São
os grupos que, tendo experimentado todas as compulsões referidas e
conseguido sobreviver, chegaram ao século XX ilhados em meio à
população nacional, a cuja vida econômica se haviam incorporado como
reserva de mão-de-obra ou como produtores especializados de certos
artigos para comércio. Estavam
confinados em parcelas do antigo território ou despojados de suas
terras, perambulavam de um lugar a outro, sempre escorraçados. Compreendiam
vinte e nove tribos, 12,6 por cento do total, e entre todas, eram as
que enfrentavam mais precárias condições de vida, maior dependência e
miséria. Entre elas e seus ancestrais isolados – em alguns casos, a
geração anterior – ia uma enorme distância. Pela simples
observação direta, ou com apelo à memória, seria impossível
reconstruir, ainda que palidamente, a antiga cultura. Muitos grupos
nessa etapa haviam perdido a língua original, nesses casos,
aparentemente, nada os distinguia da população rural com que conviviam.
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Indígenas Guarani-Kaiowá em Mato Grosso - 2011 As crianças morrem de desnutrição e os adultos, por não vislumbrar saídas acabam se entregando à bebida ou se suicidam.
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