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Cestos e trançados

A Cestaria é uma arte milenar. Cada grupo indígena  expressa por meio dos mais diferentes materiais suas diferenças culturais nas múltiplas formas e técnicas de trançado.

Os Wayana e os Aparai são grandes artistas. Produzem peças de artesanato, principalmente de cestaria, ricamente decorados.
Entre os Aparai e os Wayana a cestaria é responsabilidade masculina. Os motivos que decoram os cestos, os tecidos, as cerâmicas e as pinturas corporais são seres sobrenaturais, vegetais e animais.
Aquele que trança o cesto reconta, por meio desses motivos, a história de seu povo e as idéias e modos de pensar dos ancestrais.


Responsabilidade masculina
Entre os Wayana e Aparai a cestaria é responsabilidade masculina
Foto: Paula Morgado
Cestaria Baniwa
Cestaria Baniwa
Cestaria Baniwa de Arumã

A cestaria de arumã é uma arte milenar ensinada aos homens Baniwa pelos seus heróis criadores e cujos grafismos foram inscritos pelos antepassados nas pedras, em forma de petroglifos, para que nunca fossem esquecidos. Para os Baniwa, fazer arte de arumã é condição da pessoa
plenamente cultural.

Os Baniwa produzem cestaria de arumã para vender por dinheiro ou trocar por bens há décadas. A partir de 1998, depois da demarcação das terras indígenas na região do Rio Negro, a FOIRN e associações filiadas, em parceria com o ISA, começaram a implantar um conjunto de projetos-
piloto para viabilizar algumas iniciativas prioritárias das comunidades indígenas na direção de um Programa Regional de Desenvolvimento Indígena Sustentável. Entre estas, incentivar a produção sustentável por encomenda de cestaria de arumã para comercialização com gestão direta dos recursos pelas associações Baniwa, agregando valor cultural e ambiental aos produtos.

Baniwa não é uma auto denominação, mas um termo genérico utilizado desde tempos coloniais
para se referir aos povos de língua aruak do extremo noroeste da Amazônia brasileira. Entre si,
se distinguem pelos nomes de suas fratrias, como Hohodene, Walipere-dakenai, Dzauinai e outros.

Cestaria
Conjunto de objetos - cestos-recipientes, cestos-coadores, cestos-cargueiros, armadilhas de pesca e outros - obtidos pelo entrançamento de elementos vegetais flexíveis ou semi-rígidos usados para transporte de carga, armazenagens, receptáculo, tamis ou coador. Variam em tamanho, forma, decoração, técnica de manufatura, mas obedecem basicamente às exigências ditadas por sua funcionalidade. Vasilhame é o equivalente à cestaria em cerâmica.

Trançado
Técnica de interpor, alternadamente, elementos vegetais previamente preparados, para construir
manufaturas planas ou recipientes. A composição desses elementos (palha, tala), a maneira pela
qual interceptam um ao outro, e o seu espacejamento, provêm a chave das técnicas do trançado.
Elas se dividem em duas grandes classes: entretrançados e costurados, que, por sua vez, se
dividem em categorias, tipos e subtipos.

Berta Ribeiro organiza os trançados por gênero de utilização:
1. Trançados para Uso e Conforto Doméstico: Abano Trançado, Apá, Cantil com Invólucro Trançado, Cesto Alguidariforme, Cesto Bornaliforme, Cesto Gameliforme (Balaio), Cesto Paneiriforme (Paneiro ou urutu), Cesto Platiforme, Cesto Tigeliforme, Cesto Vasiforme (Samburá ou cofo), Defumador Trançado, Esteira, Rede de dormir trançada, Suporte de cabaça;
2. Trançados para a caça e a pesca: Arapuca, Caniçada (Pari), Covo (Matapi), Nassa (Jequi), Socó;
3. Trançados para o processamento da mandioca: Cumatá (Coadeira), Peneira (Tamiz), Tipiti, Tipiti de torção, Tuavi;
4. Trançados como meios de transporte de carga: Aturá, Cesto-Cargueiro Coniforme, Cesto-Cargueiro Quadrangular, Gaiola Trançada, Jamaxim (Panacu), Tipóia trançada;
5. Trançados para uso e adorno pessoal: 
Aro Trançado, Braçadeira Trançada, Cesto Bolsiforme, Cesto Estojiforme (Canastra), Chapéu Trançado, Cinta Trançada, Cinto Trançado, Coroa Trançada, Disco Occipital, Ferradura Occipital, Pára-sol, Patrona (Cartucheira), Patuá, Pingente trançado dorsal, Pulseira trançada, Sandália trançada (Prequeté);
6. Trançados específicos para a venda: Cestos, Abanos, Tipiti, etc.
Cestaria Karajá
Mulher Karajá confeccionando um cesto
Foto: Walter Sanches

Fontes: Brasil Indígena: 500 anos de resistência / Benedito Prezia, Eduardo Hoomaert. - São Paulo: FTD, 2000.
Dicionário do Artesanato Indígena / Berta G. Ribeiro; ilustrações de Hamilton Botelho Malhano. - Belo Horizonte : Itatiaia ; São Paulo : Editora da Universidade de São Paulo, 1988

Produtos Baniwa: FOIRN - Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro - Av. Álvaro Maia, 79 - Centro - Cep 69750-000 - S. Gabriel da Cachoeira - AM - Brasil
Tel/fax (92) 471.1349 - C. Eletrônico: foirn@zaz.com.br
ISA - Instituto Socioambiental - www.socioambiental.org - Av. Higienópolis, 901 - Higienópolis - Cep 01238-001 - São Paulo - SP - Brasil
Tel (11) 825.5544 / Fax (11) 825.7861


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