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Romãozinho
Filho de negro trabalhador, Romãozinho nasceu vadio e malcriado.
Tinha todos os dentes, fisionomia fechada, hábitos errantes, nenhuma bondade no coração.
Divertimento era maltratar animais e destruir plantas. Menino absolutamente perverso.

Um meio-dia, a mãe mandou-o levar o almoço ao pai que trabalhava num roçado, distante de casa.
Romãozinho foi, de má vontade.
No caminho, parou, abriu a cesta, comeu a galinha inteira, juntou os ossos, recolocou-os na toalhinha, e foi entregar ao pai.
Quando o velho deparou ossos em vez de comida, perguntou que brincadeira sem graça era aquela.
Romãozinho entendeu vingar-se da mãe, que ficara fiando algodão no alpendre da casinha:
- É o que me deram ... Minha mãe comeu a galinha com um homem que aparece lá em casa quando o senhor não está por perto. Pegaram os ossos e disseram que trouxesse. Eu trouxe. É isso aí ...

O negro meteu a enxada na terra, largou o serviço e veio correndo. Encontrou a mulher fiando, curvada, absorvida na tarefa.
Dando crédito ao que lhe dissera o filho, puxou a faca e matou-a. Morrendo, a velha amaldiçoou o filho que estava rindo:
- Não morrerás nunca. Não conhecerás o céu, nem o inferno, nem o descanso enquanto o mundo for mundo ...
O marido morreu de arrependimento. Romãozinho desapareceu, rindo ainda.
Faz muito tempo que esse caso sucedeu em Goiás.
O moleque ainda está vivo e do mesmo tamanho; anda por todas as estradas, fazendo o que não presta; quebra telhas a pedradas, espalha animais, assombra gente, tira galinha do choco, desnorteia quem viaja, espalhando um medo sem forma e sem nome; é pequeno, preto, risão, sem ter fé nem juízo.
Homens sérios têm visto Romãozinho.
Furtou uma moça na chapada de Viadeiros; conversou com o Coletor de Cavalcanti; virou fogo-azul, indo-e-vindo na estrada, perto de Porto  Nacional. Não morrerá nunca enquanto uma pessoa humana existir no mundo.
E como levantou falso contra sua própria mãe, nem mesmo no inferno haverá lugar para ele ...


Gu-ê-Crig


É um herói popular nas estórias picarescas dos indígenas kadiwéu, remanescentes, no Brasil atual, dos índios de língua guaicuru, constituindo a última tribo dos mbayá.
Gu-ê-Crig é uma espécie de Pedro Malasartes, um Eulenspiegel, despudorado, zombeteiro, ladrão e covarde, aproveitador de todos os expedientes, mas cheio de vivacidade, atrevimento, originalidade. Embora muito antipatizado pelos indígenas, é motivo predileto de narrativas por suas aventuras reprovadas mas inesquecíveis.
(Darci Ribeiro, Religião e Mitologia Cadiuéu, publicação n.º 106 do Serviço de Proteção aos Índios, Rio de Janeiro, 1950, reunindo algumas peripécias típicas do famoso Gu-ê-Crig).


Fontes : Lendas BrasileirasCâmara Cascudo. - Rio de Janeiro: Ediouro Publicações S.A, 2000
Dicionário do Folclore Brasileiro / Câmara Cascudo. - Rio de Janeiro: Ediouro Publicações S.A. sem data


Gu-ê-Crig

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