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Jesus no Horto das Oliveiras (Getsêmani) "No meio das sombras da noite, Jesus adentra o “horto das Oliveiras”. Pouco a pouco “começa a entristecer-se e angustiar-se”. Depois afasta-se dos discípulos procurando, como é seu costume, um pouco de silêncio e paz. Imediatamente “cai ao chão” e fica prosternado tocando a terra com o rosto. Os textos procuram sugerir Seu abatimento com diversos termos e expressões. Marcos fala de “tristeza”: Jesus está profundamente triste, com uma tristeza mortal; nada pode infundir alegria em seu coração; escapa-lhe uma queixa: “Minha alma está muito triste, até a morte”. Fala-se também de “angústia”: Jesus se vê desamparado e abatido; um pensamento apoderou-se Dele: Ele vai morrer. João fala de “perturbação”: Jesus está desconcertado, interiormente dilacerado. Lucas destaca a “ansiedade”: o que Jesus experimenta não é inquietude nem preocupação; é horror diante do que o espera. A carta aos Hebreus diz que Jesus chorava: “ao orar vinham-lhe as lágrimas aos olhos”. (Hebreus 5,7) Do chão Jesus começa a orar. A fonte mais antiga recolhe assim sua oração: “Abbá, Pai! Tudo é possível para Ti; afasta de mim esta taça; mas não seja o que eu quero, e sim o que Tu queres”.Neste momento de angústia e abatimento total, Jesus volta à sua experiência original de Deus: Abbá. Com esta invocação no coração submerge confiante no mistério insondável de Deus, que lhe está oferecendo uma taça tão amarga de sofrimento e morte. Deve haver outra maneira de se cumprir os desígnios Deus. Há poucas horas, ao despedir-se dos seus discípulos, Ele mesmo estava falando, com uma taça nas mãos, de sua entrega completa ao serviço do reino de Deus. Agora, angustiado, pede ao Pai que lhe poupe esta taça. Mas está disposto a tudo, inclusive morrer, se é isto que o Pai quer. “Que se faça o que Tu queres”. Jesus abandona-se totalmente à vontade de seu Pai no momento em que esta se lhe apresenta como algo absurdo e incompreensível." | Jesus no getsemani por Adam Abraham |
Primeira Estação Jesus é condenado à morte "O julgamento acontece provavelmente no palácio em que Pilatos reside quando vem a Jerusalém. Seguindo os costumes dos magistrados romanos, o prefeito começa a ministrar justiça bem cedo, depois do amanhecer. Pilatos ocupa seu assento na tribuna, da qual dita as sentenças. Vários delinquentes esperam o veredito do representante do César. Jesus comparece manietado. Pilatos recorre à cognitio extra ordinem, uma forma ágil de administrar a justiça, que é a prática normalmente seguida na Judéia pelos governadores romanos: ouvir a acusação, interrogar o acusado, avaliar a culpabilidade e ditar a sentença. Centra a questão no que realmente tem mais interesse para ele: o possível perigo de agitação ou insurreição que este homem pode representar. É esta a pergunta que se repete em todas as fontes: “És tu o rei dos judeus?” Do ponto de vista do Império é a pergunta decisiva. Um rebelde contra Roma é sempre um rebelde, embora sua pregação fale de Deus. A razão de fundo é clara. O reino de Deus defendido por Jesus põe em questão ao mesmo tempo toda aquela armação de Roma e do sistema do templo. As autoridades judaicas, fiéis ao Deus do templo, veem-se obrigadas a reagir: Jesus estorva. Invoca Deus para defender a vida dos últimos. Caifás e os seus o invocam para defender os interesses do templo. Condenam Jesus em nome de seu Deus, mas, ao fazê-lo, estão condenando o Deus do reino, o único Deus vivo em quem Jesus crê. O mesmo acontece com o Império de Roma. Jesus não vê naquele sistema defendido por Pilatos um mundo organizado segundo o coração de Deus. Ele defende os mais esquecidos do Império; Pilatos protege os interesses de Roma. O Deus de Jesus pensa nos últimos; os deuses do Império protegem a pax romana. Não se pode, ao mesmo tempo, ser amigo de Jesus e de César; não se pode servir ao Deus do reino e aos deuses estatais de Roma. As autoridades judaicas e o prefeito romano movimentaram-se para assegurar a ordem e a segurança. No entanto, não é só uma questão de política pragmática. No fundo, Jesus é crucificado porque sua atuação e sua mensagem sacodem pela raiz esse sistema organizado a serviço dos mais poderosos do Império romano e da religião do templo. É Pilatos quem pronuncia a sentença: "Irás para a cruz"." | ||
Segunda Estação Jesus carrega a sua cruz "Jesus ouve a sentença aterrorizado. Sabe o que é a crucificação. Desde criança ouviu falar desse horrível suplício. Sabe também que não é possível apelação alguma. Pilatos é a autoridade suprema. Ele, um súdito de uma província submetida a Roma, privado dos direitos próprios de um cidadão romano. Tudo está decidido. Esperam Jesus as horas mais amargas de sua vida. Naquele tempo a crucificação era considerada a execução mais terrível e temida. Flávio Josefo a considera “a morte mais miserável de todas” e Cícero a qualifica como “o suplício mais cruel e terrível”. Eram três os tipos de execução mais ignominiosos entre os romanos: agonizar na cruz (crux), ser devorado pelas feras (damnatio ad bestias) ou ser queimado vivo na fogueira (crematio). A crucificação não era uma simples execução, mas uma lenta tortura. Não se danificava diretamente nenhum órgão vital ao crucificado, de maneira que sua agonia podia prolongar-se durante longas horas e até dias. O que viveu realmente Jesus durante suas últimas horas? A violência, os golpes e as humilhações começam na mesma noite de sua detenção. Nos relatos da paixão lemos duas cenas paralelas de maus-tratos. As duas ocorrem imediatamente após a condenação de Jesus por parte do sumo sacerdote e por parte do prefeito romano, e as duas estão relacionadas com os temas tratados. No palácio de Caifás, Jesus recebe “golpes” e “cusparadas, cobrem-lhe o rosto e riem-se dele dizendo-lhe: “Profetiza, Messias, quem foi que te bateu?”; as zombarias concentram-se em Jesus como “falso profeta”, que é a acusação que está no pano de fundo da condenação judaica. No pretório de Pilatos, Jesus recebe novamente “golpes” e “cusparadas” e é objeto de uma farsa: colocam nele um manto de púrpura, ajustam-lhe na cabeça uma coroa de espinhos, põem-lhe nas mãos um caniço à maneira de cetro real e dobram os joelhos diante dele dizendo: “Salve, rei dos judeus”; aqui todo o escárnio se concentra em jesus como “rei dos judeus”, que é a preocupação do prefeito romano." | ||
Terceira Estação Jesus cai pela primeira vez "Os soldados de Pilatos começaram realmente a intervir de maneira oficial quando seu prefeito lhes deu a ordem de flagelar jesus. A flagelação, neste caso, não é um castigo independente nem mais uma diversão dos soldados. Faz parte do ritual da execução, que começa em geral com a flagelação e culmina com a crucificação propriamente dita. Provavelmente, depois de ouvir a sentença, Jesus é conduzido pelos soldados ao pátio do palácio chamado "pátio pavimentado com lajes", para proceder à sua flagelação. O ato é público. Não sabemos se algum dos acusadores assiste àquele triste espetáculo. Para Jesus começam suas horas mais terríveis. Os soldados o desnudam totalmente e o amarram a uma coluna ou a um suporte apropriado. Para a flagelação utilizava-se um instrumento especial chamado flagrum, que tinha um cabo curto e era feito com tiras de couro que terminavam em bolas de chumbo, ossos de carneiro ou pedacinhos de metal pungente. Desconhecemos os instrumentos que os verdugos de Jesus possam ter utilizado, mas sabemos qual era sempre o resultado. Jesus fica todo machucado, quase sem forças para manter-se de pé e com o corpo em carne viva." (portanto, é bem provável que Jesus tenha caído mais de uma vez durante o trajeto até o Calvário.) | ||
Quarta Estação Jesus encontra Sua Mãe "Embora se tenha dito com frequência que a presença das mulheres,elas eram obrigadas a permanecer à distancia, perdidas entre as pessoas." | Quinta Estação Jesus é ajudado por Simão a levar a cruz "De acordo com algumas fontes, Jesus não pôde arrastar a cruz até o final. Em determinado momento, os soldados, temendo que ele não chegasse vivo ao lugar da crucificação, obrigaram um homem que vinha do campo para celebrar a Páscoa a transportar a cruz de Jesus até o Calvário. Chama-se Simão, era oriundo de Cirene (na atual Líbia) e pai de Alexandre e Rufo." | Sexta Estação Jesus encontra Verônica "Verônica é o nome dado pela tradição popular a uma das santas mulheres que acompanharam Jesus no caminho do Calvário. Em dado momento da via crucis, ela enxugou o Seu rosto ensangüentado. A figura do rosto de Jesus ficou gravada no tecido, como uma impressão feita de sangue, suor e lágrimas. A lenda, baseada em relatos apócrifos, apareceu no século VI com diversas variantes. O relato mais antigo sobre Verônica é do século V, no evangelho apócrifo de Nicodemos." |
Sétima Estação Jesus cai pela segunda vez | Oitava Estação Jesus fala as mulheres de Jerusalém "Só Lucas fala de uma atitude mais amável e compassiva por parte de algumas mulheres que, no meio da multidão que observa os condenados a caminha da Cruz, aproximam-se de Jesus chorando por Ele." | Nona Estação Jesus cai pela terceira vez |
Décima Estação Jesus é despido das Suas vestes "Não demoram a chegar ao Gólgota. Assim sugere seu sinistro nome: “lugar do Crânio” ou “lugar da Caveira”. Em português: “Calvário”. Era um montículo rochoso donde se sobressaia uns dez ou doze metros ao seu entorno. Na parte superior podiam se ver os paus verticais fincados firmemente na rocha. Junto ao Gólgota passava um caminho muito transitado que levava à vizinha porta de Efraim. O lugar não pode ser mais apropriado para um castigo exemplarizante. Com Jesus faz-se provavelmente o que se fazia com qualquer condenado: Desnudam-nO totalmente para degradar sua dignidade. Os soldados se preocupam em colocar na parte de cima da cruz a pequena placa de cor branca na qual, com letra negras ou vermelhas, indica-se a causa pela qual Jesus é executado. É o costume nestes casos. Deve ficar bem claro o delito de Jesus: “Jesus Rei dos Judeus”." | Décima Primeira Estação Jesus é pregado na cruz "Deitam-nO no chão, estendem seus braços sobre a travessa horizontal e com pregos longos e sólidos o pregam pelos pulsos, que são fáceis de atravessar e permitem sustentar o peso do corpo humano. Depois, utilizando instrumentos apropriados, elevam a travessa junto com o corpo de Jesus e o fixam ao pau vertical antes de pregar os dois pés à parte inferior. Geralmente a altura da cruz não passava muito dos dois metros, de maneira que os pés do crucificado ficavam a trinta ou cinquenta centímetros do solo. Deste modo, a vítima fica mais perto de seus torturadores durante o longo processo de asfixia e, uma vez morta, pode ser pasto fácil dos cães selvagens." | Décima Segunda Estação Jesus morre na cruz "Nada mais resta que esperar. Jesus foi pregado na cruz entre nove da manhã e as doze. A agonia não irá se prolongar. São para Jesus os momentos mais duros. Enquanto seu corpo vai se deformando, cresce a angustia de sua asfixia progressiva. Pouco a pouco vai ficando sem sangue e sem forças. Os olhos quase não enxergam mais nada. Do exterior só lhe chegam algumas zombarias e os gritos de desespero e raiva dos que agonizam ao lado dele. Logo lhe sobrevirão as convulsões. Depois, o estertor final. O silêncio de Jesus durante as últimas horas é surpreendente. No entanto, no final, Jesus morre “lançando um forte grito”. De acordo com Marcos e Mateus, Jesus grita com voz forte: “Meu Deus, meu Deus! Porque me abandonastes?” Lucas, no entanto, ignora estas palavras e diz que Jesus grita: “Pai, em tuas mãos entrego meu espírito”. De acordo com João, pouco antes de morrer, Jesus disse: “Tenho sede” e, depois de beber vinagre que lhe ofereceram, exclamou: “Tudo está cumprido”." |
Décima Terceira Estação Jesus é descido da cruz "Um grupo de discípulas de Jesus encontra-se no cenário de Gólgota “olhando de longe”, porque os soldados não permitem a ninguém aproximar-se dos crucificados subindo até o alto do montículo. São-nos dados os nomes destas mulheres valentes que permaneceram alí até o final. Todos os Evangelhos coincidem na presença de Maria Magdala, a mulher que tanto ama a Jesus. Marcos e Mateus falam de outras duas mulheres: Maria, mulher de Alfeu, mãe de Tiago Menor e José, e Salomé, mãe de Tiago e João. Só o quarto evangelho menciona “a mãe de Jesus”, uma tia dele, irmã de sua mãe, e “Maria, mulher de Clopas”. Os romanos costumavam deixar os crucificados sobre o patíbulo, abandonados aos cães selvagens e às aves de rapina, para depois lançar seus restos numa fossa comum ou depósito de lixo, sem culto nem honras fúnebres. Segundo uma tradição, Jesus foi enterrado pelas autoridades judaicas que “pediram a Pilatos que o fizesse morrer”, e depois “o desceram da do madeiro e o puseram num sepulcro”. (Atos dos Apóstolos 13,28-20). O Dado é verossímil. As autoridades de Jerusalém estão preocupadas: vão começar as festas de Páscoa e aqueles corpos que pendem da cruz mancham a terra e contaminam toda a cidade. Jesus e seus dois companheiros devem ser enterrados com pressa, sem cerimônia alguma, antes que comece aquele solene sábado de Páscoa. No Evangelho de João diz: “Para que os corpos não permanecessem na cruz no sábado, porque aquele sábado era muito solene, os judeus rogaram a Pilatos que lhes quebrassem as pernas e os retirassem” (João 19,31)." | ||
Décima Quarta Estação Jesus colocado no sepulcro "Os evangelhos reconhecem honestamente que não foram seus discípulos que enterraram Jesus: todos haviam fugido para a Galileia. Tampouco as mulheres puderam intervir, embora seguissem o enterro “de longe”. Mas houve um homem bom, chamado José de Arimateia, desconhecido pelas fontes até este momento, que pede a Pilatos a devida autorização e pode enterra-lo “num sepulcro escavado na rocha”. Não deixa de haver pontos obscuros sobre a identidade de José de Arimateia e sua atuação, mas também é possível que as coisas tenham acontecido assim. Sabemos que, ocasionalmente, as autoridades romanas davam sua autorização e permitiam que um crucificado pudesse receber uma sepultura mais digna e respeitável por parte de amigos ou familiares. É difícil saber o que aconteceu. Certamente Jesus não teve um enterro com honras fúnebres. Seus seguidores não estiveram presentes: os varões estavam escondidos, as mulheres só podiam olhar de longe. Tudo foi muito rápido, pois era necessário acabar antes que chegasse a noite. Não sabemos com certeza se se ocuparam dele os soldados romanos ou os servos das autoridades do templo. Não sabemos se Jesus terminou numa vala comum como tantos justiçados ou se José de Arimateia pôde fazer algo para enterrá-lo em algum sepulcro dos arredores. O relato está conservado em Marcos 15,42-47; Mateus 27,57-61; Lucas 23,50-56; João 19,38-42. De acordo com Marcos, José de Arimateia é “membro respeitável do Sinédrio”; não aparece como seguidor de Jesus, mas “esperava o reino de Deus”; Lucas o descreve como “um homem bom e justo” que não estivera de acordo com os outros membros do Sinédrio aocondenarem Jesus; Mateus dá um passo importante, pois nos diz que José “fizera-se também discípulo de Jesus” (!) apesar de ser um “homem rico”. João já o chama abertamente “discípulo de jesus”, embora “em segredo, por medo dos judeus”." | ||
"Pode-se também observar como o enterro vai se transformando conforme vai se desenvolvendo
a tradição. De acordo com Marcos, José de Arimateia fez o que pôde:
“Envolveu Jesus num lençol” e “colocou-o num sepulcro escavado na rocha”; Lucas precisa que era um sepulcro “onde ninguém ainda fora colocado”; Mateus acrescenta que era um “sepulcro novo” que o próprio
José “mandou escavar na rocha”; em joão, o sepultamento apressado
transformou-se num enterro digno e até solene: em ajuda a José vem
Nicodemos “com umas cem libras de uma mistura de mirra e aloés” (!);
ambos envolvem o corpo de Jesus “em panos de linho e com perfumes, como
é costume sepultar entre os judeus”; depois o depositam num “sepulcro
novo” que está maravilhosamente ali, “no meio de um jardim” e onde
“ninguém ainda havia sido depositado”." |
Décima Quinta Estação Jesus ressuscita dos mortos "Para muitos investigadores, também não fica totalmente claro se as mulheres encontraram vazio o sepulcro de Jesus. A questão se coloca nestes termos: é uma narração que recolhe a lembrança do que ocorreu ou se trata de uma composição literária que deseja expor de maneira plástica o que todos creem: se Jesus ressuscitou, não se deve procurá-lo no mundo dos mortos? Com certeza, o episódio pode ter ocorrido realmente, e não faltam motivos para afirmá-lo. Torna-se difícil imaginar que se criasse esta história para reforçar com todo o realismo a ressurreição de Jesus, escolhendo como protagonistas precisamente um grupo de mulheres, cujo testemunho era tão pouco valorizado na sociedade judaica: não podia isso induzir a pensar que um fato tão fundamental como a ressurreição de Jesus era um “assunto de mulheres”? Por outro lado, era possível proclamar a ressurreição na cidade de Jerusalém se alguém podia demonstrar que o cadáver de Jesus continuava ali, no seu sepulcro?" Uma leitura atenta do relato permite lê-lo a partir de uma perspectiva que vai além do puramente histórico. Na realidade, o que é decisivo na narração não é o sepulcro vazio, mas a “revelação” que o enviado de Deus faz às mulheres. O relato não parece escrito para apresentar o sepulcro vazio de Jesus como uma prova de sua ressurreição. De fato, o que ele provoca nas mulheres não é fé, e sim medo, tremor e espanto. É a mensagem do anjo que é preciso ouvir e, naturalmente, esta revelação exige fé. Somente quem crê na explicação apresentada pelo enviado de Deus pode descobrir o verdadeiro sentido do sepulcro vazio. É difícil, portanto, chegar a uma conclusão histórica irrefutável. O que podemos dizer é que o relato não faz senão expor de maneira narrativa o que a primeira e a segunda geração cristã já vêm confessando: “Jesus de Nazaré, o crucificado, foi ressuscitado por Deus”. Concretamente, as palavras postas na boca do anjo não fazem senão repetir, quase literalmente, a pregação dos primeiros discípulos. É outra maneira de proclamar a vitória de Deus sobre a morte, sugerindo de maneira expressiva que Deus abriu as portas do sheol para que Jesus, o crucificado, possa escapar ao poder da morte. Mais do que informação histórica, o que encontramos nestes relatos é pregação dos primeiros cristãos sobre a ressurreição de Jesus. Tudo leva a pensar que não foi um sepulcro vazio que provocou a fé em Cristo ressuscitado, mas o “encontro” vivido pelos seguidores, que o experimentaram cheio de vida depois de sua morte." |
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