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Símbolos do Natal

O Presépio

Os personagens originais do presépio representavam, no estábulo de Belém, as cenas ocorridas após o nascimento de Jesus. Inicialmente, os presépios limitavam-se às figuras do Menino Jesus, Maria e José. Com o tempo, os católicos foram enchendo os seus presépios com figuras de pastores, Reis Magos, artesãos, lavradores, pescadores e outras dos relatos evangélicos e apócrifos. A presença no presépio do jumento e do boi resultou de uma interpretação cruzada de uma passagem do livro de Isaías (1,3) com outra de Habacuc (3,2). Logo muitos animais chegaram ao presépio. Há presépios célebres, com centenas de imagens de barro ou de outros materiais. O presépio é, dos símbolos do Natal, o mais inspirado nos evangelhos.

Presépio
Presépio - Foto de Angelo Zucconi - Coleção do autor

História dos presépios

São Francisco de Assis criou a primeira encenação da natividade em 1223, em Greccio, uma pequena cidade da Itália central.
Na década de 1290 a igreja de Santa Maria Maior, em Roma, foi reformada e instalada ali a Capela do Presépio, que abrigava um grupo esculpido representando o nascimento de Jesus.
No mosteiro napolitano de San Giovanni, a Carbonara, foi realizado, em 1484, o primeiro presépio com grandes figuras de madeira, no qual apareciam ao lado da Natividade, os anjos, os pastores e os Reis Magos.
Presépio nordestino
Presépio no estilo Mestre Vitalino - Foto de Angelo Zucconi
Coleção do autor

1525-1530 – O humanista e poeta Jacopo Sannazaro colocou na cripta de sua igreja panteão, Santa Maria del Parto, um presépio composto de figuras da Virgem Maria, do Menino Jesus, de São José e de alguns pastores em madeira, quase em tamanho original, obra do maior escultor napolitano daquele tempo, Giovanni da Nola.
No final do século XVI a pintura começou a misturar à história sacra elementos extraídos da realidade cotidiana. Pintores napolitanos transformaram pastores do evangelho em camponeses, introduzindo uma visão realística das classes sociais. As figuras do presépio, em Nápoles, continuam até hoje sendo chamadas de “pastores”.
No século XVIII, o Rei de Nápoles, Carlos III, encorajado pelo padre Rocco, dominicano seu conselheiro, transformou a realização do presépio numa prática do próprio monarca e da aristocracia. Viu então a cidade desenvolver-se um refinado artesanato de fabricantes de instrumentos musicais, ceramistas, entalhadores, alfaiates, dedicando-se com paciência beneditina a reproduzir, em proporções minúsculas, tudo quanto pode ocorrer na vida de um povo. O rei incentivou a participação dos maiores escultores napolitanos nesse gênero, alcançando resultados muito originais e de grande qualidade.
No século XIX a tradição da ilustração pitoresca dso costumes populares combinou-se com a do panorama e do diorama (quadro iluminado na parte superior por luz móvel, e que produz ilusão óptica), criando a encenação do presépio napolitano na qual todos os episódios são coordenados dentro de um cenário que transforma Belém numa vila ideal da província da Itália meridional. Quase uma projeção dos valores da sociedade no plano religioso, o conjunto tornou-se uma marca da vida napolitana.

O Presépio Napolitano no Brasil

A ideia de um Museu de Presépios teve início em 1949, quando Francisco Matarazzo Sobrinho, o Ciccillo, trouxe da Itália um exemplar do precioso Presépio Napolitano, do século XVIII, composto de 1620 peças, existindo somente dois conjuntos dessa proporção remanescentes no mundo: o do Palácio Real de Nápoles e o da Basílica de São Cosme e Damião, nas ruínas do Fórum Romano.
O conjunto foi exposto, pela primeira vez, na Galeria Prestes Maia, em São Paulo, no dia 4 de outubro de 1950, dia de São Francisco de Assis.
Desmontado em dezembro de 1951, as peças ficaram guardadas na Metalúrgica Matarazzo, por cinco anos.
Quando dos festejos do IV Centenário da Cidade de São Paulo o presépio foi instalado no antigo Pavilhão do Folclore, na grande marquise do Parque do Ibirapuera, permanecendo em exposição por quinze anos.
Em 20 de outubro de 1970, o precioso conjunto foi doado ao Governo do Estado de São Paulo e passou a integrar o acervo do Museu de Arte Sacra, sendo transferido em 1985 para o Mosteiro da Luz, sede do museu.
Em 1999, a antiga residência do Capelão do Mosteiro, datada de 1908, foi reformada e adequada para abrigar de forma ideal o Presépio Napolitano, atendendo às necessidades museológicas e conservacionistas do acervo.
No dia 18 de dezembro de 1999, o Presépio Napolitano foi reapresentado ao público, em nova montagem cenográfica, no Museu de Arte Sacra.

Algumas cenas do presépio podem ser visto na Exposição Virtual do Presépio Napolitano.
Em São Paulo visite o Presépio Napolitano no Museu da Arte Sacra na Avenida Tiradentes, 676 - Bairro da Luz - próximo à estação Tiradentes do Metrô
De terça a  sexta, das 9 as 17 horas;  domingo das 10 as 18 h e segunda é fechado. O Museu possui estacionamento gratuito, entrada pela rua Jorge Miranda, 43.
O estacionamento possui bicicletário e vagas exclusivas para idosos e deficientes.


A Árvore de Natal
O símbolo da árvore de Natal é bem anterior ao do presépio e mais universal.
Entre os povos escandinavos e teutônicos havia um culto à árvore: acreditavam que as árvores possuíssem um espírito, e que algumas sempre-verdes eram sagradas.
O inventor da árvore de Natal foi São Bonifácio, o apóstolo dos germanos ou o evangelizador da Alemanha. Ele nasceu na Inglaterra em 672 e faleceu martirizado em 5 de junho de 754. Seu nome religioso, em latim Bonifacius, quer dizer “aquele que faz o bem”, e retoma o mesmo significado do seu nome saxão Wynfrith. Em 718 ele esteve em Roma e o Papa Gregório II enviou-o à Alemanha, com a missão de reorganizar a Igreja. Por cinco anos ele evangelizou territórios que hoje fazem parte dos estados alemães de Hessen e Turíngia. Em 722, foi feito bispo dos territórios da Germânia e, um ano depois, inventou a árvore de Natal, causando um certo impacto no meio ambiente germânico.
Sem maiores preocupações ambientais ou com os costumes locais, em 723 São Bonifácio derrubou um enorme carvalho dedicado ao deus Thor, perto da atual cidade de Fritzlar, na Alemanha. Para convencer o povo e os druídas de que não era uma árvore sagrada, ele abateu-a. Esse acontecimento é considerado o início formal da cristianização da Alemanha. Na queda, o carvalho destruiu tudo que ali se encontrava, menos um pequeno pinheiro. Segundo a tradição, Bonifácio interpretou esse fato casual como um milagre. Era o período do Advento e, como ele pregava sobre o Natal, declarou: “Doravante, nós chamaremos esta árvore de árvore do Menino Jesus”. O costume de plantar pequenos pinheiros para celebrar o nascimento de Jesus começou e estendeu-se pela Alemanha e de lá para o mundo, dizem.
A tradição cristã assimilou a árvore de Natal como uma nova árvore da vida, aquela do jardim do Éden. (Gn 2,9). É costume enfeitá-la com bolas coloridas, como se fossem frutos, e com outros adornos natalinos. Os enfeites alegorizam virtudes, desejos, vínculos e sonhos das pessoas e da casa onde está a árvore de Natal. Já no tempo de São Bonifácio, as árvores de Natal eram enfeitadas com maçãs, evocando a nova frutificação e o antigo pecado original. Ao contrário do mito do Éden sobre a serpente e a “maçã”, a árvore de Natal passou a evocar vida e salvação, plantadas nas casas. As árvores também eram decoradas com velas, representando Jesus, a luz do mundo. O costume difundiu-se pela Europa. Uma das primeiras referências registradas dos enfeites é do século XVI e vem da Igreja da Alsácia. As famílias decoravam os pinheiros com papéis coloridos, enfeites, frutas e doces. Espalhada por toda a Europa, a tradição de enfeitar a árvore de Natal chegou ao continente americano por volta de 1800.
Árvore de Natal

Papai Noel
São Nicolau
São Nicolau
O personagem do Papai Noel foi inspirado em São Nicolau Taumaturgo, arcebispo de Mira, no século IV. São Nicolau nasceu em 280 em Patara, na atual Turquia, e morreu aos 41 anos. Ele costumava ajudar, anonimamente, quem estivesse em dificuldades financeiras. Bondoso e generoso, nas várias histórias a seu respeito, São Nicolau sempre oferecia presentes aos pobres e salvava marinheiros vítimas de tempestades. Foi declarado santo após muitos milagres lhe serem atribuídos. São Nicolau virou também o padroeiro das crianças e dos marinheiros.
A fama do Papai Noel de dar presentes às crianças chegou aos Países Baixos pelos marinheiros, gente poliglota por ofício e não por profissão. O nome Nicolau cresceu pela Alemanha e Europa, atravessou séculos, até chegar aos Estados Unidos, onde é chamado de Santa Claus. O nome Santa Claus vem da evolução paulatina do nome de São Nicolau: St. Nicklauss, St. Nick, St. Klauss e Santa Claus. O nosso Papai Noel vem do francês Père Noel. Em Portugal, ele é chamado de Pai Natal. A palavra Noel é mais poderosa do que muitos imaginam. Ela vem do hebraico imanu'el e significa Deus conosco.

Quem deu força à lenda de Papai Noel foi Clemente C. Moore, um professor de literatura grega em Nova Iorque, com o poema “Uma visita de São Nicolau”, escrito para seus seis filhos em 1822. Moore divulgou a versão de que ele viajava num trenó puxado por renas e ajudou a popularizar outras características, como o fato de ele entrar pela chaminé. A explicação da chaminé vem da Finlândia, uma das fontes de inspiração do poema. Os antigos lapões viviam em pequena tendas, como iglus, cobertas com pele de rena. A entrada era um buraco no telhado. De personagem real da Turquia, o Papai Noel imaginário passou a vir do Pólo Norte.

A última e mais importante característica incluída na figura de Papai Noel é sua roupa vermelha e branca. Antigamente, ele vestia-se como bispo ou usava cores próximas do marrom, com uma coroa de azevinhos na cabeça ou nas mãos. Mas não havia um padrão. Seu visual atual foi obra do cartunista Thomas Nast, na revista Harper's Weeklys, em 1886, numa edição especial de Natal. Em alguns lugares na Europa e no Canadá ele ainda é representado com os paramentos eclesiásticos de bispo e, ao invés do gorrinho vermelho, tem uma mitra episcopal.

A Coca-Cola seria a responsável pelo atual visual do Papai Noel: roupas vermelhas com detalhes em branco? Não. Isso é totalmente infundado. O Papai Noel já apareceu com essas roupas na obra de Thomas Nast e em publicidade da Colgate, RCA Victor e Michelin, muito antes das campanhas da Coca-Cola. A primeira grande campanha publicitária da Coca-Cola com o Papai Noel foi em 1930, quase 50 anos depois de Thomas Nast ter desenhado a imagem atual do bom velhinho.

As cores do Natal

O verde, o vermelho e o dourado são as cores dominantes no Natal. O verde é o símbolo primaveril de renovação, esperança e regeneração. O verde das plantas capta a energia solar e pelo processo da fotossíntese a transforma em energia vital. O vermelho está ligado ao fogo, à redenção e ao amor divino. O dourado está associado ao sol, à luz, à sabedoria e ao Reino vindouro. Para a tradição católica há uma relação entre essas três cores e os presentes dos Reis Magos: ouro (dourado), incenso (vermelho) e mirra (verde).

Feliz Natal

Papai Noel

Guia de Curiosidades católicas: causos, costumes, festanças e símbolos escondidos no seu calendàrio / Evaristo Eduardo de Miranda. - Petrópolis, RJ : Vozes, 2007
Folheto explicativo do Presépio Napolitano - Museu de Arte Sacra
Origem das tradições do Natal / Spencer Lewis in O Rosacruz, Novembro/Dezembro, 1984

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