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A
primeira tentativa de controle efetivo da região pelos europeus foi o
estabelecimento de aldeamentos missionários dos jesuítas espanhóis ao
longo dos rios Napo, Huallaga, Ucayali, Marañon e Solimões, que começou
com a instalação de membros da Companhia de Jesus em Borja.
Em
1689, a ação dos missionários jesuítas subordinados à Espanha já tinha
alcançado as imediações da foz do Juruá; os portugueses, em sentido
contrário, iniciavam a subida do Solimões; o jesuíta Samuel Fritz [da
província de Quito], quando desceu o rio no citado ano, encontrou os
primeiros vestígios lusitanos representados por casas desertas, junto à
foz do rio Cuchivara, isso é, o Purus.
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Indígenas Mayoruna e Matis
que viviam e ainda vivem na região do rio Javari, afluente
da margem esquerda do
Amazonas, perto de Santarém. Desenho de Francis Castelnau,1847. |
A
partir da viagem do padre Fritz até Belém, abriu-se a questão do
domínio do Solimões, na qual o governo português mostrou mais interesse
em expandir suas fronteiras do que o governo espanhol em ajudar seus
missionários a defender suas pretensões. Assim, os portugueses
conquistaram definitivamente o Solimões entre 1709 e 1710.
Para
consolidar a fronteira, o governo português ordenou que os jesuítas
fundassem uma missão no Japurá e outra no Javari. Só a última foi
construída, com o nome de São Francisco do Javari, a partir de 1752.
(...)
Parece que havia uma diferença fundamental entre as
missões do lado espanhol e as do lado português. Os missionários
espanhóis estariam mais livres para executar seus projetos do que os
portugueses. Eles tinham de conviver com as tropas de resgate e com a
requisição de índios para atuar como remadores, combatentes e coletores
das drogas do sertão. Os primeiros jesuítas portugueses a subirem o
Solimões, em 1670, acompanhavam uma tropa de resgate. Quando o padre
Samuel Fritz passou pela aldeia Urubu, no rio Urubu, dirigida por um
[padre] mercedário [ordem das Mercês], ela dava pousada a uma tropa de
resgate, que aliás foi a que socorreu Fritz; ao passar em uma missão
abaixo de Gurupá, dirigida por um jesuíta, encontrou outra tropa que ia
castigar um grupo indígena. Os portugueses, além de procurar indígenas para os trabalhos forçados, já estavam interessados na procura de drogas do sertão.
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