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Nheengatu
O Nheengatu, também conhecido como "língua geral", é a verdadeira língua nacional brasileira. Foi desenvolvido pelos jesuítas nos séculos 16 e 17, com base no vocabulário e na pronuncia tupi, que era a língua das tribos da costa, tendo como referencia a gramática da língua portuguesa, enriquecida com palavras portuguesas e espanholas. A língua geral foi usada correntemente pelos brasileiros de origem ibérica, como língua de conversação cotidiana, até o século 18, quando foi proibida pelo rei de Portugal. Mesmo assim continuou sendo falada.

A língua nheengatu se desenvolve numa época em que o Brasil, sendo colônia de Portugal, era da Espanha, em virtude da unificação das coroas desses dois países, de 1580 a 1640. Sobre o nheengatu, o padre Anchieta escreveu uma gramática e deixou várias orações e textos traduzidos. Do século XVII, há o dicionário de Pero de Castilho.

Há algum tempo a Câmara de São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, bem na fronteira, aprovou lei que reconhece o nheengatu como língua oficial, junto com o português (e o espanhol), pois sua população fala as três línguas.

Eduardo de Almeida Navarro, professor da Faculdade de Letras da Universidade de São Paulo, esclarece que o termo tupi, embora popular, não é estritamente correto. O idioma que ele ensina, falado nos dois primeiros séculos de colonização do Brasil, é, na realidade, conhecido pelos especialistas como língua brasílica, da qual o tupi era um de seus dialetos. Já no século 16, a língua brasílica começou a ser aprendida pelos portugueses que, de início, eram minoria entre os índios, numa proporção de 10 para 1. “Como grande parte dos colonos vinham para o Brasil sem mulheres, os portugueses passaram a viver com mulheres indígenas”, explica o professor. “Assim, a língua brasílica passou a ser a língua materna de seus filhos, especialmente nas áreas mais afastadas do centro administrativo da Colônia, que era a Bahia. Era língua comum entre os portugueses, descendentes, e também seus escravos, inclusive os africanos.” Mas é claro que a influência da cultura européia e africana seria logo sentida pela língua indígena. De fato, a partir da segunda metade do século 17, a língua brasílica sofreu várias modificações, passando a ser chamada de língua geral, que foi falada até 1758. Considera-se este ano como o da morte do tupi no Brasil. Foi quando o Marquês de Pombal, em nome do rei Dom José I, proibiu o ensino e o uso do tupi em todo o território nacional, instituindo o português como única língua do Brasil.

A proibição da língua brasileira

Matéria publicada na Ilustrada de 18 de Junho dava conta de que uma nota da Anatel, de agosto de 2002, sobre um programa radiofônico da FM Educativa, de Campo Grande (MS), transmitido na língua nheengatu, levantava a questão da sua legalidade em face de uma lei de 1973 que proíbe veiculações radiofônicas em língua estrangeira. A duvida da Anatel põe em questão a legalidade da língua ainda falada por brasileiros de várias regiões do país e em suas variantes residuais ainda falada por milhões de brasileiros, especialmente crianças e iletrados, que só aparentemente falam português oficial dos decretos.

José de Souza Martins, professor titular do Departamento de Sociologia da USP.

Fonte: Folha de São Paulo – 20 de julho de 2003
Colaboração: Mauricio Pereira


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