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Afoxé

Filhos de Gandhi
Filhos de Gandhi - Foto de Flávio Ciro
Os afoxés se diferenciam dos outros blocos carnavalescos por serem realizados também com um sentido religioso. As letras misturam português e línguas africanas, principalmente nagô e ioruba, e antes da saída do cortejo é feito o padê de Exu, um ritual para evitar que esse orixá perturbe o desfile.

Segundo registros de Felícitas, nos anos 50, “à frente do afoxé ia uma boneca negra chamada Babalotim, conduzida por um menino de oito a dez anos. Antigamente havia reis e rainhas, como no maracatu, e quando dois afoxés se encontravam nas ruas lançavam um sobre o outro o efu, pó de chifre de carneiro com propriedades mágicas. Hoje a ênfase é dada aos ritmos, com aproximações e fusões com ritmos do Caribe, principalmente da Jamaica”.

Cortejo de rua que tradicionalmente sai durante o carnaval, especialmente no de Salvador. Mas também em Fortaleza, Rio de Janeiro, São Paulo e outras localidades.
O Afoxé vem sofrendo grande transformação. Antes do carnaval, os grupos de afoxé dançam nas suas sedes, geralmente terreiros de Candomblés Gexá. Em rodas concêntricas, tantas quantos forem os participantes. Dança-se individualmente, misturando-se homens e mulheres.
Todo grupo de afoxé tem suas cores e patronos. Os instrumentos básicos do Afoxé são xequerês, maracás, atabaques e agogôs, todos tocados no ritmo Ijexá.

No carnaval o Afoxé sai em fileiras, com alas e personagens de destaque. Com coreografias ainda mais simplificadas que as do terreiro, tem como marca principal um gingado típico, onde ombros e braços se harmonizam com os passos miúdos, ao som das batidas das cabaças e agogôs.
As melodias, quase todas em yorubá, são os mesmos orôs cantados no terreiro, puxados em solo e repetidos em coro. Embora se apresente como um bloco carnavalesco, o Afoxé tem significado místico pois se fundamenta nos preceitos religiosos ligados ao culto dos orixás.
Antigamente, contavam com duas formações instrumentais: um conjunto de percussão de influência africana, a charanga, que permanece até hoje; e fanfarra (trompas, trombetas e trompetes), que abria o cortejo, e desapareceu.
O Afoxé mais conhecido é Filhos de Gandhi da bahia.

Alguns vídeos dos Filhos de Gandhi podem ser vistos no Youtube, exemplo:

Filhos de Gandhi, chegada no Campo Grande

Conexões relacionadas: http://afoxenizanganganjungo.blogspot.com.br/p/sobre-afoxe.html
Danças do Brasil / Felícitas. - Rio de Janeiro: Editora Tecnoprint Ltda., sem/data
Danças Populares Brasileiras / coordenação de Ricardo Ohtake, pesquisa de Antonio José Madureira, texto de
Helena Katz, consultor Terson da Costa Praxedes, Porto Alegre - RS - Projeto Cultural Rodhia, 1989



Carnaval

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