Terra Brasileira
Brasil Folclórico
folclore
modus Transporte
artesanato culinária
literatura Contos lendas mitos
música danças religiosidade tipos ofícios contatos
Loja

Música
 Cantigas de Ninar
 Cantigas de Roda
 Roda de Adultos
 Cantigas de Trabalho
 Cantigas Sentimentais
 Cantigas Satíricas
 Cantigas de Rixas
 Cantos Religiosos
 Cantigas de Velório
 Outros Cantares
Instrumentos Musicais
Cantando o Brasil



Cantigas de Ninar
Acalantos são cantados à noite pelas mães para embalarem seus filhos e são geralmente muito suaves:


Boi, boi, boi,
Boi da cara preta.
Pega este menino
Que tem medo de careta.

ou

Bicho tutu
Sai de cima do telhado.
Deixa o meu nenê
Dormir sossegado.


Bernardino Luini - Madonna criança dormindo - 1532
Acalanto: “Canção para adormecer crianças. É palavra erudita, designando o ato de acalentar, de embalar. No seu sentido musical, equivalente, por exemplo, ao da palavra francesa berceuse e da inglesa lullaby, foi utilizada por extensão e pela primeira vez pelo compositor brasileiro Luciano Gallet. Popularmente, nossos acalantos são chamados cantigas de ninar”. (Oneyda Alvarenga, “Comentários a Alguns Cantos e Danças do Brasil”, Revista do Arquivo Municipal, LXXX, 209, S. Paulo).

Cantiga de ninar: “O acalanto, canção ingênua, sobre uma melodia muito simples, com que as mães ninam seus filhos, é uma das formas mais rudimentares do canto, não raro com uma letra onomatopaica, de forma a favorecer a necessária monotonia, que leva a criança a adormecer. Forma muito primitiva, existe em toda parte e existiu em todos os tempos, sempre cheia de ternura, povoada às vezes de espectros de terror, que os nossos meninos devem afugentar dormindo. Vieram as nossas de Portugal, na sua maior parte, e vão passando por todos os berços do Brasil e vivem em perpétua tradição, de boca em boca, longe das influências que alteram os demais cantos”.
(Renato Almeida, História da Música Brasileira, 106).

Os nossos indígenas tinham acalantos de extrema doçura, como um, de origem tupi, onde se pede emprestado ao Acutipuru o sono ausente ao curumi. No idioma nheengatu o acalanto se diz cantiga do macuru. Macuru é o berço do indígena.
(Barbosa Rodrigues, Poranduba Amazonense, 287).

Em quase todos os acalantos, o final adormecedor é uma sílaba que se canta com várias notas, á-á-á-á, ú-ú-ú-ú, o ru galaico, ainda popular nas cantigas de berço portugueses.

Nanar / Ninar
Termo de criança. Dormir. Mamã, quero nanar. O mesmo que nana (sem acento). Termo de que as crianças se servem para designar o ato de dormir. 
Fazer nana; locução de que se servem as amas, quando falam às crianças para as sossegar, significando dormir. (D. Fr. Domingos Vieira, DIC., Porto, 1873).
Fazer adormecer uma criança no colo ou nos braços, ou embalando-a no seu berço, ou na rede, cantando, em geral, as cantigas de berço, do nosso folclore:

“Nanai, meu menino,
  Nanai, meu amor;
  Que a faca que corta
  Dá talho sem dor”.
 
Morais registrou o termo como expressão de dormir: Vamos nanar, queres nanar, menino? E Aulete, igualmente, como mimológico:
“Boizinho, boizinho,
  Que está no curral;
  Vem ver o menino
  Que não quer nanar”.
(De uma cantilena maranhense. Pereira da Costa, Vocabulário Pernambucano, 516).

Sapo-Cururu:
Ou sapo-jururu, cantiga de ninar, acalanto divulgadíssimo no Brasil:

“Sapo-cururu
Da beira do rio,
Quando o sapo canta, ó maninha,
Dia qu’está com frio...”
Figura em quase todas as coleções de verso infantis.
Fontes : Folclore Brasileiro / Nilza B. Megale- Petrópolis: Editora Vozes, 1999.
Dicionário do Folclore Brasileiro - Câmara Cascudo, Rio de Janeiro: Ediouro Publicações S.A. sem data
Ilustração: detalhe - Bernardino Luini - Madonna criança dormindo - 1532


Volta ao Topo
Deixe seu comentário: Deixe seu comentário:
Correio eletrônico Facebook
Livro de visitas Twitter