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Acoplado tipo
Tumupasa. Processo de manufaura de tipóia em
tear com separadores. |
Contratorcido
alternado com uso de bobinas.
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Entrançado
(passamaria)
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Acoplado tipo Tumupasa: Técnica
de acoplamento com o uso de um pequeno tear com a urdidura na vertical,
manipulado nessa posição e/ou horizontalmente, e o emprego de fio
contínuo de tamanho ilimitado. Os urdumes interceptam uns aos outros de
tal forma que um elemento ativo
entrecruza diagonalmente outros elementos segundo a fórmula um sobre, um sob. Em outras palavras, cada fio do urdume é cruzado pelo fio adjacente, fixado com separadores, sem empregar trama. À medida que o trabalho prossegue, o urdume se enteia automaticamente no lado oposto. Esse tipo de tecido, extremamente elástico, é utilizado na manufatura de tipóias. Foi minuciosamente descrito por Roth (1924:400-411) sendo encontrado entre grupos Karib, Aruak e Warrau das Guianas (Makuxí, Taulipáng e Wapitxâna do Brasil). Ê também citado entre os Tiriyó (Frikel 1973: 108) e entre grupos da Bolívia por Nordenskiõld (1924:197-8). Adotamos a designação que lhe foi dada por esse autor: tecido tipo Tumupasa, região onde ocorre na Bolívia. Contratorcer: Técnica de tecer em tear amazônico com urdume na vertical e/ou tear de varas alçadas com urdume na horizontal em que se combina torção em "Z" e torção em "S" de dois fios, alternada ou conjuntamente, dando a aparência de uma trança. Entrançar: Técnica de trabalho a dedo usada para a produção de cordões ornamentais, redondos ou quadrados, bastante freqüente como elemento de adorno corporal indígena. Entrelaçar: Trabalho em malha com um elemento de tamanho limitado. Essa técnica exige o uso de acessório: agulha de orifício ou suporte de estilete que serve de gabarito para uniformizar as malhas. Compreende técnicas de enlace sem enodação e de enlace com enodação, isto é, com a formação de nós. |
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Entretecimento
flutuante (ou brocado)
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Entretecimento sarjado. Padrão espinha de peixe. |
Entretecimento simples |
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Entretecer:
Técnica de tecelagem em tear amazônico, isto é, com urdume na vertical
provido de acessórios, que permitem a abertura de cala e contra-cala
para a tramação. Também conhecida como tecelagem verdadeira. O
entretecido sarjado é a forma mais elaborada de
entretecimento.
Entretorcer: Técnica de tecer em tear com varas alçadas e o urdume na horizontal mediante a torção de dois fios da trama que englobam, perpendicularmente, um ou mais elementos da urdidura. Interlaçar: Trabalho em malha executado com um único elemento de tamanho ilimitado, uma vez que o fio enredador não precisa passar pelas laçadas. Crochê e tricô representam os dois principais tipos de interenlace. Enlace com Enodação (Knoting, knoted loops, i.) Trabalho em malha. Enlace da argola pendente da carreira anterior e formação de um nó. Dependendo do tipo de nó, o verso e o reverso são dissímiles. A enodação se processa com a ajuda de um implemento: agulha de orifício e/ou gabarito, abarcando uma laçada da carreira anterior que fica pendente. Por isso se diz que o nó é formado de dois elementos, embora executado com um único fio enredador de comprimento limitado. Quando a laçada de sustentação desempenha um papel passivo na feitura do nó, ele pode ser movido ligeiramente e se diz que o nó é suspenso. Quando a laçada da carreira anterior participa de forma mais ativa na constituição do nó diz-se que o nó é fixo. Distinguem-se os seguintes tipos de nós: 1) nó cabeça de calhandra; 2) nó d'eseota; 3) nó quadrado; 4) nó rede de pesca; 5) nó simples. Essa técnica, presente no tecido enredado, do tipo filé (network) é empregada principalmente na confecção de redes de pescar (puçás, jererés, redes de pesca), nas sacolas e sacos-cargueiros. Enlace Interconectado Figura-de-8 (Figure-8 looping overlaping and interlacing, i.) Técnica de entrelaçar sem enodação. Malhas duplas, adjacentes, interconectadas e sobrepostas formam figuras-de-8. Frequentemente também chamada “forma ampulheta”. E outros tipos de enlaces. |
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Entrecimento
acetinado
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Entretecimento sarjado, padrão ornamental losango com diamante, entre outros. |
Enlace interconectado figura-de-8 e outros tipos. |
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Crochê:
Técnica de interlaçar (trabalho em malha) com fio de comprimento
ilimitado, uma vez que o elemento enredador não precisa ser introduzido
totalmente na laçada precedente. "Caracteriza-se pelo interlaçamento
(interlooping) vertical e lateral das laçadas e cada nova laçada (ou
uma série delas constituindo um novo ponto) prende a anterior na mesma
carreira" (L Emery 1966:39). Nos trabalhos de croché, uma trancinha é
executada à mão. Subsequentemente, é trabalhada com agulha de gancho,
horizontalmente, abrangendo as malhas laterais da mesma
carreira e, verticalmente, as da carreira precedente. Essa técnica é muito difundida entre indígenas do Brasil. Tricô: Técnica de interlaçamento vertical. Ou seja, as laçadas são alinhadas verticalmente, cada qual enganchando a laçada correspondente da carreira anterior. A técnica de tricô é descrita e ilustrada por Roth (1924:107), entre os indígenas das Guianas, com o uso de 4 agulhas de ponta e, por D. Newton (1971 :41-44), entre os Timbira e outros grupos indígenas. E difícil distinguir essa técnica no produto final. Estruturalmente, pode ser confundida com o enlace circunscrito, variante de enlace sem enodação, chamada inter-enlace vertical ou vertical interlooping por I. Emery (1966:40). Em ambos os casos, as laçadas nas carreiras subsequentes circundam, por sua porção terminal (coroa da laçada) as da carreira que as antecedem. |
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Técnica do Crochê com agulha de
gancho.
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Técnica do Tricô com quatro e seis agulhas. |
Nó rede de pesca. 1. Início da enodação 2. Formação do nó. |
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Estes
foram apenas alguns exemplos das técnicas de tecelagem.
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Fonte: Dicionário do Artesanato Indígena
/ Berta G. Ribeiro; ilustrações de Hamilton Botelho Malhano. - Belo
Horizonte : Itatiaia ; São Paulo : Editora da
Universidade de São Paulo, 1988
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