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No início do último quartel do século XIX, na região localizada entre o litoral e o planalto no estado de Santa Catarina, na medida em que as frentes de colonização compostas principalmente de imigrantes alemães foram avançando para o interior, encurralando os indígenas, o confronto tornou-se inevitável. Surgiu assim a figura do bugreiro, indivíduo especializado em atacar e exterminar indígenas, contratado pelos colonos imigrantes e pelo governo provincial. Os bugreiros especializaram-se em ataques de surpresa, arrasavam as aldeias não dando chance de resistência aos indígenas. O termo bugreiro vem da palavra “bugre”, designação pejorativa dada aos indígenas da região.
Botocudo
Botocudo armados diante da cabana. Viagem ao Brasil do príncipe Maximilian von Wied-Neuwied

As tropas de bugreiros compunham-se, em regra, de oito a quinze homens. A maioria era aparentada entre si. Atuavam sob a ação constante de um líder, que tinha sobre o grupo pleno poder decisão. As referências que logramos obter sobre essas tropas indicam que a quase totalidade era formada por caboclos, conhecedores profundos da vida do sertão. Ao formar um grupo, o líder não tratava apenas de prestar serviços às colônias e seus habitantes. Também viajantes, tropeiros e agrimensores utilizavam-se constantemente dessas tropas para sua proteção quando necessitavam atravessar ou permanecer em territórios onde a presença indígena era freqüente.

Quando os bugreiros eram chamados por colonos, pelos administradores das colônias ou pelo governo para realizarem expedições de afugentamento do selvagem, eles se preparavam verdadeiramente para uma expedição de guerra. Eduardo Hoernhan, em relatório apresentado ao Serviço de Proteção aos Índios, assim os descreve:

Infinitas precauções tomam, pois é preciso surpreender os índios nos seus ranchos quando entregues ao sono. Não levam cães. Seguem a picado dos índios, descobrem os ranchos e, sem conversarem, sem fumarem, aguardam a hora propícia. É quando o dia está para nascer que dão o assalto. O primeiro cuidado é cortar as cordas dos arcos. Depois praticam o morticínio. Compreende-se que os índios acordados a tiros e a facão nem procuram defender-se, e toda heroicidade dos assaltantes consiste em cortar carne inerme de homens acobardados pela surpresa. Depois das batidas dividem-se os despojos, que são vendidos a quem der mais, entre eles os troféus de combate e as crianças apresadas”.

(Santos, Sílvio Coelho dos. Índios e brancos no sul do Brasil – a dramática experiência dos Xokleng. Florianópolis: Edeme, 1973. p. 83-4.)


Fonte : Brasil Indígena: 500 anos de resistência / Benedito Prezia, Eduardo Hoomaert. - São Paulo: FTD, 2000


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