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Poesia Popular

Ela se manifesta de várias maneiras, nas quadrinhas, nas serenatas, nos romances, nos desafios, nas modas de viola, nas cantigas folclóricas, etc., e brota do próprio povo, refletindo a mentalidade coletiva de nosso homem da roça, seu modo de ser, suas lamentações, misturadas com o cômico e o burlesco.

A vida de gente pobre
Padece, não tem artura
A vida de gente rica
Arregala e tem fartura.

O rico levanta cedo
Toma café com mistura
O pobre bebe garapa
Quase sempre sem doçura.

O rico qué comê pexe
No mercado ele procura
O pobre agarra a vara
E sai na noite às escura.

  A perna de moça rica
É bonita e tem grossura
Cambito de moça pobre
Inda perde pra saracura.

Quando gente pobre morre
Vai gozá lá nas artura
O rico vai pros quinto
Fervendo na fervedura.
 
 
 

 

Quadrinhas
A poesia popular é feita geralmente em quadrinhas ou sextilhas, entretanto, as primeiras são mais comuns, talvez pela simplicidade de sua forma. São compostas de quatro versos de sete sílabas com acento na terceira e na última, duas rimas geralmente perfeitas, às vezes apenas toante no segundo e quarto verso:

Esta noite tive um sonho,
Mas que sonho atrevido
Sonhei que era babado
Da barra do teu vestido.
ou
Atirei um limão n’água
De pesado foi ao fundo
Os peixinhos responderam
Viva Dom Pedro Segundo.
Aparecem também algumas quadrinhas, geralmente satíricas e com desfecho inesperado, que possuem três versos de sete sílabas cada um e o último de quatro, que são denominados pé quebrado, pois chamam o verso de “pé”.

Quem quer bem dorme na rua
Na porta de seu amor
Das estrelas faz anzol
E pipoca.
ou
Subi num pé de canela
Pra ver você passar
Você não passou
Eu desci.

Sextilhas
A sextilha de sete sílabas, de rimas simples, é muito, é muito usada na literatura folclórica oral, principalmente nos desafios, nos cantos de folguedos populares, assim como na literatura de cordel, que é escrita:
 
Sou filha de Maceió
Capital alagoana
Me chamo Chica Esporão
Meu nome ninguém engana
Pra vencer-me na cantiga
Ou canta muito ou se dana.

A-B-C
Forma antiga de exprimir conceitos, doutrinas, história, biografia e até amor. É um processo mnemônico para facilitar a decoração. Caracteriza-se por apresentar no início das estrofes ou versos letras do alfabeto em ordem natural, terminado por vezes com referência ao “til”.

Ave Maria /
Bela e bondosa / 
Cheia de graça /
Divina rosa / 
És uma vida /
Fulgente luz /
Ganhaste o céu /
Honras Jesus /
Imenso amor /
Jamais sem fim / 
Kirie o teu filho /
Louvou-te assim /
Mãe da alegria /
Nos vendavais /
Oras Maria /
Pelos mortais / 
Quando Senhora /
Rezo contrito /
Sinto nessa hora /
Tudo infinito / 
Um teu perdão /
Virá por fim / 
X de mistério /
Zelar por mim.
Com A escrevo amor
Com B escrevo beijo
Com C escrevo castelo
Castelo do meu desejo.

Fonte :  Folclore Brasileiro / Nilza B. Megale- Petrópolis: Editora Vozes, 1999.


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