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Mesmo antes da chegada dos imigrantes, já havia começado a invasão das terras indígenas nos estados do Sul – Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul -, onde viviam os Kaingang e os Xokleng. Essas nações de língua jê reagiram com veemência à ocupação de suas terras. Já em 1771, na região de Guarapuava, hoje Paraná, os Kaingang haviam conseguido expulsar uma expedição militar.

Mas a determinação da Metrópole em ocupar estrategicamente o Sul ainda iria acarretar violentos embates no século seguinte. O Sul começou a ser realmente povoado quando houve a mudança do eixo econômico do país para as regiões das Minas, após a intensificação da exploração aurífera. O gado remanescente das fazendas dos jesuítas, que andava solto pelos pampas gaúchos, ganhou importante valor econômico. 
Kaingang
Ilustração retratando o dia-a-dia de um grupo Kaingang do Paraná. Observar o tipo de moradia, própria de grupos coletores.  Embora vivendo de caça e coleta de pinhão, os kaingang dedicavam-se também a uma horticultura elementar.
Desenho de João Henrique Elliot (1809-1888).

O charque era altamente valorizado em Minas. O escoamento do produto foi garantido no início do século XVIII com a construção de um caminho por terra através do planalto, ligando o Rio Grande à região das Minas, passando por Lajes, Curitiba e Sorocaba. Essa estrada ficou conhecida como o caminho do gado ou dos tropeiros.

Esse novo avanço da colonização em direção ao interior trouxe como resposta ataques constantes dos Kaingang e Xokleng, que tentavam defender o direito sobre suas terras. O caminho que ligava o Rio de Janeiro a Salvador era frequentemente obstruído pelos ataques dos Kaingang e Xokleng.

Dom João VI resolveu agir com determinação e decretou duas guerras oficiais contra os povos indígenas, ambas em 1808: uma contra os Kaingang de Guarapuava, no Paraná, e os Xokleng da região de Lajes, em Santa Catarina, e outra contra os Botocudo da região do Espírito Santo e do nordeste de Minas Gerais. Eram guerras sem trégua, pois o rei havia mandado “suspender os efeitos de humanidade” que existiam a favor dos povos indígenas e prendê-los sem processo nem razão, por onde os encontrassem. Era o mesmo que dar carta branca aos que matavam e escravizavam sem nenhuma fiscalização legal. Essas guerras, entre as mais cruéis que foram decretadas, marcaram o início de uma nova era de violência contra os povos indígenas.

Fonte : Brasil Indígena: 500 anos de resistência / Benedito Prezia, Eduardo Hoomaert. - São Paulo: FTD, 2000


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