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Tipos Regionais : Norte
Mineradores de Cassiterita
Mineradores
Mineradores de Cassiterita - Ilustração de Barboza Leite
A Cassiterita é o único mineral explorado para a produção de estanho; eis porque é considerada um mineral estratégico de grande importância no mundo atual.
A explotação da cassiterita no Brasil faz-se em Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Goiás, Amapá e Rondônia, onde a garimpagem cada vez mais se intensifica.
As principais jazidas de minério de cassiterita, exploradas em Rondônia, situam-se nos altos cursos dos rios Candeías, Machadinho, no Jamari e a noroeste do Território. À exceção de Santa Bárbara e de Jacundá, onde se utiliza a mecanização, nas demais áreas a exploração é feita ainda pelo tradicional processo da garimpagem.
Embora antiga no Brasil, a garimpagem é atividade relativamente recente em Rondônia, constituindo-se atualmente no principal foco de atração, tanto das populações imigrantes do Nordeste como dos seringueiros.
O garimpeiro é, pelas próprias características de sua atividade, um aventureiro. Depois de longa caminhada onde, por vezes, já consome todos os seus recursos, chega a uma "frente de trabalho", isto é, a uma clareira aberta em plena floresta, onde se inicia a exploração do minério.
Uma frente de trabalho é explorada geralmente por dois, três ou quatro sócios. Poucos são aqueles que conseguem juntar capital e, unindo-se a outros sócios, atingir a escala hierárquica de patrão; este, por sua vez, está na grande dependência das companhias compradoras que controlam a produção, o transporte e o comércio da cassiterita.
Na garimpagem as relações de trabalho são as do conhecido sistema de "aviamento" (cantinas), herança dos velhos seringais.
No linguajar do caboclo, o garimpeiro afirma ser tal atividade melhor do que a garimpagem de ouro ou diamante. Isto porque não "blefa" e pode "bamburrar" isto é, não ocorrem desenganos; e quando a jazida contém muita cassiterita, grandes lucros advirão.
Vivendo isolados e sem nenhuma assistência por parte do patrão, os operários têm uma noção nítida de solidariedade humana, unindo-se uns aos outros para ajudar um companheiro em caso de necessidade.
Importante a salientar é que eles são conscientes de que estão sendo explorados, porém o jeito é esperar por uma "bamburra", quando melhores serão as condições de vida.
A grosso modo, reina entre eles uma insatisfação geral, raramente confessada, pela ausência de qualquer contrato de trabalho ao qual estejam vinculados. Ganham pelo que produzem, sendo a instabilidade uma ameaça constante, agravada ainda pelo seu baixo padrão de vida, pelas doenças a que estão expostos (passam o dia dentro da água) e pelo inverno (estação das chuvas), quando há dispensa de trabalhadores.
Outro sistema que ocorre na região em estudo é o da mineração. Depois de estabelecido o local, efetuadas as perfurações, feitas a amostragem e cubagem da área a explorar, escolhe-se o tipo de maquinaria de acordo com o teor econômico da jazida.
Bacias imensas (espécie de cacimbas) são abertas no terreno, por meio de jatos de água (gastam-se em média 200 m3 de água por hora) destinados a desmoronar o terreno. Em seguida uma bomba cascalheira impulsiona todo o material desagregado para o "palong" (espécie de escada com largos degraus em diferentes níveis). Este material é conduzido por meio de um cano de 8 polegadas de diâmetro. O "palong" permanece sempre no mesmo local e, à medida que avança a frente de trabalho, avançam também o monitor e a bomba cascalheira.
O material, antes de atingir o "palong", passa por uma grelha, cuja função é rejeitar as pedras que normalmente cairiam no "palong", pois a cassiterita em lavra é de diâmetro inferior ao da grelha.
Deste modo, resta apenas no "palong" o material fino, que contém uma concentração primária. O "palong" mede 40 m de comprimento, 6 de largura e é constituído de 4 "sluce" (calha), cuja inclinação de mais de 3̊ possibilita o escoamento veloz da água.
Os operários, geralmente em número de quatro, com enxadas e em movimentos cadenciados, contrários à corrente, revolvem o material: dá-se a separação.
O minério depois de posto a secar apresenta um teor médio" de 73% de estanho. O processo de mineração não exige tanto do homem, quanto da garimpagem. O operário está mais familiarizado com a mecanização, já atingiu um desenvolvimento sócio-econômico maior, é amparado pela legislação trabalhista, gozando de toda assistência social; tem escola para seus filhos e, no final da semana, podem deslocar-se a Porto Velho, em condução oferecida pela companhia. Na garimpagem, não só pelas grandes distâncias como pela ausência de estradas, o isolamento é maior.
Esta nova atividade, além de favorecer a ocupação efetiva do solo, tão necessária à integração nacional, poderia elevar em muito o padrão social da população, não fora o interesse exclusivamente comercial da maioria das companhias mineradoras, que tudo fazem para auferir rapidamente grandes lucros, esquecendo ou colocando em plano secundário o homem, que mais
uma vez é espoliado.

Atualmente, Rondônia e Amazonas responderam, respectivamente, com 47% e 50% da produção nacional, conforme dados do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). Em 2012, o estado de Rondônia totalizou 13.667 toneladas.

Aproximadamente 7,5% das reservas mundiais de estanho contido estão no Brasil. As reservas brasileiras localizam-se em sua maior parte na região amazônica: província mineral do Mapuera, no Amazonas (mina do Pitinga) e na Província Estanífera de Rondônia (Bom Futuro, Santa Bárbara, Massangana e Cachoeirinha).
 

Fonte: Mineração de Cassiterita  / Írio Barbosa da Costa in Tipos e Aspectos do Brasil. - Departamento de Documentação e Divulgação Geográfica e Cartográfica / Instituto Brasileiro de Geografia / Fundação IBGE. - Rio de Janeiro, 1970
Conexão relacionada : http://www.rondonia.ro.gov.br/2015/01/36718/



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