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Danças
semelhantes de “diabo”
- ou Jurupari – havia entre os indígenas do Brasil; e com o
mesmo fim de amedrontar as mulheres e as crianças e
conservá-las em boa ordem. “Durma,
durma, meu filhinho, Talvez o bupupiara; ou o macobeba, nome e concepção que um amigo recolheu há alguns anos de uma criança de Barreiros, no Estado de Pernambuco. Quase toda criança brasileira, mais inventiva ou imaginosa, cria o seu macobeba, baseado nesse pavor vago, mas enorme, não de nenhum bicho em particular – nem de cobra, nem de onça, nem de capivara – mas de bicho – do bicho tutu, do bicho carrapatu, do zumbi: em última análise, do Jurupari. Medo que nos comunica o fato de estarmos ainda tão próximos da mata viva e virgem e de sobreviver em nós, diminuído mas não destruido, o animismo indígena. |
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Na
época do engenho os meninos
tinham uma primeira infância cheio de dengos, de agrados,
agarrados com as mucamas e as mães; de banhos mornos dados
pela negra; de mimo; de cafuné por mão da mulata; de
leite mamado no peito da negra às vezes até depois da
idade da mama; da farofa ou pirão com carne comida na mão
gorda da mãe-preta; de pereba coçada por mulata; de
bicho-se-pé tirado pela negra, de sonos dormidos em colo da
mucama. |
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Registros de Alceu
Maynard Araújo na comunidade
de Piaçabuçu, na região Nordeste do Brasil, por volta de 1950:
É a mãe também que lhes põe, nas horas de choro impertinente, a chupeta, formando um dos hábitos mais generalizados da região. Às vezes, criança de seis anos, ainda usa chupetas ou como comumente dizem – bico. Acalantos Ao anoitecer, após a refeição, quer na casa do rico, onde a mãe embala com o filho no regaço, na macia rede, ou na casa do pobre, onde sentada sobre a esteira, aconchegando a criança, sussurra um dorme-nenê, é o acalanto dolente, monótono que faz cerrar as pálpebras. Eis os acalantos mais comuns desta região:...
Nestes
quatro “dorme-nenê”, estão presentes os bichos que produzem
o medo as crianças: o pavão, o boi e o gato. Nestes outros
dois acalantos de uma suavidade sem par, embalam e não aterrorizam,
porque não há mitos da angústia infantil embora haja
uma promessa de apanhar...
Quando as crianças, já maiores porém ainda com poucos anos de idade, povoam-lhes as mentes com os mitos da angústia infantil, ora é o ratão que mora lá em cima do telhado, é o bicho que vem do rio, a bruxa que chupa o sangue, etc. Malvina disse que, quando seus filhos não querem se alimentar ou dormir, ela os ameaça de chamar um ratão que virá comê-los. Este ratão mora em cima do telhado. Infância:
fase das primeiras descobertas, das brincadeiras, dos primeiros amigos,
dos contos de fadas.
"A criança não está no mundo apenas para tornar-se adulto, mas também, e principalmente, para poder ela mesma ser uma criança e, como criança, uma parte da humanidade". (Guardini) |
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