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![]() o uso de mantilhas
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No
interior de Minas e
de São Paulo, era hábito das mulheres irem à missa de mantilha, o
rosto quase tapado, como o das mulheres árabes. Nos séculos XVI,
XVII e XVII os rebuços e mantilhas predominavam em todo o Brasil,
dando às modas femininas um ar mais oriental que europeu. Os rebuços
era uma espécie de “dominós pretos”, “mantilhas fúnebres”
em que se andam amortalhadas muitas das beldades portuguesas”, como
descreveu Sebastião José Pedroso no seu Itinerário,
referindo-se às mulheres do reino. A falta de adaptação do trajo brasileiro ao clima prolongou-se, porém, ao século XIX. Acentuou-se, mesmo. Homens, mulheres e até meninos continuaram a vestir-se para a missa, para as visitas e para ir ao colégio como se um eterno luto de mães os obrigasse ao preto felpudo, espinhento e solene. Os homens de cartola desde sete horas da manhã. Até os princípios do século XX os estudantes de direito em São Paulo e em Olinda, os de medicina no Rio e na Bahia, os médicos, os advogados, os professores, só achavam jeito de andar de cartola e sobrecasaca preta. Um ou outro chapéu-de-chile mais afoito branquejou no meio desse preto ortodoxo de cartolas. A transigência dos doutores e dos fidalgos com o clima tropical foi se fazendo de baixo para cima: pelas calças brancas. Desde de meados do seculo XIX que começaram a usá-las na Bahia e no Recife os armazenários de açúcar ou de café, os altos funcionários públicos, os médicos, advogados, profesores. De modo que o preto Calixto, apresentando-se aos seus alunos de cartola, sobrecasaca preta e calças brancas, apresentava-se ortodoxamente vestido. A indumentária dos domésticos das famílias pernambucanas: uns ainda seminus, isto é, “só de tanga”; a maioria, porém, de “camisa de baeta encarnada e ceroula de algodão”; ou de “calças e camisa de estopa”; ou de “camisa de algodão grosso e calça de ganga”. |
![]() roupas impróprias para o clima
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![]() pés descalços, chambre de chita por cima das ceroulas e as mulheres de cabeção. |
![]() Capitão-do-mato - Rugendas -
Biblioteca Municipal de São Paulo
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Mulecas de vestidos de “panno da Costa com listras vermelhas”; pretas velhas de “vestido de chita roxa, saia lila, preta por cima, panno da Costa azul com matames brancos, e lenço azul amarrado na cabeça”. Alguns negros de argola na orelha – ornamentação de sua terra que aqui lhes foi permitido conservar. Voltando aos tipos regionais. No século XVI surge a figura do bandeirante: o Ciclo das Bandeiras de Apresamento erromeamente chamado de defensivo, pois se alguém tinha algo a defender eram os indígenas, de quem os portugueses ameaçavam não só as terras e a liberdade, como a própria vida. Com a escravatura surge
os capitães-do-mato, especializados na captura de
negros
fugidos – e nos vícios da polícia venal. Forjam dificuldades e
até mesmo “fugas” de escravos cúmplices para aumentar a renda
dos prêmios. Em 1722, recebem regimento que procura prevenir essas
traças. Por esse tempo os temíveis capitães tornam-se necessários
também na nova Capitania de Minas Gerais, 1720, onde ocorre uma
conspiração de negros. Assim vão surgindo outros tipos de acordo com a expansão do território brasileiro. Muitos dos registros ilustrados e relatos dos os costumes dos brasileiros do início do século XIX se devem as expedições européias, como por exemplo: expedição científica do Príncipe Maximiliano de Wied-Neuwied de 1815 a 1817; expedição austríaca do Dr. Johann Baptist von Spix e Dr. Carl Friedrich Philipp von Martius (Spix e Martius) de 1817 a 1820; em 1816 a vinda da Missão Francesa, composta por artistas como Jean-Baptiste Debret, Grandjean de Montigny e Nicolas-Antoine Taunay; em 1821 a vinda de Johann Moritz Rugendas, que voltou em 1842; entre outros. |
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