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Habitação Indígena

Os indígenas habitam não apenas a casa, a maloca, mas todo um território de uma forma integrada. “Nas sociedades indígenas as atividades se dão num espaço que é, fundamentalmente, um espaço integrado e não compartimentado como o nosso, onde há uma nítida separação entre a casa e o local de trabalho. Passamos um terço de nosso tempo num local altamente especializado, onde não há espaço para quem não esteja desempenhando uma função para a qual aquele espaço foi criado. As crianças, por exemplo, não têm o que fazer e atrapalham se estão no local onde suas mães trabalham. Marido e mulher têm, em geral, suas atividades de trabalho em locais separados, e aos nossos velhos dedicamos muito pouco espaço.”

Aldeia Krahô
Aldeia Krahô da Pedra Branca, 1976 - Foto: Gilberto Azanha
“Nas sociedades indígenas são exceções os espaços a que só tem acesso um grupo muito específico de pessoas. Há, certamente, em várias sociedades, locais estritamente reservados a homens iniciados, como a casa das flautas entre os xinguanos, ou a casa dos solteiros entre os Xavante, a que não têm acesso mulheres e crianças; ou ainda locais mais tipicamente femininos, que os homens não frequentam habitualmente, como certas áreas do rio, entre os Bororo, onde as mulheres se reúnem. No entanto, comparando-se com a nossa sociedade, são, primeiramente, poucos estes locais especializados, e aí as pessoas permanecem um tempo relativamente curto. Em segundo lugar, são locais que ficam a pouca distância dos outros, geralmente ao alcance da voz.”

“Os indígenas brasileiros habitam regiões de cerrado, áreas de transição entre floresta e cerrado e zonas de floresta primária. O que há de comum, em todas estas sociedades, é o fato de que a organização espacial reflete uma concepção de sociedade que é, nitidamente, igualitária. Além deste fato, pouco há de comum entre elas; se as regiões habitadas são semelhantes em termos ecológicos, isto não significa que haverá soluções idênticas em termos de organização espacial. E não poderia ser de outra forma, uma vez que o espaço habitado e a concepção que o engendra são frutos de toda uma concepção de mundo, que é única para cada povo.”

Uma casa ou maloca indígena nunca é vista de maneira isolada, mas como parte integrante de um conjunto que forma a aldeia. Os Timbira, por exemplo, quando falam de sua própria sociedade, destacam a aldeia (e não as casas) como a unidade fundamental para suas referências, definindo-se como “indígenas de verdade” principalmente pelo formato circular de suas aldeias. Os Apãniekra não consideram os indígenas Guajajara (tupi), seus vizinhos no município de Barra do Corda (MA), como “indígenas de verdade”, porque estes não moram em aldeias circulares.
Nimuendaju, em 1930, já apontava que “enquanto os Timbira possuírem a sua consciência étnica não se deixarão persuadir a abandonar esta forma de habitar em conjunto, intimamente ligada a sua organização social”.

Fontes: Habitações Indígenas / Sylvia Caiuby Novaes (organizadora), - São Paulo : Nobel ; Editora da Universidade de São Paulo, 1983 - Coletânea de artigos por vários autores.
Uma aldeia Timbira / Maria Elisa Ladeira in Habitações Indígenas / Sylvia Caiuby Novaes (organizadora), - São Paulo : Nobel ; Editora da Universidade de São Paulo, 1983 - Coletânea de artigos por vários autores.


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