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Plumária

As primeiras referências documentais sobre a arte plumária reportam-nos à Carta de Pero Vaz de Caminha ao rei de Portugal em 1500, por ocasião da chegada de Pedro Álvares Cabral em terras da Bahia. 
Dessa época para cá, a plumária continua praticada em maior ou menor escala, dependendo das experiências vividas pelas sociedades indígenas após sucessivos contatos com a sociedade envolvente. Considerando a importância dessa atividade em cada contexto cultural dos grupos étnicos atuais, conclui-se que nenhum mais a executa em toda a sua plenitude, dado o volume de problemas de ordem econômica, social e territorial que aceleram profundas transformações existenciais.

A plumária brasileira agrupa adornos corporais, máscaras rituais e artefatos diversos para finalidades várias: brinquedos, armas, cestos, instrumentos musicais etc.


Dos quais o adorno corporal atinge sua expressividade máxima, pois, o “ornar-se” constitui dado cultural universal e elemento significativo para a construção social do corpo humano.

A matéria-prima – penas, plumas, penugens – não é apenas harmoniosamente combinada entre si, mas comumente trabalhada em conjunção com outros materiais que ampliam as potencialidades estéticas dos artefatos. Entre estes, destacam-se garras, couros e pêlos de mamíferos, sementes, cocos, cápsulas de frutos, cabelos humanos, conchas fluviais, miçangas, contas, taquaras, fios de algodão, ossos de animais, cordéis e fitas de fibras vegetais, em especial das palmeiras.

Plumária
Significado
Apesar dos adornos corporais integrarem a vestimenta habitual, do cotidiano, a ênfase é dada a períodos cerimoniais, tempo simbólico por excelência das culturas humanas.

Exemplos:
A plumária Bororo é um tributo à morte: seus ornatos mais significativos são confeccionados a partir de tal ocorrência e ostentados nos funerais;
As plumárias Kayapó, Kaapór e Kaxináwa constituem-se num tributo à vida, já que atingem expressividade máxima, respectivamente: nos cerimoniais de imposição de nomes e de passagem de classes de idade; em rituais de nominação de crianças de tenra idade; em rituais de iniciação, de fertilidade e em danças especiais que visam à coesão e ao bem-estar da comunidade.
A plumária Guarani é um tributo às crenças, uma vez circunscrita primordialmente a eventos relacionados à esfera religiosa.

Os artefatos plumários possuem uma gama de significados de acordo com sua matriz sociocultural, permitindo várias leituras.
A par das máscaras, artefatos predominantemente sagrados, ornamentos plumários e mesmo algumas de suas partes apresentam-se dotados de propriedades mágico-religioso capazes de produzir resultados para diversos fins. Isso se explica pela estreita correlação entre pássaros e penas e o universo das crenças.
Enquanto expressão da diferenciação social, observa-se que as alternativas quanto à utilização do conjunto de adornos e demais artefatos plumários permitem desvencilhar particularidades vigentes no funcionamento dos diversos sistemas organizatórios.

Fonte : Situando a Plumária / Sonia Ferraro Dorta in A Plumária Indígena Brasileira no Museu de Arqueologia e Etnologia da USP / Sonia Ferraro Dorta e Marília Xavier Cury – São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo: MAE/Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2000. 
Ilustração: J. Lanzellotti


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