Terra Brasileira
Brasil Folclórico
folclore
modus Transporte
artesanato culinária
literatura Contos lendas mitos
música danças religiosidade tipos ofícios contatos
Loja

Lendas
Região Norte

-Amazonas
-O Boto
-Cobra-norato
-O Guaraná
-O Sol e a Lua
-Sapucaia-roca
-A Vitória-régia
-Outras Lendas
 Nordeste
 Centro-oeste
 Sudeste
 Sul

O Boto

Boto

A inexistência, no Brasil dos séculos XVI, XVII e XVIII, de entidades com atributos do cetáceo faz supor ser a lenda de origem branca e mestiça, com projeção nas malocas indígenas.
Personagem de grande importância na mitologia amazônica, principalmente no Pará, o boto é retratado como sedutor irresistível e grande fecundador. À noite, transforma-se em um moço bonito e namorador, branco ou vestido de branco, que bebe muito e vai às festas, onde dança com as moças e depois as seduz.
De madrugada, volta para o rio e se transforma em boto de novo.
As mulheres seduzidas engravidam e têm filhos normais, pelo que são atribuídos ao boto muitos filhos sem paternidade reconhecida.

De olfato muito apurado, o boto vira as canoas que transportam mulheres menstruadas para possuí-las.

Boto

Às partes do corpo de um boto abatido são atribuídas virtudes mágicas, curativas ou afrodisíacas. O olho, seco e especialmente preparado é usado para seduzir pessoas, homem ou mulher, olhando-se através dele.
O boto também pode se transformar numa moça muito bonita que atrai homens até o rio e os leva para o fundo, de onde nunca mais voltam.

De acordo com a lenda, um boto cor-de-rosa sai dos rios amazônicos nas noites de festa junina. Com um poder especial, consegue se transformar num lindo, alto e forte jovem vestido com roupa social branca. Ele usa um chapéu branco para encobrir o rosto e disfarçar o nariz grande. Vai a festas e bailes noturnos em busca de jovens mulheres bonitas. Com seu jeito galanteador e falante, o boto aproxima-se das jovens desacompanhadas, seduzindo-as. Logo após, consegue convencer as mulheres para um passeio no fundo do rio, local onde costuma engravidá-las. Na manhã seguinte volta a se transformar no boto.


Na cultura popular, a lenda do boto era usada para justificar a ocorrência de uma gravidez fora do casamento.


Ainda nos dias atuais, principalmente na região amazônica, costuma-se dizer que uma criança é filha do boto, quando não se sabe quem é o pai.

Outras manifestações do boto não têm caráter sexual e incluem malefícios como afugentar os outros peixes e estragar a pescaria ou causar doenças em que a pessoa fica de cama, com febre alta, e é curada com benzeduras, rezas e tratamentos com ervas.

Conexão relacionada: http://www.suapesquisa.com/folclorebrasileiro/lenda_boto.htm
Fonte :  Grande Enciclopédia Larousse Cultural - São Paulo: Editora Nova Cultural Ltda, 1988.

Ilustrações de J. Lanzellotti



Lendas do Norte

Deixe seu comentário: Deixe seu comentário:
Correio eletrônico Facebook
Livro de visitas Twitter