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Norte: Cerâmica Tapajônica
Mesmo depois dos primeiros contatos com os europeus, os tapajós ainda eram uma das maiores nações indígenas da Amazônia.

Objetos de cerâmica em estilo Santarém achados em lugares distantes entre si indicam que havia um contato intenso entre os tapajós e as tribos vizinhas, seja pelo comércio, seja pela dominação direta.

“É possível que houvesse um poder central exercido por um chefe tapajó, reunindo tribos vizinhas – inclusive de etnias e línguas diferentes”, sugere o arqueólogo Eduardo Neves, do museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE-USP). Esse modelo de chefia é o que os antropólogos chamam de “cacicado”.

Os recipientes em formas exuberantes eram provavelmente usados em ocasiões especiais, como festas e rituais religiosos.

Sabe-se que os tapajós misturavam as cinzas de seus mortos a bebidas fermentadas feitas de milho ou arroz-bravo, uma planta nativa da Amazônia. Nesse caso, alguns dos vasos seriam usados para, literalmente, beber os entes queridos. Outros seriam de uso exclusivo dos sacerdotes, para a ingestão de bebidas alucigenógenas, como a ayahuasca.

A cerâmica oferece aos arqueólogos pistas sobre o dia-a-dia dos tapajós.
A cerâmica é feita com argila e cauxixi, uma esponja de rio. A mistura fica dura e leve como porcelana.

Jarro de formas rebuscadas feito pelos índios tapajós, que até o 
século XVII habitavam o lugar onde hoje é Santarém, no Pará.

  A cavidade no gargalo deste vaso servia para colocar penas coloridas durante os rituais. Ele tem 20 centímetros de altura.
Bichos como o jacaré e a onça-pintada eram frequêntes na cerâmica decorada tapajônica:
O cotidiano também era retratado, como
nesta estatueta feminina.
Os arqueólogos acham que as culturas mais desenvolvidas da América do Sul surgiram na Amazônia e Atingiram seu 
auge nos Andes. Isso explicaria as semelhanças.

O muiraquitã, pedra verde esculpida em forma de sapo era usado pelas mulheres tapajós como amuleto para prevenir doenças e evitar a infertilidade. A crença se espalhou pelo Baixo Amazonas e chegou ao Caribe, onde foram achados muiraquitãs amazônicos. “Devem ter sido um objeto de troca entre as elites”, diz o arqueólogo Marcondes Lima da Costa, da Universidade Federal do Pará. A moda pegou até na Europa no século XVIII, muiraquitãs eram levados para o Velho Continente. Acreditava-se que evitavam epilepsia e cálculos renais. 
Hoje são peças raras, que alcançam altos preços nos leilões.

Os tapajós viviam em guerra com outras tribos, mas foi pela arte que ficaram famosos. Suas cerâmicas decoradas, leves e resistentes, atiçaram a cobiça de colecionadores do mundo inteiro. Essas peças são praticamente os únicos vestígios que restam daquele povo.

Fonte: Eldorado de Barro / Claudio Angelo in Super Interesante Especial Pré-História Brasileira nº abril 1999 - Editora Abril.
Mapa: Paulo Nilson; vasos, jacaré, onça-pintada e figura feminina: Janduari Simões / Museu Parense Emílio Goeldi; jarro: Wagner Souza e Silva / MAE-USP; Muiraquitã de Nefrita: MAE-USP.


Artesanato


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