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Concluiu
que era chegada a hora de buscar o ouro do gigante e se tornar chefe
dos brancos. Já tinha um plano em mente.
Tratou, portanto, de organizar uma expedição. Tão logo revelou que sabia onde encontrar ouro em grande quantidade, apareceram tantos interessados em acompanha-lo que ele pôde escolher, à vontade, os que achou mais indicados. Estava em plenos preparativos, quando foi procurado por uma velha índia sua conhecida e que também vivia na cidade. - Ouça o que vou dizer, meu filho, pediu ela. É um aviso e um conselho. Não vá em busca daquele ouro. Ele achou graça: - Por que? Não vá dizer que existe algum feitiço! - Não brinque com isso, prosseguiu a índia. A esta hora, o Caboclo-d’Água já sabe de sua intenção. Se você se aproximar muito de lá, não escapará à morte. Desta vez, ele riu até não agüentar mais. - Que é isso? Então, não sabe quem sou? Não têm conta os combates que participei. Não sei quantos foram os inimigos que tombaram sob meus golpes, primeiro de tacape, depois de espada. Jamais recuei diante do perigo! - Sei que você é valente, disse a indígena. Valente contra as feras e contra homens. Mas nunca enfrentou o sobrenatural. Não há quem possa com o Caboclo-d’Água. Ouça o meu conselho: desista dessa idéia. Guarapiru agradeceu e se despediu com um sorriso de superioridade. Na tarde do mesmo dia, a expedição partiu rumo à gruta do gigante, onde chegou ao cair da noite. Acamparam à beira do rio e ficaram esperando o amanhecer. Amanheceu um dia festivo: sol brilhante no céu muito límpido, aves cantando, flores se abrindo. Os homens começaram a se preparar. Nisto, alguém estranhou a ausência do chefe da expedição. Os homens se espalharam pelo lugar, gritando o nome do chefe. Nada. Depois de muita procura, resolveram fazer uma última tentativa, no fundo do rio. Alguns homens mergulharam e encontraram o corpo de Guarapiru sob umas pedras, quase enterrado no lodo do rio. O Caboclo-d’Água apanhara Guarapiru e o arrastara para as profundezas das águas... Caboclo-d’Água
É um gigante que mora no lugar mais profundo do rio, numa gruta de ouro. Tem a mania de perseguir, sem dó, os barqueiros. Vira as embarcações e também afugenta os peixes, para prejudicar os pescadores. Tem um couro tão duro, que não adianta nada lhe dar tiros: as balas não penetram. Quando os barqueiros se sentem perseguidos, oferecem um pedaço de fumo ao monstro. Ele fica contente e os deixa em paz. Os pescadores costumam pintar uma estrela embaixo do barco, para afugenta-lo. |
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