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Tecelagem Indígena
A Matéria Prima
As principais fibras têxteis utilizadas pelos indígenas brasileiros avulta o algodão, da família das malváceas, bem como fibras de palmáceas e bromeliáceas.

Os indígenas conhecem cultivares de duas cores:
branco-manteiga e pardo-claro, este último apelidado como algodão pardo, algodão ganga ou algodão-macaco, é utilizado, entre outros, pelos indígenas Kayabí e Jurúna.

Do Caroá (Carauá), família das Bromeliáceas, plantada pelos indígenas do alto Xingu, extraem a seda para a produção de puçás, entre outros produtos como corda e tecidos, de cujas folhas os indígenas Tiriyó extraem por raspagens, fibras muito resistentes.

Da entrecasca da Envira Pente de Macaco, da família Tiliaceae, os indígenas Tapirapé empregam na feitura de cordas para armar a rede de dormir.
Embora raro, ocorre também o emprego do linho extraído de plantas como o Caraguatá (Bromelia pinguin L.) entre as tribos chaquenhas e as do nordeste do Brasil, extraído por raspagens, como fibra têxtil.

Fiação do Algodão
Fiação do Algodão
Pausa na fiação do algodão. Indígena Araweté, Igarapé Ipixuna, tributário médio Xingu, sul do Pará 
Foto: Fred Ribeiro, 1981
São igualmente discriminados os corantes aplicados na tintura do fio, porém apenas os de origem vegetal:
O corante Vermelho é extraído do Urucu (Urucum), árvore cultivada da família das Bixáceas. Do invólucro da semente dissolvido em água retira-se a matéria tintorial vermelho-carmim (bixina) de largo emprego na tinturaria de fios e outros fins (como pintura corporal). O corante orelina do urucu, de tonalidade amarelo-alaranjada, é também empregado na tintura de fios e tecidos. Do Pau Campeche (família das Cesalpináceae) “de cuja casca em estado putrido extraem os indígenas uma tinta de finíssimo carmim” (Andrade 1926). O corante, kemateina, púrpura vivo, segundo este autor, utilizado da indústria tintorial, fornece matizes, entre os quais, o violeta; do Pau-de-Arara, da família Rubiaceae, a entrecasca desta árvore contém uma matéria tintorial que fornece corante vermelho utilizado pelos indígenas Tukúna, além de outros, em suas obras têxteis. Quando a fervura do lenho se faz com águas ferruginosas surge “um matiz bruno-violeta, em lugar do carmim nítido, da verdadeira matéria corante, que é a brasileira” (Andrade 1926); as frutas frescas esmagadas do Platanillo de Altura, da família Zingiberaceae, fornecem um pigmento púrpura utilizado pelos Tukúna para colorir os fios;

O Preto é extraído da casca e dos frutos do Jenipapo, da família das Rubiáceas, que contém um corante azul escuro ou violeta que, pela oxidação do contato com o ar, se torna preto. É empregada pelos indígenas na pintura corporal e tingimento dos tecidos, trançados e outros
artefatos; o barro preto (tejuco) é mencionado por um autor (Frikel 1973) como pigmento para tingir fibra entre os Tiriyó. Seu uso foi também observado por Berta G. Ribeiro entre os Jurúna e por Jussara Gruber, entre os Tukúna, em combinação com corantes vegetais ainda não identificados.

O Amarelo é extraída da raiz do Açafrão-da-terra, difundida entre diversas tribos: alto Xingu, Kayabí, Jurúna, Karajá e alto rio Negro. O preparo da tinta é mais elaborado entre os Jurúna do que entre os outros grupos, uma vez que lhe juntam folhas maceradas de planta não identificada como mordente; tornando o tanino mais firme e o amarelo mais carregado: cor mostarda; do rizoma do Cipó Aninga-Pará, da família das Aráceas, extraído pelos indígenas Tukúna; da madeira da Tatajuba-de-Espinho, da família das Moráceas, cujo corante amarelo-vivo (ácido morintânico) é utilizado para corar fios de algodão e palmária;

O Verde é extraído das folhas da Pupunha e da Maranta, que os indígenas Tukúna utilizam em seus trabalhos de cordaria e tecelagem;

O Marrom é extraído da entrecasca do Mogno (família Meliaceae). Os indígenas Asurini utilizam  para tingir suas meadas de algodão;

O Anil, corante da família Leguminosae papilionoideae. A bibliografia registra o uso dessa planta na tinturaria de fios na cor azul claro.
Fiação da Seda
Fiação da Seda
    Tximaio fiando seda do buriti. Ao lado, um novelo desta
      dessa fibra. Indígena Yawalapití 
      Foto: Fred Ribeiro, 1980
Tingimento com Urucum
Tingimento com Urucum
Braçadeira tecida pela técnica do crochê com fio de algodão
sendo pintada de urucum. Indígena Mentuktíre
(ou Txukahamãe), aldeia Kretíre, norte do Parque Indígena
Xingu. Foto: Fred Ribeiro, 1980

Fonte: Dicionário do Artesanato Indígena / Berta G. Ribeiro; ilustrações de Hamilton Botelho Malhano. - Belo Horizonte : Itatiaia ; São Paulo : Editora da Universidade de São Paulo, 1988


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