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Negros no Brasil |
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"Chamava-se
novo ou boçal o negro
recém-chegado da África, aturdido com o tipo de sociedade que
encontrava aqui, incapaz de exprimir-se senão na sua língua natal e
ainda distinguível pelas marcas tribais que trazia no rosto ."
Koster
conta: "Os escravos são
colocados nas ruas diante das portas dos proprietários... deitados
ou sentados em promiscuidade pelos caminhos, em número que atinge às
vezes a duzentos ou trezentos. Os homens usam ao redor da cinta um
pedaço de pano azul, puxado entre as pernas e preso nas costas. As
mulheres recebem um pedaço maior de pano, que é usado como saia; e
às vezes dão-lhes outro, com o fim de cobrir a parte superior do
corpo. ..
Eles, porém, não parecem sentir mais
que o desconforto da situação. Seu alimento é carne salgada,
farinha de mandioca, feijão e às vezes banana da terra. A comida de
cada dia é cozida no meio da rua, em enormes caldeirões. À noite,
os escravos são conduzidos a um ou mais armazéns e o condutor fica
de pé, contando-os à medida que eles passam. São trancados; e a
porta é aberta de novo ao romper do dia seguinte. O desejo dessas
míseras criaturas, de escapar a este estado de inação e
desconforto, manifesta-se quando aparece um comprador. De bom grado
se levantam para serem colocadas em fila, com o fim de serem
examinadas e tratadas como gado... Chamam-se uns aos outros de malungos
e
este termo é muito considerado entre eles. O comprador dá a cada
um dos seus escravos recém-comprados um grande pano de baeta e um
chapéu de palha e leva-os o mais depressa possível para a sua
fazenda." |
Negros Novos -
Rugendas
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