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Um dos tupinambá levados
à corte de Luís XIII
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Os
povos indígenas, sobretudo os Tupi, tiveram reações diversas diante do
invasor europeu: ou fizeram alianças ou aceitaram a imposição de um
outro modelo social, ou reagiram com armas na mão ao invasor, ou
migraram para outras regiões.
Por temperamento, os povos de língua
tupi sempre gostaram do novo e optaram na maior parte das vezes por
fazer alianças. Geralmente essas alianças eram vistas como uma nova
estratégia para derrotar um outro grupo inimigo.
Os franceses
também tiveram posturas diferentes diante dos moradores desta terra. Ao
contrário dos portugueses, que se considerando donos do território
"descoberto", impondo suas leis a ferro e fogo, os franceses foram mais
políticos. A experiência da França Equinocial, no Maranhão (1612-1615),
segunda tentativa de estabelecer aqui uma colônia, mostra como buscavam
alianças com grupos indígenas locais.
O relacionamento foi de tal nível que,
depois de um ano, foi enviada uma delegação indígena à corte de Luís
XIII, recebida com grandes honrarias. Fato inédito na história da
conquista, o representante indígena pôde fazer um discurso na língua
tupi, ante a extasiada corte francesa, no palácio de Versalhes!
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Não
sem razão,
Japiaçu, o grande líder Tupinambá da região, recebeu os franceses com
um solene discurso, dizendo entre outras coisas que Deus tivera pena
deles e que mandara não apenas comerciantes para trocar mercadorias com
eles, mas um grande guerreiro com soldados que estavam vindo para
defendê-los contra os peró (os portugueses). Além disso havia mandado
também os paí ou pajé (missionários) para instruir nas coisas de Deus.
Desta forma não seriam mais censurados pelos portugueses pelo fato de
não adorarem o mesmo Deus.
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