilidade de aliviar as tensões sociais
provocadas pela crescente marginalização de amplos setores da
população, agravadas ainda mais pela explosão demográfica verificada na
época. Não foi à toa que os primeiros contingentes de imigrantes tenham
sido recrutados entre os desempregados e indigentes espalhados pelas
cidades japonesas, sendo sua saída estimulada pelo governo. Para isso,
fundaram-se as Companhias de Emigração – empresas privadas mas com
incentivo político-econômico do governo do Japão, podendo representá-lo
junto a países contratantes de mão-de-obra. Eram elas que negociavam os
candidatos, providenciavam os meios de transporte e se
responsabilizavam pelo cumprimento dos contratos. Também eram elas que,
para expandir seus negócios recrutando o maior número possível de
candidatos à emigração, difundiam a imagem paradisíaca do país de
destino. Assim, os primeiros imigrantes que aqui chegaram acreditavam
que tinham desembarcado no “Novo Eldorado”, a fantástica “terra das
árvores de frutos de ouro”. |
A
questão da mão-de-obra
Se no Japão sobrava
mão-de-obra, aqui, no Brasil, tentava-se resolver o problema de sua
carência para a lavoura cafeeira, então em expansão. Com a extinção do
tráfico de escravos, em 1850, e o fim da escravidão, em 1888, a solução
encontrada foi a contratação em massa de imigrantes europeus. O que, no
entanto, fugia ao controle dos idealizadores dessa política
imigrantista era que grande parte dos que entravam no país logo
abandonavam as fazendas, desiludidos com as péssimas condições de
trabalho. Muitos retornavam à terra natal, outros procuravam os centros
urbanos, ou, ainda, partiam para a Argentina. Se nos anos anteriores a
1900 a entrada dos imigrantes mantinha-se em níveis elevados, nos
primeiros anos deste século eles saíram mais do que ingressavam.
Levando-se em conta, que o café, apesar das oscilações, constituía o
principal setor da economia brasileira – com uma estrutura ferroviária
de escoamento devidamente assentada e com a ampliação de novas frentes
de expansão no interior do Estado de São Paulo – pode-se dizer que a
procura de mão-de-obra superava a oferta.
É justamente
nesse período de maior carência de força de trabalho que os olhos dos
cafeicultores voltaram-se definitivamente para o Oriente, e em
particular, o Japão. Desse modo, em 1907, após algumas tentativas de
negociação entre representantes oficiais do governo japonês e o governo
do Estado de São Paulo, assinou-se, por pressão dos fazendeiros e em
caráter experimental, um contrato com a Companhia Imperial de
Emigração, do Japão. Pelo acordo, a Companhia ficava autorizada a
transportar 3.000 japoneses, em parcelas anuais de mil pessoas, cabendo
ao governo de São Paulo subvencionar parte dos gastos com o transporte
desses imigrantes.
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Japoneses recém-chegados, aguardando seu
destino na Hospedaria dos Imigrantes, em São Paulo.
Museu Histórico da Imigração
Japonesa
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Tudo
contrariava o imigrante
A chegada, em 18 de junho de
1908, de cerca de 800 japoneses foi o primeiro resultado desse
contrato. Esse primeiro contingente de trabalhadores, após rápida
passagem pela Hospedaria dos Imigrantes, em São Paulo, foi assim
distribuído no interior do Estado: Fazenda Floresta, na região de Itu
(173 pessoas provenientes da ilha de Okinawa); Fazenda Canaã, a 40 km
de Ribeirão Preto (152 pessoas, também de Okinawa); Fazenda Dumont, na
estação Dumont da Mogiana (210 pessoas de Fukushima, Kumamoto e
Hiroshima); Fazenda Guatapará, entre Ribeirão Preto e Araraquara (88
pessoas de Kagoshima, Kochi e Niigata); Fazenda São Martinho, na
estação Martinho Prado da ferrovia Paulista (101 pessoas de Kagoshima);
e Fazenda Sobrado, próxima a São Manoel (48 pessoas de Yamaguchi e
Aichi).
A
experiência, porém, revelou-se desastrosa. Com exceção da Fazenda
Sobrado, que sempre gozou de boa fama entre os imigrantes japoneses, em
todas as outras ocorreram sérios conflitos entre esses colonos e a
administração. Também houve conflitos entre os imigrantes e os
funcionários da Companhia Imperial de Emigração, acusada de ser
responsável por tal situação. Indignados com as péssimas condições de
trabalho, moradia e remuneração, os japoneses promoveram sucessivas
greves, fugas noturnas e rescisões de contrato em cada uma das
fazendas. Na Fazenda Dumont – considerada a maior plantação de café, de
propriedade de Henrique, pai de Santos Dumont -, 52 famílias retornaram
à Hospedaria dos Imigrantes e, por meio do departamento Estadual do
Trabalho, foram realocados em outros empregos, em outras localidades.
Na Fazenda São Martinho, após a ocorrência de motins, greves, revoltas
e fugas, sete famílias foram expulsas. Em solidariedade, mais 12
famílias abandonaram a fazenda. Segundo Tomoo Handa, tudo contrariava o
imigrante “desde a alimentação, a moradia, o clima e a atmosfera da
fazenda, até o jeitão de superioridade do administrador, a arrogância
do fiscal e o mau atendimento do intérprete”.
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Também houve divergências
entre os próprios japoneses. Os cafeicultores haviam estabelecido uma
exigência contratual de permitir a entrada somente a famílias
constituídas de, pelo menos, três membros de 15 a 50 anos de idade,
acreditando com isso facilitar a adaptação dos imigrantes às fazendas e
dificultar-lhes as fugas e as rescisões de contrato. Essa exigência, no
entanto, foi burlada por um engenhoso expediente: a formação de
“famílias artificiais”, na ocasião do embarque. Na maioria das vezes,
essas “famílias” se desagregavam tão logo cumprido o prazo do contrato
e até mesmo antes do seu término. Devido às dificuldades de
relacionamento, os membros “artificiais” rebelavam-se contra a tutela
do “chefe de família”, abandonando as fazendas para procurar outras
formas de atividade econômica.
O balanço
final da primeira experiência com os imigrantes japoneses é, desse
modo, revelador: dos 772 japoneses distribuídos pelas fazendas, 430
tinham se retirado após 6 meses e, 13 meses depois, apenas 191
permaneciam no mesmo local. Devido a esse malogro, o governo do Estado
de São Paulo tentou cancelar o contrato de 1907, o que não
foi feito: as Companhias de Emigração comprometeram-se a fazer uma
melhor seleção dos trabalhadores e a aceitar uma série de novas
cláusulas contratuais para evitar greves, fugas e retiradas antes do
prazo estipulado. Mesmo assim, os resultados obtidos foram escassos. Em
1912, por exemplo, 62% dos trabalhadores japoneses abandonaram as
fazendas sem cumprir os contratos.
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"O rosto de quem trabalha com a peneira fica
vermelho-escuro num
instante,
e nele só se destaca
o brilho dos olhos. (...)
O ato de peneirar era
chamado de
'peneiramento', e
o lançamento ao ar,
'abanar', mas os japoneses
usavam a expressão
'bana-café' ou, então,
'sabiru' "
(Tomoo Handa)
Museu
Histórico da Imigração Japonesa
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Ser
proprietário, uma obsessão
Esses japoneses, em sua grande
maioria, encaravam a imigração de modo estritamente instrumental: a
idéia era trabalhar alguns anos no exterior, onde acumulariam uma
quantidade de capital suficiente para melhorar a situação de suas
famílias quando retornassem ao Japão. Em geral, eram solteiros e tinham
uma orientação sócio-cultural voltada para o país de origem.
Não era
possível, no entanto, continuar alimentando o sonho de regresso após o
enriquecimento enquanto eles permanecessem na condição de trabalhadores
assalariados nas fazendas de café. A saída foi então procurar outras
formas mais rentáveis de atividade econômica. Desse modo, muitos dos
antigos colonos tornaram-se contratistas, isto é, formadores de
cafezais. Segundo Zenpati Ando, em seu livro Estudos sócio-históricos da
imigração japonesa,
“o trabalho de contratista ou formador de café era uma espécie de
empreitada para a formação de cafeeiros, num período de 4 a 6 anos. Era
um trabalho de derrubar, queimar e limpar as matas, semear e cuidar dos
cafezais. Cada família empreitava de 4.000 a 8.000 pés, conforme o
número dos braços disponíveis. (...) Com o fito de ajudar a sua receita
o formador podia fazer as culturas intercaladas de arroz e feijão entre
os cafeeiros, revertendo o produto total em seu favor. Quando o café
começa a produzir, o que ocorre a partir do quarto ano, a colheita
inicial também revertia em benefício do formador; embora esta fosse
reduzida. Findos os 4 anos, os cafezais eram entregues aos fazendeiros
quando os contratistas recebiam um tanto pela formação de cada pé. O
contrato de formação durante quatro anos era acessível mesmo aos
colonos que quase não possuíam capital, pois eles podiam ir vivendo com
a receita obtida das culturas intercaladas”.
Foi na região
de Araraquara que ocorreu o primeiro trabalho de contratista para a
formação de cafezais envolvendo imigrantes japoneses. Em 1912, o
administrador da Fazenda Guatapará comprou uma grande extensão de terra
e encarregou 40 famílias japonesas a formar e cuidar do cafezal.
Posteriormente, em 1916, essas famílias adquiriram terra em conjunto,
tornando-se o primeiro núcleo de proprietários japoneses plantadores de
café. O trabalho como contratistas na formação de cafezais foi uma
forma eficiente encontrada pelos japoneses para acumular poupança e
passar da condição de colonos à de pequenos proprietários.
Quando isso se
deu, a idéia de retorno ao Japão começou a perder sua força. A obsessão
em adquirir terras levou os japoneses a multiplicarem sua jornada de
trabalho nas culturas independentes. Era muito comum entre os colonos
brasileiros a acusação de que os japoneses eram pecadores, pois não
respeitavam as folgas nem os dias santos. Segundo Tomoo Handa, a enxada
tornava-se o instrumento mais importante para o trabalhador japonês,
adquirindo o significado equivalente ao da espada dos samurais: uma
verdadeira arma de guerra.
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"Havia pequena diferença entre as roupas dos brasileiros e a dos italianos, mas elas jamais chamavam atenção como as dos colonos japoneses.
Os vestidos das mulheres imigrantes (...) tinham sido recosturadas à moda brasileira a partir de quimonos.
Os vestidos de padrões sóbrios, os lenços ou as toalhas na cabeça, quase sempre branco, tudo contrastava fortemente com as vestimentas vermelhas dos italianos"
(Tomoo Handa)
Museu Histórico da Imigração Japonesa
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Banzai,
Banzai
“A banda começou a
tocar. Os alunos das escolas primárias alinhados apertadamente no molhe
dos cais abriram simultaneamente as bandeirolas que até então haviam
conservado enroladas. Eram bandeiras japonesas.
Agitando-as ao som da banda as crianças começaram a cantar:
Vamos
companheiros, além-mar
Para o Brasil, um
país meridional...
Para a futura
fortuna elaborar
Corajosos
colonizadores pioneiros...
Então, os
imigrantes começaram, todos, a gritar: Banzai, Banzai (viva, viva). Os escolares
alinhados nos cais eram alunos das escolas primárias de Kobe, trazidos
pelos professores, toda vez que partia um navio de imigrantes”.
Assim narra
Tatsuzo Ishikawa em seu romance Sooboo. O clima de partida já era
outro, triunfal, quase guerreiro: nesses navios, além de trabalhadores,
embarcavam grande quantidade de capital para financiar os projetos de
colonização no Brasil, com o objetivo de produzir matéria-prima em
larga escala para o mercado japonês.
Era, de fato,
quase uma operação militar. A partir da segunda metade dos anos 20, em
consonância com os ideais expansionistas que ganhavam impulso no Japão
na época, a emigração passou a ser politicamente orientada: assim, em
1924, quando os Estados Unidos fecharam definitivamente as portas para
os japoneses, o Parlamento japonês aprovou a concessão de um subsídio
integral da passagem marítima para os trabalhadores que se destinavam
ao Brasil. Já no ano seguinte, segundo Francisca I. S. Vieira, o
“Brasil é para o Japão, não apenas praticamente o único país recebedor
de emigrantes, mas também mercado potencial para investimentos. O
capital japonês buscava novos mercados para investir fora da Ásia e a
ação combinada do governo e dos capitalistas imprime novas
características à política migratória japonesa no Brasil”.
Em nome da
“expansão da raça japonesa para o além-mar”, com forte conteúdo
nacionalista e militarista, os navios partiam mês a mês, transportando
até 1.500 imigrantes por vez para o porto de Santos. Ao todo, entre
1925 e 1935, chegaram ao Brasil 141.732 japoneses, enquanto no período
anterior, de 1908 a 1924, haviam entrado 34.899. Desse modo,
multiplicaram-se os núcleos de colonização japonesa em São Paulo e no
Paraná. As Companhias de Colonização, criadas especialmente para
organizar e desenvolver tais núcleos, adquiriam grandes glebas de
terras, repassando-as em pequenos lotes para os imigrantes. Elas também
financiavam a produção, abriam estradas e escolas, instalavam serviço
médico, além de sanear zonas insalubres. O desenvolvimento do Norte do
Paraná, da Alta Paulista (região de Marília) e da região Noroeste do
Estado de São Paulo está diretamente relacionado com a ação dessas
companhias.
Esse período,
de 1925 a 1935, é por isso considerado a fase mais próspera da
imigração japonesa no Brasil. Boa parte dos imigrantes tornaram-se
proprietários e os núcleos japoneses alcançaram grande desenvolvimento.
Pode-se dizer que nesses núcleos – que os japoneses chamavam, com seu
sotaque peculiar, de “corônia” – os imigrantes conseguiam manter, em
linhas gerais, tanto do ponto de vista social quanto cultural, o mesmo
tipo de vida que levavam nas comunidades rurais de origem.
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Impossível melhorar de vida nas fazendas de café: para os japoneses, a saída era tornarem-se proprietários. Alcançar esse propósito seria facilitado com a introdução maciça de capitais japoneses no Brasil a partir de segunda metade da década de 20.
Na foto, imigrantes japoneses
em sua lavoura de batata.
Museu
Histórico da Imigração Japonesa
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O
Perigo amarelo
“Não há mais remédio para o
mal”, lamentava em 1934 o deputado constituinte Félix Pacheco, a
respeito da “indigestão japonesa”. “Tudo agora, aqui, é Japão, a
propósito e sem propósito, todas as semanas, todos os dias, nas seções
pagas e não pagas dos jornais, em livros de edições apuradas e
reedições caras, em viagens, em conferências, em telegramas, em
entrevistas com retratinhos e dados de toda a ordem”. O médico Miguel
Couto também alertava para o perigo da “japonização do Brasil” e da
transformação da Amazônia na “Nova Manchúria”, e liderou uma campanha
anti-nipônica na Assembléia Constituinte de 1934, que acabaria por
aprovar a limitação da imigração japonesa. Em conseqüência, entre 1936
e 1950, entraram apenas 14.662 japoneses, ficando o fluxo migratório
interrompido de 1942 a 1945.
Essa ofensiva
contra o expansionismo japonês foi também parte da política
nacionalista implementada na época pelo governo Vargas. Com o golpe de
estado, em 1937, que implantou o chamado “Estado Novo”, a ditadura de
Vargas desencadeou a nacionalização forçada de tudo o que tivesse
coloração estrangeira. O grande alvo foram os núcleos de colonização
japonesa, agora chamados de “quistos raciais”. A língua japonesa foi
proibida de ser falada em locais públicos; escolas e jornais japoneses
foram fechados; livros confiscados, e as pessoas que fossem flagradas
cometendo tais delitos eram imediatamente presas e enquadradas na lei.
Em 1942, o
Brasil declarou guerra aos países do Eixo (entre eles, o Japão). Em
conseqüência a situação dos imigrantes japoneses tornou-se
aterrorizante. Pessoas eram presas, casas invadidas e fabricavam-se em
série “quintas-colunas” (traidores e espiões). Todo japonês tornou-se
um inimigo em potencial. Em setembro do mesmo ano, inspirando-se na
política de “evacuação” instituída nos Estados Unidos, ordenou-se a
“desocupação” da área da Rua Conde de Sarzedas, em São Paulo, onde
havia grande concentração de japoneses. Em julho de 1943, iniciou-se a
desocupação em massa do litoral paulista, como narra Tomoo Handa: “era
noticiado o início da evacuação para interior de cerca de dez mil
famílias de pessoas oriundas do Japão e da Alemanha que habitavam no
litoral do Estado de São Paulo. (...) No dia 12 de julho, 4 mil
japoneses vindos da região de Santos já haviam passado pela Hospedaria
dos Imigrantes de São Paulo para se dirigir à Noroeste, à Alta
Sorocabana e à Alta Paulista”.
Estranha e
trágica passagem pela Hospedaria dos Imigrantes, que então servia de
prisão aos imigrantes acusados de traição e espionagem. Anos atrás, ao
passar pela mesma Hospedaria, os imigrantes traziam consigo seu sonho
de Eldorado. Agora, presos na Hospedaria-cárcere, qual o conteúdo de
seus pesadelos?
Rui Kban Sano
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