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Tipos Regionais do Nordeste
Cambiteiros
Cambiteiro
Cambiteiro -  Ilustração de Percy Lau
É corrente, no Brasil, o uso do cambito na condução de carga feita em lombo de equinos, muares e, até mesmo, de bovinos.

Dá-se a denominação de "cambito" a uma rústica, longa e resistente forquilha de madeira. Em número de quatro são os "cambitos" ajustados, presos, dois de cada lado, por uma das extremidades, aos "cabeçotes" das cangalhas dos animais empregados no transporte de cana-de-açúcar, lenha, varas, madeira de construção e capim. 
Explica Batista Caetano que a expressão "cambito" é uma corruptela do termo tupi acambi, que se traduz por "forquilha, correia de duas pernas, compasso, forcado".

Por analogia chama-se "cambiteiro" ao trabalhador rural encarregado de conduzir os animais que fazem o serviço de carga com "cambito".

A ilustração de Percy Lau, que acompanha este texto, mostra o "cambiteiro" no seu ambiente de trabalho, exercendo o seu mister no transporte de cana.
Embora generalizada em várias regiões agrícolas do país, é nos latifúndios dos parques, da indústria açucareira de Pernambuco, de Alagoas, da Paraíba e da Bahia, que tal usança, nos sistemas de transporte, constitui rotineira norma de trabalho rural. Mesmo das usinas que contam em sua totalidade com ferrovias próprias, destinadas ao transporte de cana, do campo para a moenda, a presença do cambiteiro não foi banida. É que ele conduzindo seu animal, se afunda no canavial, acompanhando o serviço de "corte", daí cambitando as canas até o ponto onde a composição ferroviária as vem buscar para a usina.

Essa espécie de cargueiro, pelo cunho de viva originalidade com que se desempenha do seu serviço, bem se distingue de outros trabalhadores do campo.

As esquisitas interjeições que emite no trato dispensado aos animais, a autoridade que exerce sobre os mesmos,  chamando-os pelos nomes e indicando-lhes os pontos onde devam parar e, em seguida encostar para descarregar, são particularidades que se observam no serviço do "cambiteiro". "Pára, Marinheiro!"; "Encosta, Meladinho!"; "Vamos, Estrela!"; "Segue, Catavento!", são interjeições das muitas ouvidas amiúde durante o trabalho do cambiteiro.

Outro aspecto curioso oferecido pelo cambiteiro é o constituído pelas trovas, quadras e "emboladas" com que procura amenizar a rudeza do trabalho, assinalando a sua passagem isoladamente ou aos bandos pelas estradas, caminhos e "atalhos" cambitando cana, madeira ou capim.

O cancioneiro popular da região açucareira nordestina registra a seguinte quadra que dá bem a medida da popularidade do tipo de trabalhador que aqui focalizamos.

"Cambiteiro, cambituvo,
onde foste cambitá?
Cambitá cana caiana,
Botá p'ro engenho centrá"


Fonte :  Cambiteiros / Carlos Pedrosa in Tipos e Aspectos do Brasil. - Departamento de Documentação e Divulgação Geográfica e Cartográfica / Instituto Brasileiro de Geografia / Fundação IBGE. - Rio de Janeiro, 1970


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