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Ritos Indígenas no Brasil

Antes de apresentar os Ritos indígenas no Brasil vamos a alguns significados de ritos em geral:

Rito, pela definição antropológica temos: Em certas sociedades, são o ato ou cerimônia mágicos. Com caráter repetitivo, que têm como objetivo orientar uma força oculta para ação determinada. O Rito individual consiste em gestos, palavras e/ou atitudes. O Rito manifesta-se coletivamente através de cantos, danças ou cerimônias estratificados e frequentemente complexas.
Ritual é o conjuntos desses atos e práticas, ou seja, o mesmo que Rito: canto ritual, dança ritual, etc. É um conjunto de práticas consagradas pelo uso, ou ditadas por normas, que se deve observar sem alteração em ocasiões determinadas, o cerimonial.
Desde os primórdios da sociedade humana, os povos desenvolveram seus ritos de acordo com suas crenças como resposta a certas necessidades e circunstâncias.
Rito de Iniciação Masculina Tokok
Rito de Iniciação Masculina Tokok Kayapó-Xikrin do Cateté / PA
Foto : Isabelle Vidal Giannini
No prefácio do livro “O Ramo de Ouro” de Sir James George Frazer (1978), Darcy Ribeiro comenta: “o que aumentou prodigiosamente depois de Frazer foi o acervo de nosso conhecimento etnológico sobre corpos concretos de crenças e práticas mágico-religiosas de povos específicos. Ao que parece, a antropologia ao amadurecer se tornou mais modesta. Contenta-se, agora, em nos dar explanações compreensivas sobre como um certo povo se arranja para controlar o incontrolável através de práticas mágicas e religiosas. Ou, ao menos, para crer que o controla com suficiente convicção para alcançar a tranquilidade indispensável para o uso eficaz dos recursos de que dispõe para satisfazer suas necessidades.”

Quanto a evolução de certos ritos, Darcy esclarece no mesmo prefácio: existe “uma progressão constante de formas rudes, sangrentas e perversas de conduta a formas cada vez mais purificadas e espiritualizadas... as expressões rotineiras da violência ritual, substituídas nos costumes dos povos por formas cada vez menos perversas e sangrentas... a progressão das imolações humanas na forma de festins canibalescos para rituais antropofágicos em que uma comunidade inteira comunga um herói para incorporar em si sua heroicidade; bem como sua substituição posterior por sacrifícios de animais; e mais tarde, a destes por cerimoniais simbólicos tão refinados que mal recordam suas sangrentas origens.”

Os ritos estão ligados aos ciclos da vida e da relação do homem com a natureza. Desde a fertilidade, a concepção, passando por cada fase até chegar a morte, vida após morte e ao recomeço.

Os Ritos indígenas no Brasil tratam dos ritos de  nascimento, de nomeação, de passagem da criança ou adolescente para a vida adulta, de casamento, ritos para determinar uma função dentro da comunidade (chefe, guerreiro, caçador, pajé, etc.), ritos fúnebres, etc.

“Os cerimoniais indígenas, porém, não se restringem a celebrar momentos transitórios culturalmente definidos na vida de indivíduos ou grupos, como nascimento, puberdade, casamento e morte. Realizam-se ainda cerimoniais referentes à investidura de chefes, ao tempo de colheita, à mudança das estações, à caça, à pesca, aos espíritos da floresta, a seres da natureza em geral, muitos deles com as características de ritos de passagem. Nessas ocasiões, particularmente para os grandes rituais, os preparativos mobilizam toda a aldeia; estes, englobam convites para parentes e aliados de aldeias vizinhas, a confecção de adornos corporais, instrumentos musicais e demais artefatos especiais, a preparação de tintas para pinturas corporais e de quantidades excepcionais de alimentos para serem partilhados entre os participantes.

Os rituais indígenas dramatizam episódios míticos, revelando o constante inter-relacionamento entre os domínios cósmico e social e entre os mundos natural e sobrenatural. Representam momentos de encontro entre os construtores do cosmos: homens e ancestrais e outros seres mitológicos de diferentes naturezas; vivos e mortos. Fornecem ainda meios de ordenar e reordenar relações sociais e práticas cotidianas, assegurando simultaneamente a manutenção e a renovação da sociedade.

Os gestos, os movimentos e os artefatos, o canto, a música empregados nas situações rituais são sempre de natureza simbólica. É essencial, por conseguinte, conhecer o significado dos símbolos a fim de entender a mensagem transmitida pelos rituais.”

Fontes : O ramo de Ouro / Sir James George Frazer; tradução de Waltensir Dutra. - Rio de Janeiro : Zahar Editores, 1982
A Plumária Indígena Brasileira no Museu de Arqueologia e Emologia da Usp / Sonia Ferraro Dorta & Marília Xavier Cury - São Paulo : Editora da Universidade de São Paulo: MAE / Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2000 - (Uspiana-Brasil 500 anos)



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