Adivinhas
São uma forma lúdica
de enigmas populares, na
qual a enunciação da idéia ou fato está envolta
numa alegoria a fim de dificultar a descoberta. Elas são tão
velhas quanto a própria história, pois nas civilizações
antigas os deuses falavam de uma forma um tanto obscura e os homens
tinham
de interpretar suas palavras. Com o tempo os próprios homens foram
formando suas charadas, e, no Brasil, a fusão das raças branca,
negra e indígena acabou por formar um verdadeiro arsenal de
perguntinhas.
As adivinhas, não raro, se apresentam em forma metrificada, o que
facilita a sua decoração e sua transmissão. Elas são
mais usadas no meio rural do que nos centros urbanos e
industrializados,
porém atualmente a televisão tem dado um grande apoio para
a sua divulgação.
As
adivinhas podem se classificar-se em:
Comuns:
Por
que o galo quando canta fecha os olhos? (porque sabe a música
de cor).
Qual
a cabeça que não tem medo de pancada? (cabeça
do prego).
Religiosas:
O
que é que o rei vê uma vez, o homem toda vez e Deus
nenhuma vez? (o seu semelhante).
Existem
ainda as maliciosas
ou de
goga,
que muitas vezes
parecem ser fortes, devido à sua enunciação, mas são
completamente inocentes, ex:
O
que é que o homem tem atrás
e a mulher na frente?
(a letra M).
Onde
é o lugar que lhe coça
mais o corpo?
(as unhas. Não é com elas que se
coça?).
Entre as
versificadas encontramos:
A mãe é verde
A
filha encarnada.
A
mãe é mansa
A
filha é danada.
(pimenta) |
ou |
Responda depressa
Não
seja bocó.
Está
no pomar
E
no seu paletó.
(manga).
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Muito ligadas às adivinhas estão as perguntas
enigmáticas,
de fácil solução, desde que se esteja atento. Ex:
Com
quem se parece o burro? – Com
o outro burro.
Quem é que tira o que Deus dá?
– A cachaça; tira o juízo do homem.
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