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Gato Preto |
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Dizem-no o mais resistente dos animais,
tendo
sete fôlegos, e como cada fôlego é uma vida, o gato
tem sete vidas, demorando a morrer, resistindo à morte sete vezes
mais tempo que outro animal qualquer.
Quem mata um gato tem sete anos de atraso,
de
infelicidades.
É
uma reminiscência do gato mascotte,
porte-bonheur,
entidade sagrada, protetora do baixo Egito, onde simbolizava o calor
fecundante
do sol, deusa em Behi Hassan e Budapeste, onde a chamam Bast ou Bastit,
com um focinho felino em vez da fisionomia humana, a Grande Gata do
Céu,
vencedora da serpente Apopi. Oelerus, deus da raça, possuía
templo e colégio sacerdotal. As estatuetas em bronze ou madeira
dourada, representando gatos, são abundantes nos túmulos,
assim como as incontáveis múmias, ricamente enfaixadas. O
deus Ra, de Heliópolis, tomava, comumente, a forma de gato.
Desse cerimonial resta, esvaecida, a proibição de matar-se
o gato e dizê-lo portador de felicidades.
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Há
no Brasil, vinda de Portugal, a superstição
do gato transmitir asma e provocar a coqueluche, curáveis com a
carne do gato assada.
Pereira da Costa (Folclore Pernambucano,
46-48) reuniu notas curiosas relativas ao gato:
-
Gato preto dá felicidade, embora
o diabo tome essa forma constantemente;
- O gato ama a casa e não seus donos.
Quando há mudança na residência, levam o gato dentro
de um saco, tendo-se-lhe passado azeite no focinho, para perder o faro
e não saber encontrar o caminho da casa anterior;
- Quem pisa um rabo de um gato, não casa
no ano em que isto ocorre;
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