São
os grupos que mantinham contatos intermitentes com a civilização.
Viviam
em regiões que começavam a ser ocupadas pelas frentes de expansão da
sociedade brasileira, e o determinante fundamental de seu destino era,
já então, o valor das terras que ocupavam, a critério dos civilizados
ou, mesmo, seu próprio valor como mão-de-obra, quando utilizável para
qualquer produção mercantil. Mantinham ainda certa autonomia cultural,
provendo às suas necessidades pelos processos tradicionais, mas já
haviam adquirido necessidades cuja satisfação só era possível através
de relações econômicas com os civilizados.
Frequentemente
tinham atitudes ambivalentes em relação aos civilizados, motivadas, de
um lado, pelo temor, fundamentado em toda a experiência tribal, que
ensinava a só esperar desgraças do homem branco; e, por outro lado,
pelo encantamento mais entusiástico pelos instrumentos supercortantes e
por tudo que puderam ver de um equipamento infinitamente superior de
ação sobre a natureza. |
Primeiro contato
com os Suruí Painter - Rondônia Apoema Meirelles, ex-sertanista e ex-presidente da Funai, durante a atração dos Suruí, em 1969. Alguns anos depois comentou: "Se eu pudesse nunca ter feito uma atração de um grupo indígena, eu desejava nunca ter feito".
Foto : Jesco Von Puttkamer - Acervo IGPHA-UCG, 1969
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