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Lendas Regiões
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Faz
muito tempo que esse caso sucedeu em Goiás.
O moleque ainda está vivo e do mesmo tamanho; anda por todas as estradas, fazendo o que não presta; quebra telhas a pedradas, espalha animais, assombra gente, tira galinha do choco, desnorteia quem viaja, espalhando um medo sem forma e sem nome; é pequeno, preto, risão, sem ter fé nem juízo. Homens sérios têm visto Romãozinho. Furtou uma moça na chapada de Viadeiros; conversou com o Coletor de Cavalcanti; virou fogo-azul, indo-e-vindo na estrada, perto de Porto Nacional. Não morrerá nunca enquanto uma pessoa humana existir no mundo. E como levantou falso contra sua própria mãe, nem mesmo no inferno haverá lugar para ele ... Gu-ê-Crig É um herói popular nas estórias picarescas dos indígenas kadiwéu, remanescentes, no Brasil atual, dos índios de língua guaicuru, constituindo a última tribo dos mbayá. Gu-ê-Crig é uma espécie de Pedro Malasartes, um Eulenspiegel, despudorado, zombeteiro, ladrão e covarde, aproveitador de todos os expedientes, mas cheio de vivacidade, atrevimento, originalidade. Embora muito antipatizado pelos indígenas, é motivo predileto de narrativas por suas aventuras reprovadas mas inesquecíveis. (Darci Ribeiro, Religião e Mitologia Cadiuéu, publicação n.º 106 do Serviço de Proteção aos Índios, Rio de Janeiro, 1950, reunindo algumas peripécias típicas do famoso Gu-ê-Crig). |
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