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Danças e Festas Folclóricas
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Possivelmente,
a tirana, que veio para o Rio Grande do Sul, teve caminho através de
Buenos Aires, mas esta a teria recebido do Peru, Bolívia ou do Chile,
roteiro de suas danças, como crê Carlos Vega (Danzas
y Canciones Argentinas,
88, Buenos Aires, 1936).
Na Espanha Tirana o Tontilla. Las Tiranas fueron en un principio aires de baile y canto. El baile cayó en desuso y conservó sólo la canción. Es en compás de 6/8 y de movimiento moderado. (Dicionario de la Música Ilustrado, 2.º, 1146, Barcelona, s.d.) Em Portugal é bailado de roda. Danças Regionais (Ed. Secretariado Nacional da Informação, Lisboa, s.d.) registra a coreografia, letra e música da tirana: "Tirana, baila-se do Minho à Beira-Ria, mas melodicamente é meridional. Tiranas chamaram-se às tricanas de Coimbra. Instrumental: como já se indicou para cada região. As lavradeiras de Riba Lima cantam-na em coral-terno. O seu ritmo valseado predomina no nosso teatro musicado e nos ranchos, mas erroneamente rotulado de Vira Esta dança tem diversas marcações. Posição inicial: Duas rodas concêntricas, uma formada de rapazes eoutra de raparigas, sendo interior esta última. 1.º passo: Giram ambas em sentido contrário. Trocar estes movimentos após o nono compasso. 2.º passo: Formar uma cadeia de mãos dadas, com as duas rodas, movimentando-se ora num sentido ora noutro, isto é, ao primeiro compasso e ao nono. Primeiro os rapazes pela frente das raparigas, estas pelas suas costas e vice-versa". O solista canta uma quadra e o coro o refrão: "As voltas que o linho dá No Rio Grande do Sul a
tirana era popularíssima, João Cezimbra Jacques, Assuntos do Rio Grande
do Sul,
18, Porto Alegre, 1912, julgava-a vinda entre 1822 e 1835. "Existiam
também diversas tiranas, a tirana-grande, dança sapateada em roda
grande, diversas tiranas-de-dois, bailados em grupos de dois pares, a
tirana-de-ombro, assim chamada devido à aproximação seguidamente do
ombro de um dos cavalheiros com a dama do outro cavalheiro e
vice-versa; e fora destas havia também a tirana-tremida, assim
deniminada pelo trinado das cordas da viola e também chamada tirana-dos
farrapos". Ver Tirana
de Lenço / Região Sul
Cantava-se: "Tirana, feliz tirana: A
tirana-canção espalhou-se mais pelo norte do Brasil e dela há registro
vário na Bahia e no Alto São Francisco. Dança entre os indígenas maués
no Amazonas, em São Paulo e em Cuiabá, onde em 1790, dançaram a tirana,
segundo registro de Renato Almeida, História da Música
Brasileira,
que bem estudou o assunto (Ed. Briguiet, 79-85, Rio de Janeiro, 1942).
Sílvio Júlio estudou a origem e modificações da tirana (Revista das Academias de Letras, n.º 39, 40-49, Rio de Janeiro, 1942; "Duas Velhas Danças Gaúchas". Anuário do Museu Imperial, IX, 45-46, Petrópolis, 1948), mostrando que o roteiro da tirana para o Rio Grande do Sul fora por Buenos Aires e que a origem do nome se devia à atriz Maria Rosario Fernandez, La Tirana, sevilhana estabelecida em Madrid desde 1773. José Veríssimo assistiu a cantar e dançar a Tirana numa maloca dos maués, rio Uariaú, afluente do Andirá, no Amazonas, em setembro de 1882: "Ao som da mesma música e com os seguintes versos, cantados numa toada mole, dançam a Tirana, que não passa de uma espécie de polca com passos meneiados como os do lundu. Eis os versos: "Eu vi, eu vi, tirana, Bisados
os dois últimos versos, voltam a repetir a quadra toda, o que podem
fazer cem vezes sem dar amostras de enfado: "Estudos
Brasileiros", 69, Pará, 1889.
Sílvio Júlio estudou a origem e modificações da tirana (Revista das Academias de Letras, n.º 39, 40-49, Rio de Janeiro, 1942; "Duas Velhas Danças Gaúchas". Anuário do Museu Imperial, IX, 45-46, Petrópolis, 1948), mostrando que o roteiro da tirana para o Rio Grande do Sul fora por Buenos Aires e que a origem do nome se devia à atriz Maria Rosario Fernandez, La Tirana, sevilhana estabelecida em Madrid desde 1773. Foi popular no Rio de Janeiro e interior da província, citada por Manuel Antônio de Almeida, Memórias de um Sargento de Milícias: "Já se tinha cantado meia dúzia de modinhas e dançado por algum tempo a tirana". (ed. Martins, 101, São Paulo, 1941), reportando-se ao tempo de D. João VI no Brasil, Martins Pena, O Juiz de Paz da Roça, escrito em 1837 e representado no Teatro São Pedro em outubro de 1838, termina a comédia por uma tirana, dançada por todos, acompanhada a viola (Ed. Organização Simões, 42-43, Rio de Janeiro, 1951). |
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