Danças
A
dança, pode-se dizer, é um fato folclórico completo,
pois possui todas as suas principais características. É a
manifestação espontânea de uma coletividade, sendo
portanto coletiva e aceita pela sociedade onde subsiste. Tem como
cenário
normal as ruas, largos, praças públicas e possui estruturação
própria através da reunião de seus participantes e
ensaios periódicos. As danças brasileiras, não só
pela quantidade e variação, como pela sua freqüência,
são as expressões mais fiéis de nosso espírito
musical.
Desde
a mais alta antiguidade, a dança esteve sempre
presente. Entre os povos não letrados existe uma série de
danças, como as de caça, de máscaras, guerreiras,
nupciais, de iniciação, fúnebres, medicinais, de colheitas,
religiosas, lúdicas, etc. As
danças folclóricas existem em quase todos os países
do mundo. Muitas delas são ligadas a manifestações
de culto. Outras evocam fatos épicos, acontecimentos dignos de serem
periodicamente rememorados como exemplos de coesão social. |

Samba
de Roda
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Outras
servem de atos propiciatórios, ou a tarefas de trabalho coletivo,
ensinando a alegria da cooperação. De qualquer maneira, apresentam
incomparável valor folclórico, visto que conjugam os mais
diversos aspectos da vida cotidiana, associando a música ao gesto,
à cor, ao ritmo, ao sentido lúdico e utilitário, à
graça dos ademanes e aos atributos da resistência física
em manifestações de saúde, alegria e vigor. |
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Maracatu
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Classificação:
As
danças folclóricas podem ser classificadas coreograficamente,
conforme o número de participantes, em: solistas,
quanto
existe um só dançador, como no frevo; de
par enlaçado,
como a valsa; de
par solto,
como a chimarrita, podendo haver aquelas
em que o par se enlaça e se separa conforme as marcações,
ex.: ciranda, quadrilha.
Algumas
danças, como as primitivas, são de
roda,
pois nelas os participantes fazem roda, ficando o dançador ou o
par no centro, como no caso do samba de roda ou batuque. Existem ainda
as que, sendo de par, os pares giram em roda, no sentido contrário
ao dos ponteiros do relógio, como o jongo. Existem também
as de
fileiras
em que os dançadores se colocam uns atrás
dos outros em duas filas que se defrontam, como na dança de São
Gonçalo.
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Quanto
à motivação
as danças podem ser:
Religiosas:
Santa Cruz, São Gonçalo, Cururu.
Funerárias:
Axexê.
Mímicas:
quando os dançadores imitam alguma coisa.
Lúdicas:
como as danças de roda das crianças.
Profanas:
Fandango, Quadrilha, Jongo, Batuque, Coco.
Guerreiras:
como Congada, Mouros e Cristãos.
Dramáticas:
Cheganças, Maracatu, sendo algumas
também de cortejo.
Quanto
à movimentação, elas podem ser: tranqüilas, agitadas e frenéticas, sendo do último tipo
as danças mágico-religiosas dos ritos primitivos, como os
do candomblé.
As danças
folclóricas geralmente são acompanhadas
por instrumentos ou conjuntos instrumentais e por palmeados e
sapateados,
sendo que em algumas delas enquanto se canta não se dança
e noutras os tocadores não dançam.
Nada
melhor do que uma dança folclórica para traduzir,
num esboço, a fisionomia típica de certa época ou
de certa sociedade. É, pois necessário que as danças
brasileiras sejam mais estudadas e protegidas a fim de defender do
esquecimento
nossas tradições populares.
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