Curiosidades sobre os
reis magos
O termo Magos
aparece pela
primeira vez nas inscrições cuneiformes, isto é, antiga escrita em
forma de cunha encontrada nos rochedos de Behistun. Essas inscrições
foram feitas no reinado de Dario, rei da Persa, que viveu cinco
séculos antes de Cristo.
Os Magos eram uma casta de Medas, uma
das tribos persas. Eram porém sacerdotes, uma casta sacerdotal da
tribo, considerados como sábios e profetas. Podemos dizer que eram
comparáveis aos brâmanes da Índia, uma classe religiosa
intelectual. Os magos remontam à antiga Judéia, mais de seiscentos
anos antes de Cristo.
A palavra magia se origina de
Magos, que eram conhecidos por suas capacidades divinatórias e de
interpretação de sonhos. Famosos pelo conhecimento de Astronomia e
astrologia, previam acontecimentos observando os astros.
Na tradição
católica, a visita à manjedoura de Belém por “uns magos do
Oriente” foi tornando-se uma visitação feita por reis. Já a
partir do século III. Essas crenças, ampliadas por evangelhos
apócrifos, foram incorporadas como verdades no século VIII. Os reis
sempre tiveram uma reputação melhor que a dos cientistas e também
favoreceram as ciências. Os magos viraram reis, com coroa, séquito
e tudo. Os Reis Magos receberam até nomes: Melquior, Baltazar e
Gaspar. E ganharam camelos e roupagem suntuosas.
Existem muitas
fábulas maravilhosas contando os milagres e prodígios supostamente
ocorridas durante a viagem dos Reis Magos até Belém, e também no
seu retorno à terra natal. Canonizados popularmente, com o tempo
eles foram devidamente listados no hagiológio, o catálogo dos
santos da Igreja Católica. Ao fixar-se a Festa do Nascimento de
Jesus Cristo a 25 de dezembro, marcou-se a data da visitação dos
Reis Magos como sendo o dia 6 de janeiro. Mais um dia santo. O
primeiro do calendário civil.
Sobre os Reis
Magos, o Evangelho de Mateus não diz se eram três, nem reis e muito
menos seus nomes. O texto relata como eles vieram do Oriente a Belém,
guiados por uma estrela, para adorar Jesus, evoca suas aventuras com
Herodes e como encontraram Maria com o Menino Jesus, o adoraram e
lhes entregaram como presentes ouro (natureza real, presente dado aos
reis), incenso ou olíbano (natureza divina, empregado no culto e
altares) e mirra (para embalsamar os mortos, evocando o sofrimento e
a morte futura, sinal de imortalidade) (Mt 2,11). Segundo a tradição
Gaspar (branco) trouxe o ouro, Melquior (moreno) o incenso e Baltazar
(negro) a mirra. O número de três magos terá sido influenciado ou
deduzido pelos três presentes oferecidos.
Os nomes de
Melquior, Baltazar e Gaspar surgiram no século VIII. Beda o
venerável considera-os representantes da Europa, Ásia e África, os
três continentes conhecidos naquele tempo. Na origem, os evangelhos
apócrifos do século IV, como o pseudo-Mateus e sobretudo o
evangelho armênio da infância, transformaram os magos em doze reis e
lhes atribuíram os nomes. Talvez para mostrar a realização das
previsões do Antigo Testamento (Sl 72,10; Is 60,6). Mesmo sendo
persas, ganharam nomes judaicos. Em hebraico, o autor hipotetiza que:
Melchior significaria “rei da luz” (melech-or),
Baltazar, “senhor do tesouro” (baal-otsar)
e Gaspar, “o tesoureiro” (gisbar).