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Habitação Indígena : A Casa

Habitação Mundurukú

Mais conhecido como Mundurukú, este povo  autodenomina-se Wuyjugu. Mundurukú, nome dado pelos Parintintin, significa “formigas vermelhas”, em alusão ao seu espírito audaciosamente guerreiro e as grandes  incursões feitas aos territórios vizinhos com a  finalidade de obter troféus - cabeças dos inimigos que eram mumificadas e às quais atribuíam poderes  mágicos.

Os Mundurukú dominaram bélica e culturalmente todo o Vale do Tapajós, até serem vencidos por tropas portuguesas ao final do século XVIII.

Casa Mundurukú
Moradia Mundurukú comum em aldeias como as localizadas na cidade de Itaituba, PA
Os deslocamentos das aldeias tradicionais para o estabelecimento nas margens dos rios navegáveis da região, particularmente o Tapajós e o Cururú, formando pequenos núcleos populacionais, por certo também contribuíram para o desaparecimento da casa dos homens,unidade importante na aldeia tradicional.
Na organização da sociedade Mundurukú, a descendência é patrilinear, isto é, os filhos herdam o clã do pai, sendo que a regra de moradia e matrilinear, a qual ainda predomina até os dias atuais, fato que condiciona o rapaz recém-casado a passar a morar na casa do sogro, a quem deve prestar sua colaboração nas tarefas de fazer roças, pescar e caçar e todas as demais atividades relacionadas à manutenção da casa, onde se inclui acompanhar a família nos trabalhos de extração e coleta nos seringais e castanhais. Geralmente este período de moradia corresponde aos primeiros anos de casamento, até o nascimento do segundo filho; depois desta fase o maridoprovidencia a construção da casa para sua família.

Habitação Urubu-kaapor
Casa Urubu-kaapor
Casa Urubu-kaapor
Todas as casas são de quatro águas, sem paredes externas e divisões internas. As cumeeiras dispostas arbitrariamente. Os ranchos comuns são construídos sobre seis vigas laterais, tendo, quase sempre, duas no meio que sustentam a cumeeira; às vezes são três, nos ranchos maiores. A casa principal é sempre maior que as outras, mas raramente tem divisões internas.
Os pertences são guardados em cestos e paneiros – alimentos e tralha – ou em caixas de madeira, a plumária. Tudo isso, mais flechas, tipitis e peneiras, é dependurado em achas que colocam entre as vigas e servem de prateleiras. Fora das casas, há cercados pequenos de varas, cobertos também de ubim, onde se abrigam as galinhas à noite.
Todo o madeirame, das cumeeiras aos caibros, é amarrado com cipós; raramente recortam a ponta das estacas em forquilha. As folhas de ubim, uma palmeira, são dobradas na extremidade, ao redor de uma vara, e presas com cipó. Essas fileiras de ubim são dispostas umas sobre as outras, formando a cobertura. Cada fileira tem o comprimento de toda a área que vai cobrir e é presa aos caibros com amarrilhos de cipó. Assim, os capotes laterais de ubim têm forma de trapézio e os menores, frontais, de triângulo. Sobre a cumeeira e nos encontros dos capotes, armam folhas piniformes, sustentadas por vigas amarradas de fora.
Habitação Xavante
Estapas de construção da casa Xavante (desenho de Maria Carolina Young Rodrigues)
Habitação Xavante
Novas soluções - Foto de Virgínia Valadão
Algumas soluções originais foram adotadas pelos Xavante, no sentido de aliar a durabilidade (que sua permanência definitiva junto às suas roças agora exige) à beleza da forma circular. Nesse sentido, vê-se, em algumas aldeias, o surgimento de uma nova “casa Xavante”. Sobre uma parede circular, de palha, é construído um teto cônico, também de palha. A palha como na casa tradicional, recobre uma armação de madeira. Nesse novo estilo de construção, os troncos usados são mais grossos e resistentes. Geralmente são abertas janelas “fixas”, em madeira. Uma maior durabilidade parece também ser obtida graças a construção do teto em separado.
A planta das casas Xavante são circulares, de estrutura de madeira e recobertas com folhas de palmeira. Num diâmetro de seis ou sete metros são fincados na terra paus, com cerca de 15 cm de diâmetro na base, à distância de meio metro um do outro, de modo que pendam para o interior. No centro é fincado um pau mais grosso, ao qual se fixam as pontas dos outros paus, por meio de ligaduras. De altura, têm aproximadamente 4,50 metros, no ápice.

Do trabalho de construção participam homens e mulheres. Estas fazem convergir a estaca para o centro, servindo-se de uma vara grande feito gancho, enquanto o homem, do alto, procura fixá-la na estaca central com uma amarra. Pronta essa primeira parte, são providenciadas taquaras que, cortadas ao meio, são dispostas horizontalmente sobre a madeira e atadas com cipós. Sobre esta armação é que serão colocadas, pelas mulheres, as folhas de palmeira, que constituem a cobertura da casa. No lado da casa voltado para o centro da aldeia é deixada uma abertura não muito alta, serve de entrada.

Mais frequentemente ocoreu a absorção de casas com a dos sertanejos, mas em palha, sobre plano retangular. Várias aldeias são constituídas por uma combinação de casas tradicionais e casas retangulares. Nestas últimas, ocorre às vezes que, sem seu interior, uma pessoa se sinta no meio de um espaço circular. Uma disposição especial dos objetos, jiraus, cestas, etc.: recria, internamente, uma circularidade.
Nessas aldeias de formas inovadas, a casa dos solteiros, significativamente, tende a aparecer sob a forma de construção tradicional, mesmo quando é a única exceção num conjunto de casas “modernas”. A dos solteiros mantém-se como repositório da tradição viva, das verades básicas, garantia da formação de pessoas verdadeiras na concepção Xavante.

Habitação dos Asurini do Xingu

Na aldeia (tawa) existem diferentes tipos de habitações, todas elas feitas de folhas de palmeira babaçu (pindawa), mas diferem quanto a sua estrutura. A maioria das moradias é retangular com paredes laterais e cobertura de duas águas. A maior casa da aldeia (tawywe, aketé, akapepum), medindo aproximadamente 30 m. de comprimento, 12 m. de largura e 7 m. de altura, corresponde à descrição da moradia característica dos Tupi “a planta plana é retangular, mas sua forma é abobodada” (Laraia, 1976: 15); “teto e parede constituem uma unidade homogênea” (Baldus, 1970: 144). Ela compreende uma arquitetura própria, sendo que a colocação dos moirões, vigas e traves obedece a regras adequadas para a construção da estrutura básica que caracteriza sua forma. Neste sentido, ela difere, das demais por ser construída mais elaboradamente.
Na cobertura é utilizado apenas o broto da folha de palmeira e na estrutura são usadas determinadas espécies de árvores para cada posição. Em sua construção, participa todo o grupo, sob a liderança dos que passarão a residir na casa. Em seu chão, são enterrados os mortos e aí se realizam as principais cerimônias Asuriní. Tradicionalmente, a tawywe era a habitação coletiva de um grupo local. Os componentes da atual aldeia são oriundos de pelo menos dois grupos locais. A tawywe continua, entretanto, representando a unidade sócio-política do grupo, por suas funções, o que é expresso pela participação de todos em sua construção.

Habitação dos Asurini do Trocará

Antes da pacificação os Asurini formavam pequenos grupos locais, caracterizados pela existência de uma grande casa comunal, atualmente substituída pela moradias do tipo regional, algumas abrigando famílias elementares, outras famílias extensas.

Habitação dos Suruí da Rondônia

Hoje os Suruí ocupam uma área de 220.000 hectares, parte do Parque Indígena do Aripuanã e vivem em duas aldeias, o Sete de Setembro e a Linha 14, ambas a aproximadamente 50 km de Cacoal, na rodovia Cuiabá - Porto Velho e distantes entre si cerca de 10 km. Os Suruí compreendem hoje 2 grupos patrilineares, os Gamep e o Gamir, e restos de um terceiro, os Makor.

As regras de residência e casamento são bastante obedecidas e ligam-se intimamente à organização do trabalho. Na aldeia do Sete, a maior, cerca de 2/3 da população ainda vive em malocas tradicionais. Na linha 14, quase a metade da população mora numa única maloca.
A regra de residência é matrilocal e quando o homem se casa deve ir morar com o pai de sua mulher. Obedecido esse sistema o resultado, que ainda pode ser observado na maior parte das casas, é vermos numa mesma maloca (onde hoje em média vivem de 20 a 30 pessoas), 4 a 5 irmãos, classificatórios ou não, com suas mulheres e filhos.
Assim, além das malocas, há em torno do Posto da Funai uma série de pequenas casas de caboclo, de madeira, onde passam a viver famílias nucleares ou em virtude da atração dos brancos, ou porque, dadas as muitas mortes, já não podem obedecer às regras e habitar as malocas.

Fonte: Mundurukú in Revista Brasil Indígena. - Fundação Nacional do Índio - Funai , Ano II, nº 9, - Brasília / DF - Mar / Abr - 2002
Diários Índios: Os Urubus-Kaapor / Darcy Ribeiro. - São Paulo: Companhia das Letras,1996
Xavante: Casa - Aldeia - Chão - Terra - Vida / Atacy Lopes da Silva in Habitações Indígenas / Sylvia Caiuby Novaes (organizadora), - São Paulo : Nobel ; Editora da Universidade de São Paulo, 1983 - Coletânea de artigos por vários autores.
Asurini do Xingu / Regina A. Polo Müller in Revista de Antropologia, Volumes 27/28.- São Paulo : Publicação do Departamento de Ciências Sociais (Área de Antropologia) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas - Universidade de São Paulo, 1984/85

Xamanismo e cosmologia / Lúcia M. M. de Andrade in Revista de Antropologia, Volumes 27/28.- São Paulo : Publicação do Departamento de Ciências Sociais (Área de Antropologia) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas - Universidade de São Paulo, 1984/85
Suruí da Rondônia / Betty Mindlim in Revista de Antropologia, Volumes 27/28.- São Paulo : Publicação do Departamento de Ciências Sociais (Área de Antropologia) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas - Universidade de São Paulo, 1984/85


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