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Danças e Festas: Ciclo Carnavalesco
Carnaval
Rei Momo - de J. Lanzellotti
Carnaval

Festa popular, coletiva, realizada anualmente nos três dias que antecedem a Quarta-feira de cinzas. Chamada também folia (folia de Momo, dias de folia).

O carnaval reveste-se de características próprias segundo o lugar em que ocorre. Distingue-se, entre si, os carnavais de Nice, Veneza, Roma, Florença, Nova Orleans, Brasil, etc.
Diferencia-se, inclusive, no Brasil: no Rio de Janeiro, hoje, os eventos mais importantes do carnaval são os bailes de salão e os desfiles das escolas de samba. Em Salvador, predomina o carnaval de rua, ao som de trios elétricos, blocos e afoxés. Em Pernambuco, sobretudo em Olinda e Recife, são mais marcados os blocos de frevo e maracatu.

Considera-se o carnaval uma reminiscência das festas dionisíacas da Grécia antiga, das bacanais, saturnais e lupercais romanas, todas de caráter orgiástico. São apontados também ligações com as festas dos doidos e das danças macabras medievais, sendo provável que todas essas formas de divertimento tenham-se transformado, tempos afora, nos bailes de máscaras do Renascimento e nos carnavais dos tempos modernos.

Entrudo

O carnaval foi introduzido no Brasil pelos portugueses, provavelmente no século XVII, com o nome de entrudo. Essa forma de brincar, que persistiu durante a Colônia e a Monarquia, consistia num folguedo alegre mas violento. As pessoas atiravam umas nas outras água com bisnagas ou limões de cera e depois pó, cal e tudo que tivessem às mãos. Combatido como jogo selvagem, o entrudo prevaleceu até aparecerem elementos de brincar menos agressivos, como o confete, a serpentina e o lança-perfume.
Entrudo
Entrudo, Rio de Janeiro, século XIX
Jean-Baptiste Debret
"Os únicos preparativos do carnaval brasileiro são a fabricação de limões-de-cheiro, negócio que ocupa toda a família do pequeno rentista, a viúva de fortuna modesta, a negra livre que se junta com duas ou três amigas, dividindo as despesas, e por último as negras das casas ricas, que, todas, com dois meses de antecedência procuram conseguir, graças a economias, sua provisão de cera [...] Munido de água e polvilho branco, nesse dia o negro exerce impunemente sobre a negra que ele encontra toda a tirania de suas grosseiras facécias, e algumas laranjas de cera, roubadas dos patrões, formam, durante o resto do dia, um considerável acréscimo às suas munições de carnaval". (Debret)

Mello de Morais descreve o entrudo do fim do século XIX, verdadeiras batalhas que se travaram nos domingos de carnaval. Máscaras, laranjinhas ou "limões de cheiro", feitos de cera e cheios de água perfumada, eram atirados nas batalhas travadas entre os foliões. No bairros mais pobres, o entrudo podia degenerar até se tornar violento. Jogava-se água, ou mesmo outros líquidos menos dignos, de cima dos sobrados. As pessoas molhadas eram pulverizadas com farinha. Muita gente até evitava sair à rua durante o carnaval.

Em 1834, o gosto pelas máscaras se acentuou no país. De procedência francesa, eram confeccionadas em cera muito fina ou em papelão, simulando caras de animais e caretas, entre outras representações. As fantasias apareceram logo depois, dando mais vida, charme e colorido ao Carnaval, tanto nos salões quanto nas ruas.

Daí em diante, através dos tempos, o carnaval foi inovando. Em 1840 realizou-se o primeiro baile. Em 1846 surgiu o Zé Pereira, grupo dos foliões de rua com bombos e tambores. Vieram depois os cordões, as sociedades carnavalescas, blocos e ranchos. O corso, hoje desaparecido, consistia num desfile de carros pelas ruas da cidade, todos de capota arriada, com foliões fantasiados atirando confetes e serpentinas uns nos outros. Em 1929, foi fundada a primeira escola de samba (Deixa Falar), no bairro carioca do Estácio, seguida de várias outras, no Rio de Janeiro e em outros estados.
Até o fim do século XIX os foliões dançavam e cantavam nas ruas quadrinhas anônimas, ao ritmo de percussão e ao som de bandas.
A partir de Abre-alas (1899), da maestrina Chiquinha Gonzaga, a folia passou a ser animada por composições especialmente elaboradas para elas: são a marcha-rancho, o samba, a marchinha, o samba-enredo e o frevo, além da batucada.

As armas

Lança-perfume: bisnaga de vidro ou metal que continha éter perfumado. De origem francesa, chegou ao Brasil em 1903. Em 1917, a Sociedade Piratininga de Higiene fabrica o primeiro lança-perfume nacional. Em 1966, ele é tirado de circulação, reconhecido como sendo prejudicial à saúde.

Serpentina: Foi inventada por um empregado do telégrafo, cujo nome é desconhecido e que trabalhou na agência dos Correios em Paris. Para fazê-la ele usou durante o Carnaval de Paris tiras de papel de código Morse.

Confete: Aparece pela primeira vez no Carnaval de Roma sobre a forma de “confetti”, ou “confeitos” de açúcar que as pessoas jogavam umas sobre as outras durante o corso nas ruas da cidade. O confete de papel foi usado pela primeira vez no Carnaval de Paris em 1892.




Entrudo
O entrudo podia ser grosseiro e ofensivo nos bairros mais pobres...

Principais figuras carnavalescas

Colombina

Arlequim

Pierrot

Carnaval
Colombina
Como o Pierrô e o Arlequim, é uma personagem da Comédia Italiana:
Commedia dell’Arte, forma teatral original com tipos regionais e textos improvisados. Colombina era uma criada de quarto esperta, sedutora e volúvel, amante de Arlequim, às vezes vestia-se como arlequineta em trajes de cores variadas, como as de seu amante.

Arlequim
Rival de Pierrô pelo amor de Colombina usava traje confeccionado a partir de retalhos triangulares de diversas cores. Representava o palhaço, o farsante, o cômico. Debochado, adorava pregar peças nos outros personagens e depois usava sua agilidade para escapar das confusões criadas.

Pierrô
Personagem sentimental, tem como uma de suas principais características a ingenuidade. Vestia roupas feitas de sacos de farinha, tinha o rosto pintado de branco e não usava máscara. Como suspirava e morria de amor pela Colombina era o alvo preferido das piadas em cena.

Rei Momo
Figura carnavalesca inspirada, provavelmente, no Deus grego Momo, Deus do sarcasmo e do delírio. Na Grécia há registros de que os primeiros reis Momos começaram a desfilar por volta dos séculos IV e V a.C. No Brasil, a tradição de eleger um rei começou em 1933, no Rio de Janeiro.

Conexão relacionada:
História do Carnaval de São Paulo
Sociedade e Cultural - Enciclopédia Compacta Brasil - Larousse Cultural - Nova Cultural - 1995
Rio de Janeiro, cidade mestiça: nascimento de uma nação / ilustrações e comentários de Jean-Baptiste Debret. - São Paulo: Companhia das Letras, 2001
Modinhas : Raizes da música do povo: um projeto cultural das Empresas Dow / José Rolim Valença. - São Paulo : Empresas Dow, 1985




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