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Formas na Linguagem e na Literatura folclórica

Frases feitas

São frases comumente usadas quando se conversa e que se ajustam perfeitamente ao assunto e em poucas palavras exprimem um significado muito vasto.
Ex.: Chover no molhado; Entre a cruz e a caldeirinha; Ficar de água na boca; Botar no chinelo; Quem não chora não mama, etc.

Entre as frases feitas pode-se destacar as de satisfação e amabilidade, como:

Boas Festas!, Felicidades!, Deus te guie!

E também as pragas, como:

Vá pro inferno!, Raios te partam!

E os xingamentos, muitas vezes com palavras de baixo calão.

Apotegma 

É uma estorieta moral bem resumida:

Nada receie, disse o galo à minhoca, e engoliu-a;
Estão verdes, disse a raposa, ao perceber que não poderia alcançar as uvas.
A galinha de uma perna só foi ciscar... caiu. 1

Réplicas
São respostas de caráter variado, face à argumentação de outrem:

Espera – R: Quem espera desespera;
Estou com fome – R: Vai à rua, mata um homem e come;
Que há de novo? – R: Muita galinha e pouco ovo.
Disparates

São indagações que envolvem uma comparação absurda, evidenciando a falta de nexo entre o assunto em tela:

O que tem o urubu a ver com o luto da Maria?
O que tem a ver a água do joelho com a seca do Ceará?
O que tem a ver o Judas com a alma dos pobres?

Ditados

São dizeres ou sentenças breves, geralmente de conteúdo moral, que nascem da experiência do homem em contato com o mundo que o cerca. São muito usados pelas pessoas mais velhas quando estão conversando. É o provérbio folclórico:

Aquilo são lágrimas de rato em enterro de gato;
Jacaré quando tem fome até barro come;
Melhor é perder um pão que toda a fornada;
Pobre quando mete a mão no bolso tira só os cinco dedos;
Pata de galinha não esmaga pinto, etc.

Lemas de pára-choque

São frases curtas, de tom satírico, religioso, lírico e humorístico, escritas nos pára-choques dos caminhões. Assim o “irmão de estrada” vai levando sua filosofia por todo o Brasil:

Montado na morte à procura da sorte;
Feliz foi Adão que não teve sogra nem caminhão;
O homem nasce, cresce, fica bobo e casa;
O amor é cego, o vizinho não;
Sogra não é parente, é castigo, etc.

Pregão


É a forma de linguagem com a qual os trabalhadores anunciam sua mercadoria.

Pode ser também cantado:

Aproveita minha gente 
Aproveita e não demora
A laranja ta acabando
O caminhão vai-se embora.
ou
A Bahia é boa terra
Ela lá e eu aqui
Quem quisé comê cocada
Não vá lá, que tem aqui

Fraseado de botequim

Também são muito interessantes. Antigamente as fórmulas de não vender fiado eram pintados à mão nos botecos e nas casas comerciais. Hoje elas geralmente são impressas e colocadas em lugar visível ao freguês:

Fiado só se faz a um bom amigo e um bom amigo nunca pede fiado.
Fiado só a maiores de 100 anos acompanhados de seus avós.
O fiado já morreu
Com o dono foi enterrado
Quem quiser beber cachaça
É só no dinheiro contado
ou
Se vem por bem, entre
Esta casa é sua
Mas se pedir fiado
Não entre, fique na rua.

Epitáfios

São frases, dísticos, quadrinhas e outros versos, inscritos nas pedras ou paredes dos túmulos. Falam de amor e revolta, de saudade e esperança, de consolo ou desalento:

Passamos a vida juntos
Viveste como eu vivi
E hoje que somos defuntos
A morte nos une aqui.
ou
Adeus mundo de ilusão
Te deixei na flor da idade
Levo para o céu a esperança
Na terra deixo saudade

Fórmula de terminar estórias

São fórmulas especiais que a linguagem folclórica usa para terminar estórias ou casos e são de grande voga no interior, após as horripilantes narrativas de assombrações ou as delicadas lendas, tão ao gosto do caboclo mineiro. Muitas vezes elas são romanceadas pelo contador de estórias, que se coloca na cena dizendo:

“Estive lá na festa e vinha trazendo uns doces para vocês, mas, ao atravessar a ponte, tropecei e os doces caíram no rio...”
Entrou pela porta
Saiu pela janela
Quem gostou
Não se esqueça dela.
ou
Acabou a estória
Morreu a vitória
Entrou por uma porta
Saiu por outra
Quem quiser
Que conte outra.

Fonte : Folclore Brasileiro / Nilza B. Megale- Petrópolis: Editora Vozes, 1999.
1. Contribuição de Ariovaldo Veiga.


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