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Presépio no estilo Mestre
Vitalino - Foto de Angelo Zucconi
Coleção do autor |
1525-1530 – O humanista e poeta Jacopo Sannazaro colocou na cripta de sua igreja panteão, Santa Maria del Parto, um presépio composto de figuras da Virgem Maria, do Menino Jesus, de São José e de alguns pastores em madeira, quase em tamanho original, obra do maior escultor napolitano daquele tempo, Giovanni da Nola. No final do século XVI a pintura começou a misturar à história sacra elementos extraídos da realidade cotidiana. Pintores napolitanos transformaram pastores do evangelho em camponeses, introduzindo uma visão realística das classes sociais. As figuras do presépio, em Nápoles, continuam até hoje sendo chamadas de “pastores”. No século XVIII, o Rei de Nápoles, Carlos III, encorajado pelo padre Rocco, dominicano seu conselheiro, transformou a realização do presépio numa prática do próprio monarca e da aristocracia. Viu então a cidade desenvolver-se um refinado artesanato de fabricantes de instrumentos musicais, ceramistas, entalhadores, alfaiates, dedicando-se com paciência beneditina a reproduzir, em proporções minúsculas, tudo quanto pode ocorrer na vida de um povo. O rei incentivou a participação dos maiores escultores napolitanos nesse gênero, alcançando resultados muito originais e de grande qualidade. |
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No século XIX a tradição da
ilustração pitoresca dso costumes populares combinou-se com a do
panorama e do diorama (quadro iluminado na parte superior por luz
móvel, e que produz ilusão óptica), criando a encenação do
presépio napolitano na qual todos os episódios são coordenados
dentro de um cenário que transforma Belém numa vila ideal da
província da Itália meridional. Quase uma projeção dos valores da
sociedade no plano religioso, o conjunto tornou-se uma marca da vida
napolitana. O Presépio Napolitano no Brasil A ideia de um Museu
de Presépios teve
início em 1949, quando Francisco Matarazzo Sobrinho, o Ciccillo,
trouxe da Itália um exemplar do precioso Presépio Napolitano, do
século XVIII, composto de 1620 peças, existindo somente dois
conjuntos dessa proporção remanescentes no mundo: o do Palácio
Real de Nápoles e o da Basílica de São Cosme e Damião, nas ruínas
do Fórum Romano. Algumas cenas do
presépio podem ser
visto na Exposição
Virtual do Presépio Napolitano. |
O
símbolo da árvore de Natal é bem
anterior ao do presépio e mais universal. Entre os povos escandinavos e teutônicos havia um culto à árvore: acreditavam que as árvores possuíssem um espírito, e que algumas sempre-verdes eram sagradas. O inventor da árvore de Natal foi São Bonifácio, o apóstolo dos germanos ou o evangelizador da Alemanha. Ele nasceu na Inglaterra em 672 e faleceu martirizado em 5 de junho de 754. Seu nome religioso, em latim Bonifacius, quer dizer “aquele que faz o bem”, e retoma o mesmo significado do seu nome saxão Wynfrith. Em 718 ele esteve em Roma e o Papa Gregório II enviou-o à Alemanha, com a missão de reorganizar a Igreja. Por cinco anos ele evangelizou territórios que hoje fazem parte dos estados alemães de Hessen e Turíngia. Em 722, foi feito bispo dos territórios da Germânia e, um ano depois, inventou a árvore de Natal, causando um certo impacto no meio ambiente germânico. Sem maiores preocupações ambientais ou com os costumes locais, em 723 São Bonifácio derrubou um enorme carvalho dedicado ao deus Thor, perto da atual cidade de Fritzlar, na Alemanha. Para convencer o povo e os druídas de que não era uma árvore sagrada, ele abateu-a. Esse acontecimento é considerado o início formal da cristianização da Alemanha. Na queda, o carvalho destruiu tudo que ali se encontrava, menos um pequeno pinheiro. Segundo a tradição, Bonifácio interpretou esse fato casual como um milagre. Era o período do Advento e, como ele pregava sobre o Natal, declarou: “Doravante, nós chamaremos esta árvore de árvore do Menino Jesus”. O costume de plantar pequenos pinheiros para celebrar o nascimento de Jesus começou e estendeu-se pela Alemanha e de lá para o mundo, dizem. A tradição cristã assimilou a árvore de Natal como uma nova árvore da vida, aquela do jardim do Éden. (Gn 2,9). É costume enfeitá-la com bolas coloridas, como se fossem frutos, e com outros adornos natalinos. Os enfeites alegorizam virtudes, desejos, vínculos e sonhos das pessoas e da casa onde está a árvore de Natal. Já no tempo de São Bonifácio, as árvores de Natal eram enfeitadas com maçãs, evocando a nova frutificação e o antigo pecado original. Ao contrário do mito do Éden sobre a serpente e a “maçã”, a árvore de Natal passou a evocar vida e salvação, plantadas nas casas. As árvores também eram decoradas com velas, representando Jesus, a luz do mundo. O costume difundiu-se pela Europa. Uma das primeiras referências registradas dos enfeites é do século XVI e vem da Igreja da Alsácia. As famílias decoravam os pinheiros com papéis coloridos, enfeites, frutas e doces. Espalhada por toda a Europa, a tradição de enfeitar a árvore de Natal chegou ao continente americano por volta de 1800. |
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São Nicolau |
O
personagem do Papai Noel foi
inspirado em São Nicolau Taumaturgo, arcebispo de Mira, no século
IV. São Nicolau nasceu em 280 em Patara, na atual Turquia, e morreu
aos 41 anos. Ele costumava ajudar, anonimamente, quem estivesse em
dificuldades financeiras. Bondoso e generoso, nas várias histórias a
seu respeito, São Nicolau sempre oferecia presentes aos pobres e
salvava marinheiros vítimas de tempestades. Foi declarado santo após
muitos milagres lhe serem atribuídos. São Nicolau virou também o
padroeiro das crianças e dos marinheiros. A fama do Papai Noel de dar presentes às crianças chegou aos Países Baixos pelos marinheiros, gente poliglota por ofício e não por profissão. O nome Nicolau cresceu pela Alemanha e Europa, atravessou séculos, até chegar aos Estados Unidos, onde é chamado de Santa Claus. O nome Santa Claus vem da evolução paulatina do nome de São Nicolau: St. Nicklauss, St. Nick, St. Klauss e Santa Claus. O nosso Papai Noel vem do francês Père Noel. Em Portugal, ele é chamado de Pai Natal. A palavra Noel é mais poderosa do que muitos imaginam. Ela vem do hebraico imanu'el e significa Deus conosco. Quem deu força à lenda de Papai Noel foi Clemente C. Moore, um professor de literatura grega em Nova Iorque, com o poema “Uma visita de São Nicolau”, escrito para seus seis filhos em 1822. Moore divulgou a versão de que ele viajava num trenó puxado por renas e ajudou a popularizar outras características, como o fato de ele entrar pela chaminé. A explicação da chaminé vem da Finlândia, uma das fontes de inspiração do poema. Os antigos lapões viviam em pequena tendas, como iglus, cobertas com pele de rena. A entrada era um buraco no telhado. De personagem real da Turquia, o Papai Noel imaginário passou a vir do Pólo Norte. A última e mais importante característica incluída na figura de Papai Noel é sua roupa vermelha e branca. Antigamente, ele vestia-se como bispo ou usava cores próximas do marrom, com uma coroa de azevinhos na cabeça ou nas mãos. Mas não havia um padrão. Seu visual atual foi obra do cartunista Thomas Nast, na revista Harper's Weeklys, em 1886, numa edição especial de Natal. Em alguns lugares na Europa e no Canadá ele ainda é representado com os paramentos eclesiásticos de bispo e, ao invés do gorrinho vermelho, tem uma mitra episcopal. A Coca-Cola seria a responsável pelo atual visual do Papai Noel: roupas vermelhas com detalhes em branco? Não. Isso é totalmente infundado. O Papai Noel já apareceu com essas roupas na obra de Thomas Nast e em publicidade da Colgate, RCA Victor e Michelin, muito antes das campanhas da Coca-Cola. A primeira grande campanha publicitária da Coca-Cola com o Papai Noel foi em 1930, quase 50 anos depois de Thomas Nast ter desenhado a imagem atual do bom velhinho. As cores do Natal
O verde, o vermelho e
o dourado são as
cores dominantes no Natal. O verde é o símbolo primaveril de
renovação, esperança e regeneração. O verde das plantas capta a
energia solar e pelo processo da fotossíntese a transforma em
energia vital. O vermelho está ligado ao fogo, à redenção e ao
amor divino. O dourado está associado ao sol, à luz, à sabedoria e
ao Reino vindouro. Para a tradição católica há uma relação
entre essas três cores e os presentes dos Reis Magos: ouro
(dourado), incenso (vermelho) e mirra (verde). Feliz Natal |
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