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1. Estando
nu, eu não danço
me
vestem para dançar
Mas
me arrancam a capa
Para
me verem brincar
2. É
de madeira e ferro
Carrega
tripa por fora
Quando
brinca com ele
Pula,
canta, até chora
3. Ele,
com capa, não anda,
Sem
capa não pode andar,
Para
andar, bota-se a capa
Tira-se
a capa para andar
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Cascudo
(1984, p. 344) confirma, também, a procedência européia
deste jogo:
O
pião é um pequeno objeto feito de madeira, de preferência
a brejaúva, tendo na ponta um prego – ferrão – implemento
da lúdica infantil, do jogo do pião, atividade recreativa
introduzida no Brasil pelo povoador branco.
Tudo indica
que os portugueses divulgaram este jogo nos primeiros tempos da
colonização
brasileira. A existência do pião em Portugal, em tempos passados,
é confirmada por Teófilo Braga, no Cancioneiro de Resende
e nas Ordenações Afonsinas, que cita, entre alguns
jogos de sociedade do século XV, o pião:
É
o jogo do piam
Favor
se lhe de voar.
(apud
Lima, 1966, p. 275)
Entre
os taulipáng são encontrados piões que zunem, elaborados
em forma graciosa, com uma pequena totuma (fruto)
redonda e oca,
com uma abertura mais ou menos redonda de um lado. Em ângulo reto
é atravessado por um palito de madeira, duro e vermelho, que é
fixado com um pouco de cera negra.
Variantes
de totuma como as que fazem zumbidos não funcionam com cordão.
No alto do Rio Negro, são giradas com as duas mãos, em área
plana, produzindo um som opaco. |
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