Boiada
Almir
Sater / Renato Teixeira
Ele
foi levando o boi
Um dia ele se foi no rastro da
boiada
A poeira é como o tempo
Um véu, uma bandeira
Tropa viajada
Foram indo lentamente
Calmos e serenos
Lenta caminhada
E sumiram lá na curva
Na curva da vida
Na curva da estrada
E depois, dali pra frente
Não se tem notícias
Não se sabe nada
Nada que dissesse
algo
De boi e de boiada
De peão
de estrada
Disse um viajante
História mal
contada
Ninguém viu
Nem rastro, nem
homem, nem nada
Isso foi há muito tempo
Tempo em que a
tropa ainda viajava
Com seus fardos e pelegos
Num ranger do arreio
Ao romper da aurora
Tempo destrói
cadetes
Fogueiras ardentes
Ao som da viola
Dias e meses
fluindo
O destino seguindo
E a gente indo
embora
Isso tudo aconteceu
E o fato que se deu
Faz parte da
história
E até hoje em dia
Quando junta a
peãozada
Coisas assombradas
Verdades juradas
Dizem que sumiram
Que não existiram
Ninguém sabe nada
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