O
Ciclo do Gado, também chamado Civilização do Couro, ou seja, um período
em que o gado vacum - introduzido no país em 1534 por Ana Pimentel,
esposa de Martim Afonso de Sousa - transforma-se em importante fator da
economia colonial, tanto como mão-de-obra auxiliar dos escravos nos
engenhos de açúcar, quanto como produtor de alimentos (carne e leite,
principalmente) para as populações das fazendas e povoados. Funciona
como fator de interiorização nacional, consagrando o ciclo produtivo
desse período.
É importante lembrar que aqui surge a figura do vaqueiro, que se
apresenta como um elemento a
mais, na pouco complexa sociedade
colonial.
Tratava-se
de homens livres não-proprietários de terras, que se encarregavam das
boiadas, quase sempre
pelo sistema de "partilha", recebendo certo número de reses,
como pagamento pelo serviço
prestado aos donos do rebanho - em geral o acordo era feito na base de
um quarto do número
total de cabeças, após cinco anos de serviço.
Esses
homens, rudes e duros, muitas vezes escravos fugidos das fazendas do
litoral, foram os verdadeiros
conquistadores do sertão, abrindo caminhos, fundando
povoações e ocupando áreas antes
totalmente virgens da presença dos colonizadores.
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Tronco
para domesticar bois - Debret |
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