A
conquista da Amazônia foi um processo que durou vários séculos,
envolvendo sertanistas, militares e missionários, que disputavam não
apenas as drogas do sertão – salsa, canela, cacau -, mas sobretudo
indígenas.:
Algumas áreas da Amazônia despertaram maior
interesse, pois além de fornecer abundante mão-de-obra, a sua conquista
representava o alargamento das fronteiras da colônia. Assim foi a
região do rio Solimões, onde os portugueses construíram, em 1669, na
foz do rio Negro, a fortaleza de São José. A aliança com alguns
grupos indígenas, como os Baré e Baniwa, possibilitou o surgimento de
um povoado – o Lugar da Barra – que mais tarde se tornaria a cidade de
Manaus.
Entre 1709 e 1710, às margens do Solimões, os
portugueses entraram em choque com os espanhóis, expulsando-os e
tomando posse das aldeias jesuíticas espanholas fundadas pelo padre
Samuel Fritz.
A conquista se estendeu também ao rio Branco, mais
ao norte, região disputada por espanhóis e holandeses. Outras áreas
foram igualmente devassadas, como o Xingu, o Tapajós e o Purus.
Em
1655, o padre Vieira chegou a afirmar que em menos de meio século mais
de dois milhões de indígenas foram mortos. Apesar do exagero dos
números, deve ter sido muito grande a mortandade, não apenas devido à
escravidão, mas também às doenças trazidas pelos colonizadores.
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Os Munduruku e outros povos da Amazônia reduziam e mumificavam em um ritual as cabeças tanto dos inimigos quanto dos guerreiros. As dimensões do pariná ou da cabeça mumificada eram semelhantes às de um macaco comum. Em fins do século XIX, com a perda do significado das guerras, também desapareceu esse ritual. Ilustração de von Martius. |