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Bandeirante
Nessa pintura de H. Bernadelli, c. 1920, como em outras obras de artistas do Romantismo, o bandeirante é representado de forma heróica, correspondendo à imagem criada por alguns historiadores que exaltaram apenas as façanhas épicas de desbravadores do sertão, deixando de lado sua atividade de apresamento, que resultou na escravidão e na morte de milhares de indígenas.
A Organização das Bandeiras coincidiu com o governo de D. Francisco de Sousa, chegado ao Brasil em 1599, a intensificação da atividade das bandeiras, centradas em São Paulo.  Data daí o início das grandes bandeiras, organizadas e disciplinadas com divisões militares, ouvidores do campo, escrivões, capelães e roteiros estabelecidos.  O termo bandeira era de início aplicado às companhias de milícia portuguesas, que pelo seu regimento deveriam consistir de 250 homens.  Não valeu aqui, entretanto, essa norma, pois recebia esse nome desde uma expedição de quinze ou vinte homens até outras que reuniam centenas de membros.  A maioria, em qualquer bandeira, consistia em auxiliares indígenas, escravos ou livres, usados como batedores de caminhos, coletores de alimentação, guias, carregadores, e tudo o mais, enquanto os paulistas brancos e mestiços formavam o núcleo.  "Com o correr do tempo os paulistas tornaram-se tão habilitados nas artes do sertão e dos matagais quanto os ameríndios já o eram, ou mesmo, segundo alguns contemporâneos, 'como as próprias feras'. Essas bandeiras percorriam freqüentemente o interior durante meses e mesmo anos a fio. Às vezes, plantavam mandioca em clareiras das florestas e acampavam nas redondezas até a época da colheita.  Dependiam, entretanto, principalmente, da caça, dos peixes que obtinham nos rios, de frutas, ervas, raízes e mel silvestre.  Usavam o arco e a flecha tanto quanto os mosquetes e outras armas de fogo, e, a não ser pelas armas que levavam, punham-se de viagem com a bagagem notavelmente leve.
A maior parte das representações atuais dos paulistas do século XVII, seja na pintura, seja na escultura, mostra-os como uma espécie de Pilgrim Father, em seu trajo, e com altas botas de montar. Mas, na verdade, eles, ao que parece, muito pouca coisa usaram além do chapelão de abas largas, barbas, camisa e ceroulas.  Caminhavam quase sempre descalços, em fila indiana, ao longo das trilhas do sertão e dos caminhos dos matagais, embora muitas vezes levassem uma variedade de armas.  Sua vestimenta incluía, igualmente, gibões de algodão, espessamente acolchoados, e que se mostravam tão úteis contra as flechas ameríndias que em 1683 sugeriu-se fossem usados na guerra contra os belicosos negros de Angola, do outro lado do Atlântico.  O elemento feminino não deixava de estar presente, nas bandeiras maiores, pois embora os paulistas não levassem as esposas legais em suas expedições, muitas vezes faziam-se acompanhar de mulheres ameríndias , como cozinheiras e concubinas."
As primeiras bandeiras tinham em vista, porém, a pesquisa de metais e pedras preciosas, como, as de André Leão (1601), que procuravam minas de prata, chegando até às nascentes do São Francisco; e a bandeira de Nicolau Barreto (1602), que se demorou dois anos pelo sertão, suscitando divergências quanto ao ponto atingido, se foi o vale do São Francisco ou o do Prata ou o Peru.

Após a partida de Francisco de Sousa para a metrópole, continuaram os paulistas em suas penetrações, embora em busca do lucro imediato através do apresamento de indígenas.  Assim foram as bandeiras de Diogo de Quadros e a de Manuel Preto, em 1606, e a de Belchior Dias Carneiro, em 1607.  Foi, porém, a grande massa de índios "domesticados", presentes nas reduções jesuíticas espanholas, que incentivou largamente o bandeirismo de apresamento em toda primeira metade do século XVII.


Fonte:  O Ciclo das Bandeiras de Apresamento in Brasil História / Antonio Mendes Jr., Luís Roncari, Ricardo Maranhão. - São Paulo: Digitalmídia Editora Ltda, 1995
 

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