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O Idoso: Viver Criativo
Mas o desenvolvimento do indivíduo não terminou, novas nuvens começam a forma-se no horizonte. A visão é agora voltada para dentro. É possível que surja um sentimento de um novo e difícil período. Algumas pessoas vivenciam o início deste período como uma premonição de ainda maiores provas, outras o vêem como uma série de tarefas a serem esperadas, com as quais prefeririam não ser confrontadas. Para o homem, também, sua profissão freqüentemente produz uma série de desilusões. Qualquer um que tenha atingido a idade de sessenta anos é encarado como “passando o resto de seus anos”, mesmo que ainda esteja fazendo seu trabalho com perfeição e para satisfação de todos.
Agora é urgente preparar-se para o que ainda se espera alcançar, o que se terá de deixar e o que se será capaz de terminar.
É um fato conhecido que a criatividade numa idade avançada não é impossível. Nos Estados Unidos, Grandma Moses, uma mulher que começou a pintar quando estava com quase oitenta anos, era um grande sucesso nas exposições e nos artigos das revistas, e muitos seguiram desde então suas pegadas, com graus variáveis de sucesso externo, mas em todos os casos com enorme ganho interno.
Idosos
C.R.S. 3ª Idade - S. Caetano do Sul - SP (anos 90)
Idosos

Em sua idade avançada Goethe descreveu as fases da vida nestes termos: a criança é um realista, o jovem um idealista, o homem adulto um cético, o homem idoso um místico!

É importante que façamos todo o esforço possível para ajudar os idosos a ter um entardecer fértil e criativo para suas vidas. As casas em que vivem deveria ser centros de cultura, com conferências, noites musicais e cursos criativos, nos quais outras pessoas da localidade poderiam participar. Isto funcionaria nos dois sentidos: as pessoas da localidade teriam um centro no qual coisas interessantes estariam acontecendo e os idosos manteriam seu contato com um mundo vivente. É novamente um fato bem conhecido que pessoas idosas que levam uma vida ativa gozam de melhor saúde do que aquelas que vegetam na frente da televisão ou do rádio. Nós sabemos que muitos grandes artistas produzem seu melhor trabalho muito após terem passado seu septuagésimo aniversário. Afirma-se do pintor japonês Hokusai ter declarado que tudo o que antes dos setenta e três era bastante sem valor, tendo ele somente então embarcado em sua verdadeira carreira artística. Ticiano pintou seus trabalhos mais vigorosos quando tinha quase cem anos. Verdi, Richard Strauss, Schütz, Sibelius e outros continuaram a compor até próximo dos oitenta anos. A lista dos compositores ativos até bem depois da década dos setenta é muito longa para ser incluída aqui. Em todos os setores, escritores, pintores e músicos foram capazes de continuar trabalhando muito mais do que cientistas e homens de negócios. Assim é pelo fato de que, com o aumento da idade, o caminho introspectivo progride sempre mais, enquanto a percepção do que ocorre no exterior declina.

O primeiro livro de Cora Coralina, Poemas dos Becos de Goiás e outras histórias mais, foi publicado em 1965, e levou Cora, aos 75 anos, finalmente a ser reconhecida como a grande porta-voz de uma realidade interiorana já afetada pelo avanço da modernidade. O poeta Carlos Drummond de Andrade, surpreendido com a obra de Cora, escreveu-lhe em 1979: "(...) Admiro e amo você como a alguém que vive em estado de graça com a poesia. Seu livro é um encanto, seu lirismo tem a força e a delicadeza das coisas naturais (...)". Cora Coralina nasceu em 20 de agosto de 1889 e morreu a 10 de abril de 1985 em Goiás. 

Se consideramos as conquistas da humanidade, vemos que a sabedoria da velhice pode revelar-se num mundo atemporal. Aqui se situa o campo atingível para todos os que permanecerem ativos: o sumário da essência da vida e o encontro com um mundo a atemporal de valores e significâncias!


Fonte : Fases da Vida / Bernard Lievegoed. - São Paulo: Antroposófica, 1984
Sobre Cora Coralina, trecho do texto de Carlos F. d'Andréa in www.cidadeshistoricas.art.br/hac/bio_cora_p.htm
Gif animado da Animationfactory


O Idoso

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