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A Pesca

Entre os Araweté

A pesca se divide em dois períodos: a estação de pesca com o timbó, em outubro-novembro, e os meses de pesca cotidiana, feita com arco e flecha ou anzol e linha. Embora o peixe seja
alimento valorizado, é-o menos que a carne de caça, e a pesca é uma atividade  principalmente exercida por meninos e mulheres (exceto as pescarias coletivas com timbó).

Os Araweté são indígenas da terra firme: a maioria das pessoas mais velhas não sabe nadar. A água de beber e cozinhar é retirada de cacimbas abertas na margem arenosa dos cursos d'água ou nos açaizais.

Pesca Araweté
Tiwawi-ro flechando um trairão - Foto: Eduardo Viveiros de Castro, 1991
Timbó : Designação comum a plantas, basicamente leguminosas e sapindáceas, que induzem efeitos narcóticos em peixes e, por isso, são usadas para pescar. Fragmentadas e esmagadas, são lançadas na água; logo os peixes começam a boiar e podem ser facilmente apanhados à mão. Deixados na água, recuperam-se, podendo ser comidos sem inconveniente.
Pesca
Imagem ilustrativa - foto de Pâtikâ
Entre os Cinta Larga

A pesca é feito do baixar das águas até a chegada da cheia. Pesca-se à beira do rio com anzol ou flecha, a toda hora.
Homens e mulheres, adultos e crianças, passam horas a fio acompanhando as brincadeiras dos que tomam banho, pegando pequenos piaus e piabas. Conseguem peixes um pouco maiores indo de canoa até o rio o meio do rio; mas, quantidades significativas, encontram-se apenas em locais distantes, nos poções situados rio abaixo e rio acima.
Essas pescarias são mais demoradas; são viagens que deslocam mais de uma família. Não raras vezes, acampam no local mais promissor e por vários dias se fartam de peixe. No retorno, às vezes, nada trazem, mas podem também voltar carregados de peixe, caça, frutos ou matéria prima para o artesanato.

No final da estação chuvosa, homens e meninos pescam nos igarapés menores da redondeza, envenenando a água com timbó.
A canoa é uma aquisição recente. Antes dela, cruzavam rios e igarapés a nado ou improvisando pontes nos locais de corredeiras . Com a canoa aumentaram-se as possibilidades da pesca mais produtiva, a freqüência dos passeios e mesmo a caça noturna.

Entre os Mehinaku


O Peixe é outro alimento importante na cultura xinguana. A pescaria pode ser individual ou coletiva, sendo esta a que predomina na cultura xinguana,  determinando os preparativos e a data de realização de um cerimonial.
Enquanto alguns homens trazem da mata os feixes de timbó, espécie de cipó, que macerado na água libera um veneno vegetal que entorpece os peixes, outro grupo constrói uma barragem no rio para que os cardumes não escapem fugindo do efeito paralisante da seiva do timbó.
Assim que os peixes sobem à tona, homens e meninos os jogam para a margem, onde são coletados pelas mulheres e colocados em jiraus, para em seguida serem  moqueados. Esta forma não estragam no transporte até a aldeia.
Os Mehinaku não precisam se preocupar com isto, pois o rio fica próximo a aldeia. As pescarias também funcionam como momentos de grande brincadeira e divertimento entre os indígenas.
Ao término do trabalho alguns peixes são preparados na beira do rio mesmo.
Diversão depois da pesca
A nascente do Tauatauari é em um igarapé. Nesse local a água ainda é cristalina e excelente para a diversão - foto : Vito D'Aléssio

Fontes: Araweté: O Povo do Ipixuna / Eduardo Viveiros de Castro. - São Paulo : CEDI - Centro Ecumênico de Documentação e Informação, 1992
Os Cinta Larga / Carmen Junqueira (Depto. de Antropologia, Pontifícia Universidade católica de São Paulo) in Revista de Antropologia, Volumes 27/28.- São Paulo : Publicação do Departamento de Ciências Sociais (Área de Antropologia) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas - Universidade de São Paulo, 1984/85
Os herdeiros de Maivotsinín / Paulo Pinagé in Horizonte geográfico, ano 12 - nº 62. - São Paulo


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