Volta ao Portal incicial: Terra Brasileira
Brasil Indígena
História dos Contatos
Integração
Povos Indígenas Modus
Mitos
Ritos
Ornamentação
Questões Indígenas
Contatos

Volta ao início: Brasil Indígena

Aldeia de Santa Rosa
Botocudos
Kaingang
Kamakã
Kayapó
Kuniba
Masakarí (Maxakalí)
Mura
Palikur

Masakari
Mitos coletados por Nimuendaju

Masakarí
Homem Masakarí, fotografado por Curt Nimuendaju em 1939, quando visitou a aldeia nas nascentes do rio Itanhaém em Minas Gerais, limites com a Bahia.
Desde a primeira metade do século XVIII, habitou a tribo dos Masakarí em diversos pontos dos atuais estados de Minas e Bahia, entre os rios Jequitinhonha e São Mateus. Atualmente ainda subsiste um resto de umas 120 pessoas nas nascentes do rio Itanhaém, em território mineiro, junto à fronteira da Bahia. A língua Masakarí forma com quatro outras línguas extintas da mesma região uma família própria. A tribo foi visitada por Nimuendaju em 1939 ¹
Sol e Lua

O Sol, Manyuán, é masculino, a Lua, Manyuan-hey, feminina (hey - mulher). As manchas da Lua são queimaduras que recebeu quando pediu fogo ao pica-pau. Este tinha o fogo no seu topete de penas vermelhas. Mandou-a limpar bem o chão debaixo da árvore em que estava sentado, mas a Lua não cumpriu bem a ordem, limpou-o mal, e, quando o pica-pau atirou as penas de fogo para baixo, a vegetação se incendiou e a Lua ficou desfigurada pelo fogo.

Em outro mito, transforma-se primeiro o Sol, depois a Lua, em capivara, para roubarem as flechas de certos demônios. O Sol cobriu as costas com uma grossa casca de madeira na qual as flechas que os demônios lhe atiravam ficavam fincadas sem lhe fazer mal. A Lua, não tomando essa precaução, foi morta pelas flechas2.

1- Os Masakarí (Maxacalí) são hoje uma população de 520 pessoas, que habitam duas aldeias no município de Bertópolis, MG, na fronteira com o sul da Bahia.

2- Os dois episódios fragmentários desse mito indicam que os Masakarí possuem um mito de Sol e Lua, semelhante ao dos Kamakã, e também dos Šerente e Timbira. O fato de que no mito Masakarí a Lua, feminina, também toma parte no roubo das flechas torna provável que eles, ou adotaram a lenda de outra tribo onde o Sol e a Lua são ambos masculinos, ou adotaram secundariamente o conceito de que a Lua é feminina. Em favor da segunda hipótese fala o seguinte: no vocabulário Masakarí de Saint-Hillaire, Sol e Lua ainda não se chamam, como hoje, Manyuán e Manyuan-hey, mas Apocai e Puá, como entre as tribos, estreitamente relacionadas aos Masakarí, dos Makuní (Apucaai e Puaan) e Kapošó (Apucoj e Pua). Os nomes atualmente usados pelos Masakarí procedem visivelmente da língua dos Patašó, que chamam Sol e Lua de Manu (cf. Wied: Mayon) e Manun-tiá (cp. Patašó: bek-tiá = mulher).

Fonte: Os Mitos / Curt Nimuendaju in  Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional .  nº 21 / 1986 - Fundação Nacional  Pró-Memória / Secretaria do Patrimônio e Artístico Nacional (SPHAN) Ministério da Cultura


Volta ao Topo

Deixe seu comentário: Deixe seu comentário:
Correio eletrônico Facebook
Livro de visitas Twitter