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A morte de Ajuricaba Neste texto que é um documento oficial da época, podemos conhecer os últimos momentos do herói indígena Ajuricaba. “Nossa gente o localizou em sua aldeia, mas ele organizou uma defesa antes de se completar o cerco. Depois de tiros de uma peça de artilharia, ele decidiu abandonar a aldeia e escapar seguido de alguns outros maiorais. Nossos homens o perseguiram e o procuraram nos dias precedentes pelas aldeias de seus aliados. O bárbaro e infiel Ajuricaba e mais seis ou sete chefes menores, seus aliados, foram finalmente capturados e mais duzentos ou trezentos prisioneiros foram trazidos junto com ele, quarenta destes serão tomados em pagamento pelas despesas feitas por V. Majestade nessa guerra, e trinta outros para o fundo da taxa real.” Preso, devia ser levado para Belém, onde seria julgado. Mas a viagem para ele terminou antes, como continua o relato: “Quando Ajuricaba estava vindo como prisioneiro para a cidade de Belém, e ainda estava navegando no rio, ele e outros homens levantaram-se na canoa onde estavam sendo conduzidos agrilhoados e tentaram matar os soldados. Estes sacaram de suas armas e feriram alguns deles e mataram outros. Então, Ajuricaba saltou para a água com outro chefe e jamais reapareceu vivo ou morto. Deixando de lado o sentimento pela perdição de sua alma, ele nos fez uma grande gentileza, libertando-nos dos temores de sermos obrigados a guardá-lo.” Ajuricaba não morreu. Ao atirar-se nas águas do rio Negro, entrou para a história, tornando-se uma das figuras mais importantes da resistência indígena da Amazônia e do Brasil. (SOUZA, Márcio de. A guerra popular de Ajuricaba. Porantim, julho, 1979. p.9) |
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