Mito Nacional
O Saci-Pererê
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Mãe-do-Ouro |
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É um
mito, inicialmente meteorológico,
ligado aos protomitos ígneos, posteriormente ao ciclo do ouro.
Os registros
subseqüentes indicam sua
transformação. Vale Cabral: “Mulher sem cabeça, que
habita debaixo da serra do Itupava, entre Morretes e Antonina,
província
do Paraná. Tem a seu cargo guardar as minas de ouro. Onde ela está,
é prova evidente que há ouro, e por isso tomou o nome. Há
poucas pessoas da localidade que afirmam tê-la visto.”
Na região do
São Francisco é
a zelação, estrela cadente, serpente-mãe-do-ouro,
encantada.
Em São Paulo
não há forma,
mora nas grotas, persegue homens, e estes preferidos deixam a família,
seduzidos como por uma sereia; citam-na como uma bola de fogo de ouro.
No Rio Grande
do Sul é informe, agindo
com trovões, fogo, vento, dando o rumo da mudança.
Noutra versão,
a mãe-do-ouro
passeia luminosa, pelos ares, mas vive debaixo d’água, num palácio.
Dante de Laytano transcreve o mito:
Mãe de Ouro -
Um castigo do céu transformou gente em pedra. A
carne deu terra, os ossos em pedra, os cabelos são os matos, o sangue é
água, os lugares ocos representam os buracos do corpo, as veias deram
ferro, mas os nervos, como parte delicada, viraram-se em ouro, veios de
ouro. Entretanto o que tudo governa é a Alma que não morreu, essa é a
Mãe do Ouro, porque ela não entrou no castigo, assim defende os nervos
dos castigados, os veeiros da fortuna, para que, no dia do Perdão, cada
um ache o que é seu. Quando troveja é a Mãe do Ouro que chama socorro,
os raios caem sobre serros, a ventania passa por eles e, às vezes, um
serro destes arrebenta com um estrondo. À noite, com o fogo, vê-se sair
a cuidadeira de mudança e, se é dia, percebe-se o rumo que ela toma
para morada. |
Fonte : Dicionário do
Folclore Brasileiro
/ Câmara
Cascudo, Rio de Janeiro: Ediouro Publicações S.A. sem data
Folclore do
Rio Grande do Sul
/ Dante de Laytano, Caxias do Sul: Nova Dimensão, 1987
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