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Cantando o Brasil


Cantigas de Rodas de adultos
Por ocasião das festas juninas, na pequena vacância de inverno, os adultos brincam. Basta anoitecer, acendem fogueiras em várias ruas da cidade. Ranchos alegres de homens e mulheres, de mãos dadas, brincam ao redor de uma fogueira, saltam-na, tornam-se compadres de fogueira, deixam esta, ajuntam-se a outro grupo. Entram pelas casas cantando, e alegres, os grupos vão se formando e terminam na praça pública, ao lado de uma grande fogueira, tradicionalmente arrumada pelo seu Moreno no “Quadro”. Ali tudo é alegria, e os cantos se sucedem.
Começam os cantos de rodas de adultos, passam para os sambas, para os cocos e voltam para os cantos das plantações de arroz.

Formam a “roda-pagode”, os famosos pagodes alagoanos.
Roda de adulto
Roda de Adulto
Fonte : O Nordeste
A onda

Yaiá olha a onda
na ponta da areia.
A onda me pega,
na ponta da areia.

Onda
...
Cadê sua mulé
Ô Lampião, cadê sua mulé?
o soldado carregô
foi deixa no Nazaré.

Lampião disse que tem
um sobrado nim Princesa
pa botá a moça rica
que é neta de baronêsa.

Lampião quando chegô
de Princesa pra Matinha
Trouxe alprecata ferrada
pisá de almofadinha.

Lampião é chupa-chupa
Antonho Conseiero é chupadô,
Lampião é curisco
daquêle faiscadô.

Cadê sua mulé
Léo, o Léo

Léo, o léo,
olha o balanço do mar.

Eu subi num estaleiro
tirei um cravo com a unha,
quem tomar amor dos outros
não tem vergonha nenhuma.

Eu subi num mamoeiro
tirei um mamão maduro
namorei um moreninho,
que namoro tão seguro.
Léo, o Léo
Meu passarinho

Meu passarinho,
meu beija-flor,
dai-me novas
de meu amor... (bis)

Minha gente quer qu'eu diga
seu Alceu ele quem é,
é um cravo com a rosa
no altá de São José.
Meu passarinho
Roda-Pagode

Atividade lúdica dos adultos do Baixo São Francisco por ocasião das festas de plenitude ou principalmente na pequena vacância agrícola de inverno, por ocasião das festanças do ciclo junino. 
Em torno das fogueiras, grupos alegres de adultos de ambos os sexos, de mãos dadas, cantam, saltam-nas, deixam uma fogueira, passam para outra, misturam-se os grupos. Estes vão se avolumando até reunirem-se todos ao redor de uma grande fogueira numa praça publica, o quadro. Ali todos cantam e a roda-pagode alagoana pões no corpo da gente uma vontade insopitável de dançar, de bailar, pois seu ritmo é convidativo. Ela congraça os membros adultos da comunidade, caem as barreiras sociais, pobres e ricos, moradores das casas de tijolos e das choupanas de palha, de mãos dadas, alegres, cantam esquecendo-se das tricas políticas, das desditas, das mágoas, das rixas e intrigas familiares, do bate-boca de comadres, dos desníveis sociais: ali todos pertencem à grande família alagoana – uma, alegre e feliz. 
As cantigas são tradicionais e traduzem em seus versos fatos e coisas do habitat do ripícola são-franciscano, mas a roda-pagode dá-lhes uma vida nova – a comunicabilidade, alegria congraçadora que eclode pela passagem do ano cósmico na grande festa do solstício do inverno coincidindo principalmente com a festa junina, à noite de 23 para 24 de junho de todos os anos, noite em que São João Batista está dormindo.
Eu namorei

Eu namorei, Braz,
foi com você, Braz,
eu namorei 
pra fazê medo
pra Luiza.

La vai a garça voando
dos encontros vai fugindo,
é sinal de quem qué bem
passa por outro sorrindo.

Coqueiro do Rosário
tem a palha verde-escura,
moreninho êsse teus olhos
são a minha sepultura.
Eu namorei

Fontes : Escorço do Folclore de uma Comunidade / Alceu Maynard de Araújo in Revista do Arquivo Municipal CLXVI e CLXVII, São Paulo, 1962.
Dicionário do Folclore Brasileiro - Câmara Cascudo, Rio de Janeiro: Ediouro Publicações S.A. sem/data
Foto : Roda de Adulto -  http://onordeste.com/onordeste/enciclopediaNordeste/index.php?titulo=Ciranda&ltr=c&id_perso=1357


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