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Danças e Festas Folclóricas |
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O
cortejo se organiza com os dois Porta-estandartes na frente. Em seguida
vêm os Reis; atrás deles, os instrumentistas; e, no fim, os dançarinos,
sempre de dois em dois. Quando param para dançar, os Porta-estandartes
voltam-se para os dançarinos e os Reis também, colocando-se ou ao lado
ou na frente dos estandartes. Os instrumentistas ficam ao lado das
figuras principais.
A música do Moçambique se chama linha ou ponto e segue o esquema de solos, terças e coros, às vezes atingindo o falsete. Há uma introdução, na qual os moçambiqueiros entoam a melodia sem compromisso rítmico preciso, aproximando-se de um cantar declamado. Outro dos movimentos característicos do Moçambique é quando o corpo faz uma curvatura que se inicia na cabeça, vai até os ombros e, a partir daí, toma todo o corpo, que se torna abaulado. O pé direito carrega mais gungas - latinhas com chumbo por dentro, amarradas com correia de couro às pernas dos dançarinos - que o esquerdo, geralmente quatro, e o som é mais grave. É ele quem marca o tempo forte, que “chama”. Com três gungas, o pé esquerdo “responde” em repique que é uma variação de terceira ou tercina. Há variações do “chamar” e “responder”. Exemplos: abertura arrastando pelos dedos e metatarsos, que se fecha “chamando” com todo o pé, com ênfase da força no calcanhar; entrada de um e outro, pelo calcanhar; “avanço” e “chamada” com todo o pé direito, enquanto o pé esquerdo, atrás, em ponta, marca o repique. Não há uma ordem predeterminada das danças. Os dançarinos mais hábeis mudam a coreografia e os demais os seguem. Entre uma dança e outra há sempre a louvação aos santos, em solo e em coro, num recitativo que é gemido e não canto. Os textos são religiosos, vagamente tradicionais e podem estar relacionados à parte representativa das danças. |
Moçambique - Comunidade dos Arturos - Belo Horizonte, Minas Gerais |
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O
que caracteriza o movimento da guarda do Moçambique da comunidade dos
Arturos, em Minas Gerais, é o molejo dos joelhos e a intenção, presente
em todo o corpo, de ir ao fundo da terra, uma metáfora ao mastro que se
finca.
Seu movimento mais marcante é o avanço e o pequeno recuo, cujas raízes estão numa lenda que conta que, num confronto entre duas guardas, um dos capitães deixou cair seu bastão numa moita, transformando-o em uma cobra. O capitão da guarda que iria passar pelo local, então, determinou que se tomasse muito cuidado. Daí os movimentos que parecem averiguar os perigos do caminho. Ha momentos em que uma alternância de movimentos das omoplatas provoca uma torção externa que penetra no corpo e se acentua pela força de tração das gungas. O bater das gungas, somado à pulsação, libera os braços, a partir dos ombros, ou os retém, a partir dos cotovelos, ao recolher e fechar das mãos. |
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Registro anterior: Felícitas
(década de 1940)
Moçambique é dança de origem africana provavelmente de Moçambique, que lhe emprestou o nome. É mais freqüentemente dançado em São Paulo, Minas Gerais e Brasil central. Primitivamente, no Brasil, era dança de salão, levada a efeito nas Casas Grandes dos fazendeiros. Com o tempo transformou-se, deixando de ser um bailado puramente africano, para ser uma mistura de várias danças, confundindo-se, às vezes, com a congada, fandangos, etc. Estas festas são, geralmente, batizadas com nomes de santos. Atualmente, o Moçambique é dançado entre os caboclos. Tomam parte nele vários personagens: o capitão chefe e seu substituto, dois guias, dois tambores, quatro pajens que levam o chapéu de sol do Rei e da Rainha, dois capitães, espadas, coronel, alferes da Bandeira. Indumentária: calção estreito e fechado nos tornozelos, com guizos em volta das pernas e dos joelhos. Blusa com duas faixas cruzadas ao peito. Touca na cabeça. A calça, blusa e a touca são vermelhas. Os pés descalços. Instrumentos
musicais:
viola, violão, cavaquinho, caixa, pandeiro e guizos nas pernas, além da
marcação do ritmo pelo bater dos bastões levados pelos dançarinos. Coreografia:
os dançarinos colocam seus bastões em forma de X, formando losangos em
esteira a uma distancia relativa ao número de componentes. |
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