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Rotas das Bandeiras e das Expedições Punitivas
Fonte: Atlas Histórico Escolar. FAE, RJ. 1991 (adaptado)
Os bandeirantes paulistas, que por esse período corriam o sertão em busca de indígenas para vendê-los como escravos, logo colocaram em perigo essas reduções.  As incursões contra elas eram particularmente rentáveis, pois podiam capturar de uma só vez grande quantidade de homens já habituados ao trabalho e civilizados pelos jesuítas e obter por eles um preço muito maior que por outros indígenas ainda não "domesticados".  Os primeiros assaltos às Reduções de Guayrá  deram-se por volta de 1619 e 1623, pelas bandeiras capitaneadas por Manuel Preto.  A partir de 1628 eles tornaram-se freqüentes.  Manuel Preto e Antônio Raposo Tavares, em 1629, voltaram a atacar Guayrá, numa bandeira em que iam 900 mamelucos e 2 000 índios liderados por 69 paulistas.  Nessa investida destruíram inúmeras reduções, aprisionaram os indígenas e destruíram a cidade castelhana de Vila Rica.  Entre 1628 e 1631 estimam-se em 60 000 os índios que foram aprisionados dessas reduções, que iam sendo destruídas e reduzidas a cinzas.
Com os constantes ataques bandeirantes, tomava-se impossível aos jesuítas manter-se na região, o que fez com que abandonassem essas frentes avançadas de colonização (1632) e fossem estabelecer-se, levando consigo mais de 10.000 indígenas, na atual província argentina de Missões, entre o alto Paraná e o alto Paraguai.  Essa retirada possibilitou a Portugal a incorporação de extensas terras antes tidas como da coroa espanhola.  Infrutuosos foram aí, entretanto, os esforços de evangelização, levando os jesuítas a procurarem a outra margem do rio Uruguai e se fixarem na região do atual Rio Grande do Sul e Uruguai.  Como não pudessem manter-se livres do assédio vicentino, trataram de organizar eles próprios a resistência a essas investidos que se sucediam, armando os indígenas das reduções.  Domingos de Torres, um veterano das guerras da Flandres, instruiu militarmente os guaranis, e quando, em 1641, uma grande bandeira composta por mais de 400 paulistas e milhares de indígenas atacou novamente na zona compreendida entre os rios Uruguai e alto Paraná, sofreu uma derrota fragorosa em Mbororé.
Demorou para que os colonos vicentinos novamente se aventurassem pela região.  Naquele momento, praticamente se esgotavam as minas de metais preciosos da América espanhola e crescia, portanto, o atrativo das buscas dessas riquezas; principalmente entre aqueles homens que haviam se habituado às andanças pelo sertão, colhido informes preciosos dos indígenas contatados e desenvolvido grande experiência no trato com eles. O próprio Raposo Tavares, derrotado em Mbororé, dirigiu-se para os Andes, na infrutífera busca de minas de prata.

Poucos anos depois, voltou à sua normalidade o tráfico de escravos da África, com a retomada pelos portugueses dos mercados de negros que haviam caído em mãos dos holandeses.  Perdia-se, desse modo, o sentido das bandeiras de apresamento, que contribuíram largamente para a expansão do império português na América e renderam para os bandeirantes cerca de 300 mil índios escravizados, segundo afirmações dos padres jesuítas Francisco Dias Taño e Antônio Ruiz de Montoya, entre 1614 e 1639.


Fonte:  O Ciclo das Bandeiras de Apresamento in Brasil História / Antonio Mendes Jr., Luís Roncari, Ricardo Maranhão. - São Paulo: Digitalmídia Editora Ltda, 1995
 

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